Capítulo XXV: O Sangue dos inocentes

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Hange levou as duas mãos à boca ao ver a cena. Se aproximou do corpo junto de Levi, os dois incrédulos do que estavam vendo. O loiro ainda estava com os olhos abertos, as pupilas dilatadas, sem vida. Estava sem camisa, e seu tórax e braços estava repleto de cortes, que pareciam ter sido feitos pela espada da princesa, que estava encravada no peito de Erwin, além de um corte em seu pescoço, o provável causador da poça de sangue que estava em cima da cama.

Ao ver aquela cena, Hange não conseguiu deixar de abrir um sorriso pequeno e quase imperceptível. Se fosse qualquer outra pessoa, ela teria ficado triste, teria talvez chorado em luto, mas era Erwin. A única coisa que ela pensava era que queria ter sido ela a pessoa a fazer aquilo com ele.

Ao mesmo tempo, se sentiu mal por pensar em algo tão ruim assim, por comemorar a morte de alguém, mas ela não podia dizer que não tinha motivos para pensar assim. Apenas suspirou aliviada ao ter a plena certeza de que, como Levi havia dito para ela há uma hora atrás, ele nunca mais tocaria nela.

Levi olhava para o meio-irmão sem nenhuma emoção. O odiava tanto quanto se pudesse quantificar, e no fundo de seu âmago se sentiu aliviado por ele agora estar morto.

"Não foi nada além do que ele merecia", pensava o menor.

Hange levou uma de suas mãos até a espada, segurando-a pelo cabo e sentindo a rigidez dela, e depois de alguns momentos ali, os dois ouviram um grito que vinha da porta do quarto, que ainda estava aberta.

Assim que os dois olharam, viram o pai da princesa, com o rosto aterrorizado.

- Pelos deuses! Hange, o que você fez?! – ele perguntou, atordoado, entrando rapidamente dentro do quarto.

- Pai! E-eu não fiz nada, eu acabei de chegar, ele já estava morto!

- Meu filho, morto?

Outra voz, e mais uma vez, um choque. O pai de Levi e Erwin estava ali parado na porta. com os olhos arregalados, chegou perto do filho, e vendo o seu estado, virou sua ira contra a princesa e seu outro filho ali presente.

- Rei Smith?! – Hange falou, incrédula. Não sabia que o seu, até então, sogro, viria para Paradis, e isso só piorava tudo.

- Erwin me disse que vocês poderiam estar juntos, mas eu não quis acreditar. Não podia acreditar que você fosse capaz de fazer isso com seu próprio irmão, Levi! – o Rei circulou rapidamente a cama, apertando Levi pelos braços e o sacudindo, o rei já tinha lágrimas nos olhos. – Como você teve coragem de matar seu irmão tão brutalmente assim?!

- Pai, eu não o matei, eu juro pela minha vida!!! – respondeu, desesperado.

- E então por que os dois estavam aqui? Por que a princesa estava segurando a espada que está encravada no peito do meu filho se vocês não têm nada a ver com isso?

- Majestade, Levi não fez nada! Nós não estávamos aqui! – Hange dizia, suplicante, e depois olhou para seu pai. – Pai, por favor, você tem que acreditar em mim! Eu não o matei, eu não matei o príncipe Erwin!

O caos estava instalado naquele cômodo. O pai de Erwin e Levi estava transtornado pela recente perda do filho mais velho e herdeiro, e as circunstância das quais Hange e Levi tinham sido pegos não os ajudavam a sair inocentes daquela situação. Hange implorava para o pai que tanto ela quanto Levi eram inocentes, e seu pai queria acreditar na filha, nunca achou que sua filha mais velha seria capaz de fazer algo dessa magnitude, ainda mais por tudo entre os dois parecer bem, tanto sua filha quanto seu marido pareciam estar felizes juntos.

- A morte do meu filho não ficará impune, mesmo que tenha sido você quem o tenha matado, Levi!

- Pai, eu não o matei! Por que não acredita em mim? – Levi estava desesperado, não queria que seu pai o odiasse por algo que ele não fez.

Duty Against Desire - Hange x Levi - ABOOnde histórias criam vida. Descubra agora