Aretha
Obviamente, não havia nada de agradável em encarar, mesmo que através da tela de um computador, as fotos de pessoas assassinadas. Conforme eu havia dito a Drake Carter, aquele definitivamente não era o programa mais agradável que eu esperava para aquela manhã.
E, para falar a verdade, logo nas primeiras fotos eu já me sentia levemente arrependida. Não por estar chocada – como eu dissera, era preciso muito mais do que aquilo para me provocar tal reação – mas pelo simples fato de que eu fatalmente não teria absolutamente nada a acrescentar.
Já Drake, observava minunciosamente cada uma das fotografias – tiradas ainda com os corpos no local do crime. Dava zoom em alguns detalhes, fazia inúmeras anotações em uma folha de papel, mas não tecia muitos comentários, acredito que por imaginar que eu não entenderia ou acrescentaria muita coisa.
Eu estava sendo completamente inútil ali.
E estava quase declarando isso em voz alta e saindo de lá quando ele passou para a próxima foto, a primeira em que dava para ver muito nitidamente o rosto da mulher. Travei olhando para aquilo, mal conseguindo acreditar no que meus olhos absorviam.
Era um cadáver com um buraco de bala bem no meio da testa e o rosto extremamente pálido e levemente arroxeado, por isso, primeiramente, me esforcei a pensar que eu não tinha como reconhecê-la tão facilmente. Ao menos não de forma tão eficaz assim. Eu poderia estar enganada.
Eu tinha que estar enganada.
— Você sabe o nome dela? — perguntei, com meus olhos ainda fixos na tela.
Percebi que Drake virou o rosto em minha direção.
— Joana Davis.
— Não pode ser... — sussurrei.
E antes que ele pudesse perguntar qualquer coisa, eu me levantei e saí correndo do escritório. Ainda ouvi Drake me chamar, mas não respondi. Aquilo era extremamente urgente. Eu precisava comprovar minha suspeita.
— Jenny! — gritei, enquanto subia as escadas. — Jenny, cadê você?
Já chegando ao alto das escadas eu me deparei com ela, saindo de um dos quartos, com uma expressão preocupada no rosto.
— Meu Deus, Aretha, o que aconteceu?
Sem responder, eu apenas a agarrei pela mão e voltei a descer as escadas, puxando-a comigo. Levei-a até o escritório e enfim a soltei, apontando com a mão trêmula para o monitor do computador.
— Parece muito com a Joana. Por favor, me diz que não é ela.
Quando olhei para Jenny, percebi uma expressão de pânico dominar suas feições. Óbvio, eu estava mostrando uma fotografia em alta resolução de uma mulher assassinada.
Uma mulher assassinada que tinha o mesmo nome e se parecia muito com alguém que nós duas conhecíamos. Mas que eu ainda inocentemente torcia para ser só uma enorme coincidência.
— Meu Deus... É a Joana... — Jennifer confirmou, assustada. — Desviou os olhos da tela, olhando para Drake e, em seguida, para mim. — O que aconteceu? Pelo amor de Deus, o que significa isso?
— Vocês conheciam essa mulher? — Drake indagou.
— Ela trabalha aqui — falei, nervosa. — Ou melhor... trabalhava...
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Protetor - A Vingança do meu Guarda-costas [DEGUSTAÇÃO]
RomanceEu era mundialmente conhecida como a 'Garota de Sorte', em parte em uma referência ao meu filme de maior sucesso, em outra pela minha própria história de vida. A atriz mirim que cresceu sob os holofotes e se tornou uma das jovens estrelas mais famos...