Capítulo 11| Por Amor

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Leia ouvindo| Monstros — Jão

Otto Alencar

Dormir estava sendo mais complicado que o normal, minha mente passou a madrugada toda tentando assimilar todas informações que eu recebi naquela manhã. O fato de eu ficar virando de um lado para o outro estava deixando cada vez mais agoniado e frustrado. Meu relógio marcando duas da manhã só piorou a situação.

Levanto da minha cama colocando meu cobertor sobre meu corpo para que o frio não ficasse mais intenso do que de fato estava.  Caminho lentamente até minha varanda me sentando por ali mesmo pelo chão, o vento frio vindo de encontro ao meu rosto arrepiava minha pele.

— Minha vida toda foi uma grande mentira, tudo por causa do amor doentio da minha mãe. Nem de amor isso pode ser chamado. — Sussurro olhando as estrelas.

Penso um pouco alto deixando essa frase sair aos poucos de minha boca. Logo pude sentir o peso que à mesma trazia consigo, é novamente o medo começou a consumir meu corpo e a rejeição estava por toda parte de minha mente.

— O que será de mim quando ela descobrir? — Pergunto ainda com os olhos fixados nas estrelas, a pergunta foi mais para elas do que para mim.

Flashes de memória vem em minha cabeça onde em quase todas Leonam estava, sua preocupação comigo, o cuidado no hospital e como o mesmo foi tão atencioso em um momento delicado da minha vida.  Uma sensação de calmaria me trouxe um aconchego, como se todo aquele mar de sentimentos estivesse sido acalmado com um toque de amor.

— Pois é Leonam, você tem movimentado alguma coisa aqui no meu peito.

Eu consegui dormir, eu consegui concentrar todos meus pensamentos naquela sensação boa e com isso o sono foi se apossando de meu corpo. Volto para minha cama e me entrego à um sono calmo.

Naquela manhã

— Mãe qual foi o motivo pelo qual meu pai foi embora? — Pergunto sem ao menos dá bom dia, sentando na mesa com o café da manhã posto.

— Como assim, meu bem? — Ela para de tomar seu café da manhã e meu padrasto sorri com sarcasmo.

— Porque ele não é digno do amor da sua mãe. — Meu padrasto responde.

— A pergunta foi para minha mãe! Não se meta onde não é chamado. — Retruco lançando um sorriso nada gentil para ele.

— Olha o respeito nessa casa, os dois podem parar, estão grandes demais para essas trocas de farpas — Repreende minha mãe enquanto lançava um olhar mortal para nós.

— Responde mãe, por que o papai foi embora? Por que ele nós abandonou? — Algo estava preso em minha garganta e eu não entendia exatamente o que era.

— Otto o seu pai me traiu com uma amiga minha próxima, ele traiu minha confiança e foi um momento muito triste para ambos, com isso a separação se tornou algo necessário, eu não queria ficar conhecida como uma chifruda.

— Eu entendi mãe, mas eu preciso saber a verdade verdadeira. Qual foi o real motivo por ter expulsado ele de casa? — As lágrimas começaram a descer lentamente pelo meu rosto, mas seco-as rapidamente pois não queria demonstrar fraqueza. Não naquele momento.

— Você está começando a me irritar Otto, você sabe muito bem o motivo, não sei o para que tantas perguntas, eu não aceitaria um monstro na minha casa eu nunca aceitaria, o seu pai Otto, ele é mais um desses doentes que ficam com outros homens. Seu pai é um monstro Otto!

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