Um (Revisão Completa)

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Ela sentia uma paz interior surreal ao movimentar seu corpo no ritmo da música. Sentia um prazer imenso quando acertava cada passo da dança, por mais lento que fosse. Adorava dançar aquela música, pois se sentia calma, completamente diferente; se sentia nas nuvens, totalmente realizada. Adorava sentir todas aquelas sensações que explodiam em uma só em seu corpo, fazendo com que ela flutuasse no ar, em rodopios e piruetas. Finalizar aquele momento era entediante, pois ela saía de seu mundo imaginário da dança e voltava à sua vida simples e pacata. No entanto, isso não era um problema, pois ela poderia voltar ao seu mundo quando quisesse com um simples toque de um botão.

Miranda Watters era uma garota completamente feliz, embora não tivesse motivos especiais que justificassem tal felicidade. O simples ato de dançar expulsava seu lado ruim, dando lugar a uma nova Miranda. Essa era a Miranda que todos gostavam de ver, aquela que recebia elogios por sua habilidade de ser feliz, independentemente das circunstâncias. Em resumo, era a nova Miranda.

A música cessou, deixando que o silêncio tomasse conta daquela sala enorme. Miranda se ajoelhou no chão e respirou fundo, calma e confiante em si mesma. Seus olhos cor de mel fitavam o chão, enquanto seus dedos finos e macios tocavam aquele chão de madeira rubra. Sua pele clara e macia era delicada; a única coisa diferente em seu rosto era o suor que escorria, depois de alguns minutos calmos e singelos de dança.

E então, a sala foi tomada por outra melodia, diferente da anterior, porém no mesmo nível. Ela se levantou e adentrou em seu mundo, o mundo que a alegrava, que a fazia sentir-se mais leve, feliz e realizada. E tudo o que ela precisava fazer para entrar nesse mundo era dançar!

Enquanto isso na casa de Devin Phillips, o silêncio era perturbador em todos os cômodos da casa, menos no quarto, onde gemidos se ouviam do corredor, o que víamos era Devin com uma garota totalmente desconhecida, ruiva de olhos castanho-escuro, que gemia seu nome a cada estocada que o mesmo dava nela, sem dó, seu rosto demonstrava uma feição meio sombria, por mais que fizesse aquilo pra se satisfazer, não era o que ele queria, mas era o que seu pênis queria! Ele continuava com seus movimentos, ora lentos, ora rápidos e firmes, e enfim se jorrou todo por dentro da camisinha, caindo para o lado da cama e olhando fixamente em seus olhos castanhos.

-Você é incrível! - afirmou ele, sorrindo para a garota de nome Amber.

-Você também! - rebateu ela, sorrindo, e o puxou para um beijo calmo e lento.

Era estranho, por que ele não sentia nada ao beijar ela? Por que ele sentia apenas o gosto doce e quente da boca dela e nenhum sentimento pairava naquele momento? Ele cessou o beijo por falta de ar e se levantou, indo até o banheiro e jogando a camisinha no lixo, ele ligou o chuveiro e sentiu a água molhar seu corpo nu, um vazio rondava sua mente, ele se sentia só, por mais que seduzisse alguma garota para lhe satisfazer, aquela sensação parecia que não ia embora nunca, mesmo com todos os atos infantis e infames as quais cometeu, deixando garotas com o coração partido, e com vontade de sentir o gosto de sua boca fria e gostosa, por mais perigosa que fosse a sensação, ele não ia mudar. Ou iria?

No Compasso do Coração (Degustação)Onde histórias criam vida. Descubra agora