Capítulo II: Insônia

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Os dois caminharam silenciosamente por entre os convidados no salão, enquanto os outros dois convidados se acomodaram em uma das mesas reservadas para eles. Assim que chegaram ao lado de fora do salão, no jardim que ficava em frente ao castelo, os dois começaram a conversar.

- Se me permite um elogio, princesa Hange, vossa alteza é muito bonita.

- Obrigada, príncipe Erwin. Você também é bastante agradável aos olhos. – Hange respondeu. O Jovem príncipe vestia uma roupa característica da realeza, em tons de verde grama com adornados em prata que combinavam muito bem, uma calça branca e botas pretas até os joelhos, seus cabelos muito bem penteados e divididos para o lado, e seus olhos azuis eram penetrantes.

- O que costuma fazer nos seus dias, princesa?

- Ah, acho que o que toda princesa faz... aprendo sobre artes, música clássica, bordado..., mas tudo isso é chato, o que eu gosto mesmo é de lutas com espadas e arco e flecha. Adoro caçar, e me considero muito boa nisso.

O loiro olhou incrédulo para a moça ao seu lado.

- Sério?

- Qual o problema?

- Nenhum! É que geralmente as moças não se dedicam a essas áreas mais... masculinas.

- Talvez você só tenha conhecido moças ômegas, que estão acostumadas a serem fracas e submissas. – Rebateu. - Eu sou uma alfa. Lutar está no meu sangue, e eu gosto disso. Não quero ser uma donzela indefesa, eu sou forte e sei me defender, porque meu pai fez questão que eu e minha irmã aprendêssemos, e eu peguei gosto por isso.

- É, você parece ser uma moça forte, mesmo. E eu admiro isso em você, apesar de estarmos nos conhecendo agora. Já eu... bom, querendo ou não, nosso reino é bem incomum, como a senhorita já sabe. Foi difícil para minha família se impor como um reino importante sendo um clã ômega, mas com nossas riquezas, inteligência e estratégia, nos tornamos um dos reinos mais ricos e poderosos do mundo. Abaixo apenas do seu reino, claro.

- Isso é realmente impressionante. Mas nós não mais somos os mais ricos. Até porque se fôssemos, eu não precisaria estar com você aqui, agora. – falou, sem rodeios.

Os dois continuaram o passeio sob a luz da lua em silêncio por alguns momentos, e depois, o jovem príncipe disse:

- Olha, Princesa Hange... eu sei que as coisas são complicadas. Já tinha ouvido falar de sua bravura e voracidade, e pensei que provavelmente estaria contra nosso noivado.

Hange fitou os olhos azuis do mais alto, e disse:

- Sim, eu não estou a favor. Mas esse é meu dever como herdeira, e não vou decepcionar meu pai e nem o meu povo.

- Tudo bem, eu entendo que ser forçada a fazer algo que não goste realmente é frustrante, e isso só faz com que eu a admire ainda mais, por não desistir nestes momentos onde precisamos fazer sacrifícios. Mas eu espero de coração que esse casamento dê certo. Espero que possamos nos dar bem, e espero que me dê a oportunidade de tentar conquistar seu coração.

[...]

Os três homens ficariam hospedados no castelo da realeza pelos próximos dois meses, que seria o tempo necessário entre os preparativos do casamento e a cerimônia propriamente dita. Eles foram devidamente alocados em seus aposentos na mesma noite, enquanto Hange, depois da caminhada com o príncipe, do pedido formal de casamento e do fim da festa, foi para seu quarto.

Tirou seus sapatos que tanto lhe apertavam os pés, sentindo-se aliviada ao sentir o frio do chão debaixo deles. Tirou seu vestido e suas roupas íntimas e foi para o banheiro, entrando na banheira que já se encontrava cheia e com seus sais de lavanda, seus preferidos. Se recostou na banheira e levantou sua mão para observar o anel de noivado que ganhara de Erwin. Uma bela joia, de fato, mas se pudesse escolher, Hange não a teria em seu dedo.

Duty Against Desire - Hange x Levi - ABOOnde histórias criam vida. Descubra agora