Capítulo XVII: Marcas

229 28 84
                                    


Hange acordou de manhã cedo, se sentindo mal e com o corpo meio dolorido por ter passado a noite toda no chão. Olhou para a cama e viu que Erwin não estava mais lá. Foi até o banheiro, fez suas higienes, e logo depois, alguém bateu em sua porta. ela abriu, e viu sua amiga.

- Hange, bom dia! – falou, entusiasmada, mas depois mudou sua expressão alegre para uma mais desgostosa ao fitar o rosto da princesa. – Nossa, mas você está péssima.

- Ah... eu tive uma noite ruim, só isso. Acordei algumas vezes na noite por conta de alguns sonhos ruins. – mentiu.

- E... como vocês estão? – a amiga perguntou, um pouco mais íntima, chegando mais perto da acastanhada como se não quisesse que ninguém ouvisse o que ela falava, mesmo que não houvesse ninguém por perto.

- Estamos bem. – Sorriu fraco para a amiga. – Ele... é uma boa pessoa. Estamos tentando aos poucos. Ele... é gentil.

Era difícil para a princesa mentir tão descaradamente. Primeiro, por ser pra sua melhor amiga. Segundo, por dizer que Erwin era um homem bom, coisa que era completamente o oposto. Para seu alívio, a loira pareceu acreditar na sua mentira.

- E você e Levi? Já se despediram?

- Ele não vai embora.

- Hange...

- Nanaba, chega!!! – gritou com a amiga, já sem paciência. – Eu não quero ouvir você falando sobre isso, entendeu? Eu sou adulta, eu faço o que eu quiser da minha vida, e eu não quero ouvir seus conselhos, entendeu? Não se meta mais nisso, eu já estou cheia!

Nanaba se assustou com a rudez da amiga. Hange sempre foi sim, um pouco agitada e meio impaciente, mas a princesa nunca havia tratado a beta daquele jeito. Hange sabia que havia pegado pesado nas palavras, principalmente quando viu os ombros da amiga caírem, mas sabia que era melhor assim. Quanto mais afastadas as duas ficassem, menos risco de Nanaba descobrir o que realmente acontecia.

- Tudo bem, princesa Hange. Com licença, vou me retirar. – disse, com uma expressão séria. Virou as costas, e saiu do quarto da princesa, batendo a porta forte ao sair.

- Me desculpe, Nanaba. Tem muita coisa em jogo. – disse, mesmo sabendo que sua amiga não poderia escutar.

Hange passou o dia inteiro sem ver o seu marido, e agradeceu aos céus por isso. Não queria vê-lo nem estar na presença dele mais do que o necessário, mas também estava preocupada. Não sabia se ele tramava algo, nem se ele aceitaria Levi ficar em Paradis.

Teve sua resposta à noite, quando encontrou Levi nos jardins.

- Hange, eu não sei o que você fez, mas eu vou ficar! Meu pai disse que eu deveria ficar aqui no castelo!

Aquilo acalmou o coração da princesa. O abraçou forte, sorrindo enquanto cheirava o cabelo do menor.

- Ai, isso é tão bom, Levi...

- O que você fez? – ele perguntou com o rosto alegre, completamente feliz de não ter que se separar de sua amada.

Lembrou do acordo que propôs ao Erwin, e um frio percorreu sua espinha. Engoliu em seco, sabendo o que a esperava. Decidiu não contar a Levi, ao menos não naquela hora, ele estava feliz demais pra ela estragar sua felicidade dizendo qual o preço que ela pagaria para a permanência dele consigo.

Mas por pior que fosse, sabia que valeria a pena.

- O que eu disse que faria, meu amor. Usei meu encantamento no seu pai, quando conversei com ele ontem. – Não era mentira, mas também não era toda a verdade.

Duty Against Desire - Hange x Levi - ABOOnde histórias criam vida. Descubra agora