Capítulo 09| O toque

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Leia ouvindo| Black Water Lilies — Aurora

Leonam Rodrigues

Aqueles aparelhos pelo corpo dele me partiam o coração. Eu não sabia o que estava acontecendo comigo, mas me parece que estou revivendo um momento da minha vida no qual eu não vivo há muito tempo, ele estava parecendo o Lucas.

Seguro em suas mãos deixando lágrimas rolaram por todo meu rosto. O barulho daqueles aparelhos só pioravam a situação, já se passaram dois meses que o mesmo se encontra assim, até então nunca deixei de vim vê-lo, seja depois da aula, ou para dormir.

Ouço uma leve alteração no barulho que o aparelho emitia. Olho rapidamente para aquele tela para verificar a saturação do mesmo, que se encontrava um pouco alterada.

— O que aconteceu? Onde estou? — Escuto aquele leve sussurro de uma voz grogue me fazendo perder as forças de tamanha surpresa.

— Otto, você acordou meu Deus, espere vou chamar um médico! — O mesmo assente enquanto eu saio correndo pelos corredores atrás do médico que atendia o Otto.

Enquanto corria pelos corredores, começo à agradecer mentalmente por minhas preces serem ouvidas, a felicidade tomava conta do meu  coração.

Otto Alencar

Minha cabeça estava extremamente pesada, meu corpo todo doía parecia que meus ossos estavam sendo quebrados brutalmente. Meus olhos estava tentando se acostumar com a luz do ambiente que eu estava.

Após uma bateria de exames pude ficar sozinho ali naquele quarto, não completamente sozinho pois Leonam ainda se fazia presente, não tinha se afastado em nenhum momento do meu lado.

— Como está se sentindo Otto? — O mesmo pergunta segurando lentamente minha mão.

— Eu estou me sentindo um pouco cansado, parece que eu lutei com cem pessoas é claramente saí perdendo.

— Seu bobo, é normal se sentir cansado, aliás você teve que lutar um pouquinho, mas relaxa que não foi com cem pessoas.

Solto uma leve gargalhada deixando aquele clima hospitalar um pouco mais leve.

— Otto você dormiu mais do que deveria sabia, agora vai ficar sem sono por bastante tempo. — Leonam fala alisando minha mão, o que me faz olhar em direção a elas.

— Me desculpe eu não queria ser invasivo.

— Não tem problemas eu estava gostando pode continuar. — Ele me olha um pouco surpreso, mas logo pega minha mão e começa a fazer movimentos como se desenhasse.

— Você não deveria está na escola dando aula senhor Leonam?

— Acho que você está sem noção de espaço tempo, já são mais de quatorze horas Otto, terminei minha aula é vim aqui ficar com você para que sua mãe pudesse descansar um pouco, mas relaxe, ela já está ciente que você acordou.


Alguns dias depois

Eu finalmente havia recebido alta, porém ainda precisava de bastante repouso, agora já nos encontrávamos em abril, ou seja eu havia perdido muito tempo de aula na escola, mas ficou bem claro para mim que eu não deveria me preocupar.

As visitas de Leonam passaram à ser menos frequente, já que agora eu me encontrava em casa, mas o mesmo arrumava um modo de vim me ver, o interessante era o carinho que eu havia criado pelo mesmo, era algo recíproco, mas mesmo sendo recíproco eu tinha uma certa interrogação sobre esses sentimentos.

Minhas aulas começariam novamente para mim na segunda-feira, pois domingo meu atestado acabaria a validade. Então eu tinha que voltar ao meu modo monótono de ser.

— Filho você temos visita, quero que conheça uma pessoa, estarei esperando você na sala, tente não demorar muito. — Minha mãe fala do outro lado da porta.

Leonam Rodrigues


— Professor Leonam, espere. — Escuto uma voz de algum aluno, viro-me e encontro João vindo em minha direção.

— O que deseja João? Alguma dúvida em relação a matéria?

— Não professor, eu só queria saber se você tem alguma notícia do Otto, eu não tive contato com ele nesses dias, estou com saudades sabe como é né?

— Por que você não vai visitá-lo na casa dele ao invés de ficar perguntando, faz tempo que o mesmo saiu do hospital. — Respondo um tanto quanto rude, fazendo o mesmo me olhar com os olhos arregalados. — Desculpa, eu não queria ter sido rude com você.

— Eu que peço desculpas, você está certo eu que fui um péssimo amigo. Com licença. — João ia saindo é aquela sensação de ter feito besteira me dominou.

— João? — O chamo fazendo o mesmo se virar em minha direção. — Ele estará na escola novamente segunda-feira.

O mesmo assente com a cabeça dando um largo sorriso, e sai andando pelo corredor

— Eu tenho que parar de sentir ciúmes do que não é meu. — Sussurro para mim mesmo.

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