Toda forma de amar conta à história de Otto. Desde muito novo Otto carrega uma vida cheia de mentiras, um acontecimento em sua antiga escola faz o mesmo querer sair daquele local. Mas Otto não imaginaria à reviravolta que sua vida teria tão rapidame...
— Demorou para chegar hoje meu filho. — Falava minha mãe e quanto eu passava pela porta de entrada.
— Não minha mãe, meu horário está certo eu sempre chego essa hora, mas por quê a pergunta? Aconteceu algo? — Questiono enquanto retirava minha mochila da minhas costas.
— Não aconteceu nada Otto, eu só estou perdida no tempo, como foi seu dia na escola? Fez algum novo amigo? — Minha mãe coloca o jornal que folheava em cima da mesa de centro e se levanta.
— Foi normal mãe, eu conheci duas pessoas, a Bianca e se eu não me engano o Filipe, ele é cadeirante e estava chorando no banheiro, conversamos e eu tentei ajuda-lo, ele aparenta ser uma boa pessoa. — Claramente escondo minha ida para a direção.
— Que bom meu querido, quando vocês tiverem mais próximos tragam-os aqui em casa para um almoço, agora eu preciso resolver umas pendências, o almoço está feito, caso já esteja frio esquente no micro-ondas.
Com um beijo em minha testa, minha mãe sai com uma maleta preta em sua mão. A curiosidade teria que morrer comigo mesmo pois eu não questionaria a Dona Márcia. Entro em meu quarto me lançando em minha cama fazendo meus músculos relaxarem um pouco. O resultado foi um sono profundo.
Acordo com minha barriga roncando, meu despertador marcava 16:00 PM. E pelo jeito eu estava sozinho em casa pois ninguém veio me acordar. Vou finalmente almoçar a comida que minha mãe deixou pronta mais cedo, que por sinal muito gostosa.
— O dia está lindo para uma caminhada. — Penso enquanto coloco o prato no armário. — É Otto, não tem nada para fazer, vamos nós movimentar né? — Falo com meus botões.
Com meus fones no volume máximo, fico olhando as árvores trocando de coloração e o céu em um lindo tom azul, passava à ter uma coloração alaranjada com alguns pontos rosa. Sento-me no gramado é me ponho à admirar aquele fim de tarde.
— O céu está tão lindo hoje! Não acha? — Um garoto que eu nunca havia visto antes senta-se ao meu lado.
— Desculpe. Falou comigo? — Retiro meu fone para poder escuta-lo melhor.
— É só você que está ao meu lado não é mesmo? — Deu um leve sorriso de lado — Deixe-me apresentar, eu me chamo João, qual o seu nome? — Pergunta estendendo sua mão em minha direção.
— Nome bonito João, eu me chamo Otto, e não tenho apelidos. — Seus grandes olhos eram escuros como uma noite que deixava-o um tanto quanto atraente.
— Por que me encara Otto? Tem algo em meu rosto? — O mesmo questiona me fazendo sair daquele transe de segundos que eu entrei.
— Não foi nada João, eu apenas dei uma voada em meus pensamentos, mas voltando ao assunto quantos anos você tem? Desculpe ser invasivo mas só pelo modo de termos nos conhecido acho que já dá uma certa liberdade para isso.
— Eu tenho dezoito anos Otto, estou no último ano do ensino médio, não que tenha perguntado. É você? Tem quantos anos e onde estuda? — Questiona olhando em meus olhos o que me deixa um pouco desconfortável, sinto meu rosto esquentar então redireciono minha visão para outro canto.
— Eu também tenho dezoito, é também estou no meu último ano, eu estudo no Colégio Vicente Oliveira. — Volto meu olhar em sua direção.
— Essa cidade é mesma pequena, coincidência ou não estudamos na mesma escola, mas não me lembro de vê-lo por lá! Você é novo na escola?
— Olha que interessante, sim, eu sou novo na escola, talvez por isso não tenha me percebido pelos corredores. — Falo suspirando enquanto imagens vem na minha cabeça, imagens que me lembrava o motivo de eu ter mudado de escola.
— Farei isso mudar então, serei seu amigo, claro se você quiser. — João bagunça meu cabelo.
— Eu acho uma ideia válida, já que até então minha única colega ali na escola é a Bianca.
— Bem Otto, está ficando um pouco tarde é eu preciso voltar para casa, mas antes você poderia me passar seu Instagram? — Fala João estendendo seu telefone em minha direção.
Voltando para casa, me pego pensando em como as coisas são, em minha antiga escola eu era totalmente sozinho, agora em menos de uma semana consegui fazer três amigos, claro se o Filipe me considerar também um amigo dele.
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