Quem me vê agora, voltando para casa, com as mãos e as roupas sujas de sangue, não sabe por tudo que já passei para estar nessa posição. Quando nasci, minha vida e meu destino já estavam traçados. Não temos muita opção quando nascemos em uma famiglia da máfia. Você será o herdeiro dos Bonaventura, sem choros e sem lamentações de nenhuma parte, foi o que eu ouvi e tive que acatar. Aceitei o meu destino e fui crescendo nessa poderosa famiglia da máfia italiana, aprendendo que eu seria o maior e o melhor. Os métodos para se alcançar esse lugar não são nada ortodoxos. Eu não tinha escolha quando me davam uma arma na mão e me mandavam matar um animalzinho indefeso ainda criança, muito menos podia abrir minha boca para protestar quando meu pai ensinava como criar resistência a tortura. Quando meu irmão, Tommaso, nasceu, achei que tudo mudaria, afinal, éramos irmãos e duas pessoas deviam dividir a carga igualmente. Descobri da pior maneira possível que a carga mais pesada continuava sendo a do primogênito e eu ainda tinha que protegê-lo de alguma forma, das maldades do meu pai, cada vez mais desumanas. Com todas essas responsabilidades, não pude ser muito diferente do velho. Don Bonaventura, meu pai, somente afrouxou o cerco quando Nina, minha irmãzinha querida, nasceu. Meu pai passou a ser um homem menos taciturno, menos duro, deixando cada vez mais o poder em minhas mãos. Foi nessa época que minha mãe adoeceu e a maldita doença a levou, que vi a sua total transformação. De um homem que acreditava que o poder era invencível, em um homem descrente do mundo, alheio ao que acontecia ao seu redor. Foi o amor que derrotou o meu pai, amor que ele sentia, mas que nunca nos deixou sentir, nos fazendo sua imagem e semelhança. Quando ele morreu, atingido por um inimigo, provavelmente ciente da sua desistência da vida, acabei assumindo totalmente o seu lugar e não podia mostrar nenhuma fragilidade para não ser engolido pela máquina mafiosa, pois tínhamos e temos muitos inimigos de olho no patrimônio e no alto poder que nosso sobrenome tem.
Hoje eu, Rico Bonaventura, com trinta e quatro anos, sou o homem mais poderoso da máfia italiana. O império triplicou ao longo dos últimos anos e Tommaso é o meu homem de confiança, meu consigliere, junto com muitos capos, soldados e associados. Nina é uma bela moça que completa vinte anos nessa primavera e que vive em uma redoma, protegida até o último fio de cabelo, porque falhei quando ela completou quinze anos e não pretendo falhar outra vez. Se tem uma coisa que eu prezo nessa vida é minha famiglia e minhas obrigações como Don dos Bonaventura.
Com toda essa vida perigosa e arriscada, acabei focando apenas na sobrevivência dos nossos, em criar alianças poderosas, em aumentar o império. Mulheres para mim estão em segundo plano, servem apenas para diminuir minhas necessidades masculinas. Não gosto de seduzir, por isso procuro participar de eventos e festas exclusivas apenas com o intuito de foder com aquela que escolho. Elas estão ali para isso, buscam somente sexo, apenas uma noite, sem nenhum compromisso pessoal. Não são mulheres que ganham a vida com isso, são mulheres em busca de algo diferente e excitante. A grande maioria possui dinheiro e até fama, o que transforma essas festas em lugares seletivos e de muito bom gosto. Meu único compromisso é com a máfia e, futuramente, com a minha esposa que virá do meio em que vivo, como acontece com muitas gerações, porque sei que preciso ter um herdeiro para o nosso império. E esse herdeiro terá circulando em suas veias, sangue de uma família que sempre esteve lutando ao lado dos Bonaventura e que tenha as mesmas ideias. A máfia é soberana, é ela que dá todas as cartas na vida de um Don.
O bom desses eventos é que ninguém sabe da vida de ninguém, poucos sabem que estão diante de um mafioso perigoso. Poucas pessoas sabem do meu título, somente as que têm um conhecimento do meu meio. Sabem sim, que eu sou importante, tenho dinheiro, tenho poder, mas não sabem de onde vem tudo isso. É nesses momentos que gosto de ser eu mesmo, sem ter que dar satisfações para ninguém. Às vezes, uma ou outra pessoa desavisada aparece nessas festas e tem o atrevimento de me enfrentar. Foi em uma dessas festas, especificamente em Paris, que encontrei uma delas. Senhorita Christie Miranda não foi avisada que Rico Bonaventura quando escolhe uma mulher para foder, só sairá de suas garras quando ele assim determinar.
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MEU MAFIOSO FAVORITO
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