Treze (Revisão Completa)

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O dia do grande campeonato estava cada vez mais próximo, e os ensaios de Devin e Miranda se tornavam mais frequentes. A grande conexão entre os dois era notável, até mesmo para Chris, que apenas observava todos os míseros detalhes enquanto acompanhava os ensaios: a troca de olhares, a suavidade no toque, os sentimentos aflorados e o sorriso bobo que surgia quando percebiam que se entreolhavam sem nem disfarçar.

Com Chris não era diferente; ele e Arthur estavam se descobrindo, conhecendo coisas novas e respirando novos ares. Isso fez com que Chris ficasse um tanto quanto distante de Miranda, e as coisas foram ficando cada vez mais intensas e rápidas à medida que o grande dia se aproximava.

Miranda e Devin já estavam familiarizados com os passos de dança, giros e rodopios que exploravam pelos quatro cantos do imenso salão. As finalizações dos movimentos eram capazes de deixar qualquer jurado boquiaberto com tamanha destreza e ousadia.

Num determinado momento da dança, algo surpreendente aconteceu. Enquanto Miranda se desvencilhava dos braços fortes e firmes de Devin e rodopiava no salão, uma luz dourada emanou ao redor de seus corpos e do corpo de Devin. A luz, que inicialmente parecia apenas um brilho comum, como o de um feixe de sol refletido em casa, tornou-se única, aumentando à medida que Miranda se aproximava rapidamente de Devin.

Quando seus corpos se encontraram, o brilho explodiu, transformando o salão vazio em um imenso campo com grama cortada e corolas de rosas amarelas caindo sobre eles, formando uma deslumbrante chuva de pétalas. Chris, que antes estava sentado no banco do salão, agora se encontrava sentado na relva, embasbacado com o que via: Devin e Miranda se entreolhando enquanto o mundo ao redor se resumia a um lindo campo florido de relva fina com uma exorbitante chuva de rosas. Logo, ele se deu conta de onde estava: Swingcity!

-Gente! O que está acontecendo? - Pergunta Chris ainda surpreso

Foi aí que, quando os olhares de Devin e Miranda se desencontraram, o mundo em que eles estavam também desapareceu, quase como num piscar de olhos. Logo, aquele vasto campo de grama fina voltou a ser aquele salão imenso com móveis rústicos e uma caixa de som grande tocando os últimos acordes de uma melodia serena e calma.

-Impossível! - Disse Chris ainda assustado e boquiaberto

-O que houve? - Disse Miranda, olhando seu amigo com um semblante aturdido.

-V.... Vocês, estavam dançando e do nada saímos daqui e fomos parar em outro mundo! - Respondeu Chris tropeçando nas palavras.

-Como assim? - Questiona Miranda sem entender.

-Fomos para Swingcity! - disse Devin, surpreso. – Mas como isso é possível? - Devin se questionava e então se aproximou de Miranda. - Até agora, só tivemos relatos de pessoas que foram para Swingcity dançando sozinhas. Nunca ouvimos falar de uma dupla que foi para Swingcity dançando. - disse Devin, ainda atônito. - E o pior, levamos Chris conosco...

Nada fazia sentido naquele momento. Devin seguia aturdido com essa nova informação, que fez com que ele pensasse que seus pais e ancestrais poderiam saber de algo. Ao olhar para Miranda, ele suspirou meio desanimado e disse:

-Eu preciso ir, Miranda. Preciso saber mais detalhes sobre isso. Me desculpa. Nos falamos depois. - O mesmo tropeçava nas palavras à medida que ia se afastando de Miranda, até chegar na porta do recinto, onde após acenar para Miranda e Chris, o mesmo desapareceu por entre as cortinas do portão principal.

-Droga, eu não acredito nisso! - praguejou Miranda, sentando-se ao lado de Chris, que sorriu ao ver Arthur entrando com uma caixa estranha na mão. - O que tem de tão importante nisso? Só fomos para Swingcity, de uns dias para cá já fomos inúmeras vezes! O que tem de errado nisso? - questiona Miranda.

No Compasso do Coração (Degustação)Onde histórias criam vida. Descubra agora