Capítulo sete

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Drake

Eu passei o restante do dia enfurnado dentro daquele quarto. O que não representava, exatamente, uma prisão. O cômodo era bem espaçoso e uma funcionária da casa tinha ido até lá algumas vezes, para me levar refeições e perguntar se eu precisava de alguma coisa. Nestas ocasiões, eu aproveitei para também lhe fazer algumas perguntas a respeito de onde estava Aretha. Ela aparentemente não tinha tentado sair de casa, o que era tranquilizador. De qualquer maneira, os meus seguranças que cercavam todo o terreno tinham ordens claras para me avisarem caso ela tentasse sair.

Mas eu acreditava piamente que, depois o ocorrido no dia anterior, Aretha Tyler iria preferir sossegar dentro de casa.

Eu só não imaginava que ela fosse aproveitar o tempo ocioso para investigar a respeito da minha vida. Muito menos que fosse me confrontar sobre isso.

Estava sentado diante de uma mesa do quarto, onde eu improvisei o meu escritório de inteligência, com dois laptops. Usava um deles no momento para analisar mais detalhes da câmera de segurança da academia. Tinha conseguido a placa do veículo usado e, cruzando informações e acionando alguns contatos, confirmei o que já era previsível: que se tratava de um carro roubado. O homem de capuz que tentou puxar Aretha era ainda uma incógnita. No entanto, seu motorista – ou sua motorista – não tivera tanta preocupação assim em esconder o rosto, e era possível vê-la através dos vidros do carro.

Uma mulher. Loira. E não dava para saber muito além disso. Eu tinha melhorado a imagem ao máximo, mas, ainda assim, a resolução era bem ruim, o que dificultaria a sua identificação. Apesar disso, mandei as imagens para a minha equipe de inteligência na sede da empresa.

Eu não pretendia tão cedo fazer um intervalo, mas um ícone piscou no canto da tela do computador, anunciando uma chamada de vídeo. De alguém que eu, de forma alguma, ousaria recusar.

Cliquei para aceitar a chamada e uma tela de transmissão foi exibida, mostrando aquele rostinho lindo do qual eu já sentia saudades.

— Tio Drake! — Ayla vibrou ao me ver, abrindo um enorme sorriso.

Ao seu lado estava a sua babá, que provavelmente era quem tinha realizado a chamada. Ela acenou formalmente para mim e se afastou para nos deixar mais à vontade na conversa.

— Princesa, como você está? Por que está me ligando? Eu não disse que ia te ligar à noite? Poderia ter esperado.

— Já é noite, tio. Estava com medo de você esquecer de mim.

Só então olhei para o relógio no canto inferior da tela, vendo que já passava das sete da noite. Ainda estava cedo para mim, mas para Ayla já tinha passado do horário de seu jantar e já se aproximava do de ir dormir.

— É verdade, princesa. Desculpe por isso. O tio está trabalhando muito.

— Tio Ryan contou que você está trabalhando com a Aretha Tyler.

Ela reduziu o tom de voz para dizer aquele nome, o que me dava uma dica que meu amigo fofoqueiro devia ter pedido à Ayla que mantivesse segredo a respeito disso.

— Não pode contar isso a ninguém, Ayla — pedi, reforçando o que Ryan na certa já devia ter pedido.

Ele nem deveria ter contado nada a ela, para início de conversa. Ayla tinha apenas quatro anos, faria cinco dali a algumas semanas, poderia facilmente deixar aquela informação escapar em uma conversa com os colegas de escola.

Protetor - A Vingança do meu Guarda-costas [DEGUSTAÇÃO]Onde histórias criam vida. Descubra agora