No dia seguinte, o sol dava os primeiros indícios de que estava surgindo, e mais um dia estava prestes a começar. Arthur estava em seu quarto, acordando com o despertador berrando em seus ouvidos, um som ensurdecedor que o arrancou da cama, pronto para enfrentar qualquer desafio que a vida colocasse em seu caminho. O que ele não sabia era que a poucas quadras dali, seu amado estava estirado no chão, sangrando e desacordado, quase sem sinais vitais.
Após levantar da cama, Arthur tratou de fazer sua higiene e se arrumou. Colocou a primeira roupa bonita que encontrou em seu guarda-roupa e calçou um sapato qualquer para sair de casa e ver seu amado. Antes de sair, uma mensagem para Chris com o maior "bom dia" do mundo e um "eu te amo" capaz de fazer qualquer lugar cinza se tornar colorido foram suficientes para deixar Arthur animado. Quando saiu, ele seguiu pelas ruas da cidade, onde parecia que o mundo estava sorrindo para ele.
Pássaros cantando, carros passando para lá e para cá, e o barulho de uma britadeira de um canteiro de obras a alguns metros dali deram o ar da graça naquele dia. Arthur andava tranquilamente pelas ruas até chegar a um beco qualquer, onde viu um garoto estirado no chão. Inicialmente, pensou que poderia ser algum bêbado que não aguentou chegar em casa e desmaiou ali mesmo. No entanto, ao perceber manchas vermelhas de sangue na roupa do garoto, decidiu se aproximar e logo percebeu que não se tratava de um desconhecido qualquer, mas sim de Chris, totalmente desacordado e sangrando.
-CHRIS! - Seu grito ecoou no beco, cuja luz do sol ainda não tinha alcançado para iluminar completamente o local. - AMOR! ACORDA POR FAVOR! - Arthur estava desesperado e não podia acreditar no que estava vendo: seu amado, largado no chão, sangrando com marcas e hematomas por todo o corpo. Rapidamente, ele segurou seu amado sem se preocupar com o sangue que manchava sua roupa e tentou acordá-lo, sem obter sucesso em sua tentativa. - CHRIS, ACORDA POR FAVOR, EU PRECISO DE VOCÊ!
Enquanto tentava reanimar seu amado, Arthur tratou urgentemente de ligar para uma ambulância, que em poucos minutos estava no local. A polícia de Seattle foi convocada, tentando investigar o que de fato ocorreu ali. Quando os médicos colocaram Chris na maca e o levaram, parecia que haviam levado uma parte do mundo de Arthur, que somente chorava enquanto tentava responder às inúmeras perguntas dos policiais. Ao terminar o questionário, Arthur logo se encarregou de correr até o hospital e ligar para Miranda, que, sem entender nada, atendeu.
-Arthur? Está tudo bem? - Ela pergunta, estranhando a respiração ofegante e o som do vento soprando no celular.
-Não! - Arthur não conseguia conter o soluço e as lágrimas que corriam em seu rosto. - Eu acabei de encontrar o Chris...
-Como assim, Arthur? Aonde? - Miranda começou a ficar exasperada. - O que aconteceu com ele?
-Eu o encontrei num beco, sangrando muito e desmaiado. Parece que ele estava lá desde ontem à noite, quando entrei em casa e ele foi embora.
Uma simples frase causou uma explosão de sentimentos em Miranda, um frenesi de emoções que tomou conta de seu corpo e a fez entrar em um desespero total. Seu coração, por um momento, perdeu o compasso, e sua respiração estava ofegante. Lágrimas começaram a brotar de seu rosto, e num impulso, ela se levanta de sua cama, corre até seu guarda-roupa e tenta se arrumar.
-Em que hospital ele foi? Onde ele está? - Miranda perguntava com o celular apoiado no ombro, enquanto colocava outra roupa.
-No hospital central de Seattle, ele está na ambulânciaMe encontra lá! - Arthur desligou o celular e só pensava em correr o mais rápido possível e o mais ágil que seu corpo aguentasse. Não se importava com as pessoas que estavam à sua frente, atravessava faróis vermelhos e até arriscava alguns desvios entre carros em movimento. Tudo para chegar ao hospital o mais rápido possível, o que não demorou muito, pois logo ele adentrou os portões de vidro do "Group Health Cooperative/central Hospital", começando uma imensa e desesperada busca por seu amado.
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No Compasso do Coração (Degustação)
Любовные романыEla... Uma dançarina de mão cheia. Protege com unhas e dentes a ideia de que precisamos de pouco para ser feliz, adora curtir, fazer amizades e experimentar coisas novas, nunca teve sequer uma oportunidade de conhecer o amor verdadeiro, Miranda Wate...