CAPÍTULO 3

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Fecho a porta do quarto e meus homens ficam alertas.

― Está tudo bem, rapazes. — Começo a caminhar pelo corredor e eles andam a uma distância de mim. Pego o cartão do meu quarto, que fica a três portas do dela, passo no leitor e entramos. Rapidamente, eles andam por todo o quarto, olhando em todos os cantos e dão o sinal de que tudo está limpo.

― Podem descansar agora, mas fiquem alerta para o caso de qualquer problema acontecer.

― Sim, Don. Bom descanso. — Fecho a porta e caminho até o banheiro, tiro a roupa e entro na ducha. Ainda não entendi o motivo pelo qual essa mulher mexe tanto comigo, a ponto de sair do meu país para vê-la. Não gostei nada de termos um amigo em comum. Não quero nenhum problema para meu amigo, Brian Wash. Desde que nos conhecemos em alguns eventos em Milão, temos uma relação bastante amigável. Precisei falar para ele sobre a minha posição, por causa de um acontecimento que presenciou, mas ele não me recriminou, pelo contrário, ficou do meu lado e estreitou mais ainda nossos laços. Creio que os acontecimentos de ontem possam ser um problema para nossa amizade.

Deito-me na cama, ainda com a sensação do corpo dela junto ao meu. Isso que eu fiz é sinal claro que estou falhando miseravelmente no controle das minhas ações. Aceitar um convite para uma festa do outro lado do hemisfério, simplesmente pela possibilidade de foder com uma mulher que já esteve em minha cama, não foi a melhor decisão que eu tomei. Achei que descobriria que essa decisão era ridícula e acabei me deparando com um nível altíssimo de satisfação sexual. Cazzo...

O que está acontecendo, deve ter uma explicação para todos esses atos sem base nenhuma. Fecho os olhos, tentando descansar um pouco, meu voo é logo pela manhã e não quero correr o risco de encontrar a senhorita Miranda no corredor. Descontrolado do jeito que estou, se colocar os olhos nela, sou capaz de não agir como deveria. Não me lembro de agir assim desde que me entendo por gente.

O voo de volta para casa me ajudou a refletir e a tomar a decisão que essa obsessão pela Christie não me representa. A viagem até o Brasil foi produtiva, apesar desse pequeno deslize, e os dias que se passaram depois dela serviram para colocar a minha cabeça no lugar e focar nas minhas obrigações como Don dos Bonaventura.

Vou até um parceiro da famiglia e assim que entro no carro, já a caminho de casa, o celular toca.

― Fala, Tommaso.

Rico, você precisa ir até o limite do Romano, eu não consegui resolver sobre a entrega programada para hoje. Parece que tem alguém rondando o barracão deles e estão com medo de que esteja de olho no carregamento de armas.

― Que merda, Tommaso. Porque sempre tenho que resolver os problemas do Enrico. Acho que vamos ter que trocar de associado. Quando não é isso, é briga entre eles. Estou indo para lá. ― Dou ordem para mudarem a rota. ― E nossa irmã?

Dormindo como um anjinho, Rico. Obrigado por deixá-la sair com suas amigas. Ela foi dormir feliz.

― Que bom. Sei que ela sofre, Tommaso, mas sabe que é para a nossa segurança.

E a mulher que você conheceu naquela noite? ― Tommaso sabe que a brasileirinha chamou a minha atenção.

― Já passou, ficou no passado. Fique de olho e reforce a segurança.

Stai atento, Rico. ― Desligo o celular e calculo que demorará trinta minutos para chegar aos limites do Romano.

Pego-me pensando nela. Nunca presenciei uma mulher tão arisca. Desde que coloquei os olhos nela, sua beleza e sua segurança me atraíram. Ela não quer ser domada, ou melhor, ela acha que não quer ser dominada. Eu descubro que quero domá-la. Ainda mais agora que meus informantes descobriram que ela virá com sua amiga e viverá aqui em Milão, que nossos caminhos podem se cruzar a qualquer momento, que eu posso controlar os seus passos e anteceder os seus movimentos.

E depois, Rico? Vai fodê-la por um tempo e jogá-la para os leões?

― Chefe, chegamos. ― Meu segurança precisa me tirar do devaneio e isso nunca acontece. Sempre estou alerta.

Que grande merda.

― Estão esperando o quê, seus incompetentes? Prestem atenção em qualquer movimentação. Vou falar com Enrico. ― Descemos e volto ao meu status de chefe da máfia italiana, Rico Bonaventura.

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