Capítulo V: Passeio

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Na manhã seguinte, depois do café da manhã, Hange saiu do castelo e foi em direção à carruagem, onde Erwin já estava a esperando. Ele deu um sorriso caloroso para a princesa, que retribuiu com um sorriso delicado, e segurando na mão do príncipe para subir na carruagem. O tempo estava frio, ainda nevava naquela época, mas o inverno já estava no fim.

- Queria escolher nossa rota, príncipe Erwin.

- Claro, princesa. Onde quer ir?

- Na cidade. Quero que conheça o reino do qual você governará ao meu lado, um dia.

- Acho que é uma boa ideia. – respondeu ele, com um sorriso.

"As bochechas desse homem não ficam doloridas no fim do dia de tanto sorrir? Com certeza ficam." - pensou ela.

A carruagem saiu do castelo e seguiu pela estrada em direção da cidade mais próxima, Stohess.

Seguiram o caminho em silêncio, apenas ouvindo os sons do ambiente. Hange, mesmo sem querer, ainda estava com a mente distante, pensando no que tinha lido nos livros, no que tinha sentido dias atrás, e em como se sentia perto do moreno de olhos cinzentos. Ela observava Erwin, e via que os dois eram bastantes diferentes, e não só na aparência. Levi parecia ser um jovem reservado, um pouco mais calado e recluso, enquanto Erwin parecia sempre se esforçar em se dar bem com todos, ser uma pessoa agradável e prestativa, super simpática, tanto que às vezes, Hange duvidava se ele era realmente tudo isso que demonstrava. Esperava que sim, pois por mais que não quisesse ser sua esposa, isso já estava certo, e não deveria ser nada bom ser casada com um homem ruim.

Assim que chegaram em um ponto da cidade, Hange pediu para o cocheiro parar a carruagem, para que seguissem o caminho a pé.

- Mas princesa, isso não é perigoso? – Erwin alertou, e parecia levemente assustado.

- Não tenho medo do meu povo, príncipe Erwin. Você tem medo do seu? – Perguntou, olhando de cima para ele.

Ele desceu da carruagem e estendeu a mão para ela, afim de ajuda-la a descer, e ela aceitou.

Os dois caminharam pelas ruas, e Erwin observava tudo com atenção. Observava o quanto a princesa caminhava por aquele povo, como cumprimentava todos, e como todos ali a olhavam com admiração.

- Um dia nós seremos rei e rainha deste povo, Erwin, então acredito que você já deva ir se acostumando com eles. E espero que não sinta falta da sua antiga casa. – Dizia ela em um tom sério, irredutível como sempre. Ele sabia que ela seria difícil de dar o braço a torcer para ele, mas ele continuaria se esforçando. Havia muito em jogo, e ele não estava disposto a perder.

- Bom, eu acredito que seja natural sentir falta de onde nasci e cresci, de meus pais e de meu irmão que ainda é bebê, mas este, como vossa alteza disse, será o meu povo. Não quero ficar olhando para trás, apenas para frente, para o futuro.

Hange foi parada várias vezes pelas pessoas, que a abraçavam e a felicitavam pelo noivado, ela gentilmente agradecia.

- Você gosta de crianças, príncipe? Há um lugar que eu visito todo mês, e quis vir aqui hoje com você para que você fosse até lá comigo.

- Sim, eu gosto muito de crianças. Espero ter muitos um dia.

Hange olhou para o ômega loiro, e ele esboçava um sorriso suave para ela. Ela ficou sem jeito e logo desviou o olhar, fechando os olhos por alguns momentos ao assimilar a informação de que ela seria mãe desses filhos. Não queria, mas não tinha escolha.

Chegaram até o orfanato do reino, que era mantido com a fortuna da família real e os impostos da população mais rica do reino, além de doações de outras famílias de prestígio em Paradis. Haviam muitas crianças abrigadas ali que eram vestidas e alimentadas graças à família de Hange, e principalmente dela, que lutou para que o orfanato não tivesse sido cortado da ajuda quando a situação econômica do reino começou a ficar ruim.

Duty Against Desire - Hange x Levi - ABOOnde histórias criam vida. Descubra agora