CAPÍTULO 4

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Eu não me arrependo de nada que fiz nessa vida. Esse é um lema que sempre respeitei. Se me arrependesse das coisas erradas que fiz, com certeza, não estaria agora voando para Milão, cheia de expectativas sobre o meu futuro e minha carreira. Tessália, minha amiga e companheira, conquistou um espaço em Milão para exercer sua profissão e me levou junto com ela para ser sua assistente pessoal. Claro que ela também encontrou por lá o seu amor de uma vida, o homem que ela ama desde a adolescência, e unir o útil ao agradável é algo excepcional. Estou muito feliz por ela, sua felicidade sempre foi a extensão da minha.

O único medo e o que me faz repensar se estou fazendo a coisa certa nesse momento, é que estarei no mesmo país daquele homem. Um mafioso extremamente controlador e que atingiu tão rápido um pedaço do meu coração há muito tempo indisponível. Eu só cheguei nessa situação porque me sentia incompleta em Nova Iorque, há dois anos, querendo sentir algo que eu ainda não tinha vivido e que desde aquela festa que fui com a modelo Nara Filardis, achei que era realmente o meu destino. Somente o prazer, a busca do prazer, sem nenhum envolvimento emocional de nenhum tipo. Eu realmente me encontrei naquele dia...

Sempre me considerei uma garota normal. Dessas que vão à escola, estudam para ser aprovada, tem vários amigos, é descolada com os rapazes. Não vou dizer que fui a certinha, porque aproveitei bastante minha juventude. Perdi minha virgindade quando tinha quinze anos, com um primo distante que veio passar as férias em minha casa. Ele era um cara mais velho, mais experiente e minha primeira vez posso considerar que foi boa. Senti dor, mas também senti prazer. Depois disso, tive alguns rapazes na minha vida, mas nada sério ou duradouro. Meu sonho era trabalhar fora do Brasil e junto com a Tess, minha melhor amiga desde a época do colégio, aventurei-me em terras estrangeiras.

Fomos trabalhar em Nova Iorque e batalhamos muito para nos manter lá. Conheci algumas pessoas no país, brasileiros e estrangeiros, e saí com alguns homens interessantes, no entanto, nenhum deles me encantou a ponto de entregar meu coração. Eu tentei alguns relacionamentos e no fim tudo acabava em sexo. Ainda me faltava alguma coisa e eu não tinha descoberto o que era.

Quando Tess encontrou seu grande amor dos tempos da escola, cheguei a invejar a entrega dela. Pensava comigo, se eu encontraria um dia um homem que me tirasse o chão.

Minha vida mudou quando aceitei ir a uma festa com a modelo internacional Nara Filardis, que estava em Nova Iorque, no desfile que eu e Tess estávamos trabalhando de staff. Desde os primeiros dias de desfile, ficamos próximas e gostei de sua espontaneidade e maluquice.

Aproveitando que Tess e eu estávamos com passe livre para usar as roupas do renomado magazine em que trabalhávamos, escolhi um vestido de veludo maravilhoso, que esculpia o meu corpo. Era inverno, estava nevando. Uma limusine nos esperava na porta da loja. Eu nunca tinha andado em uma e me diverti mexendo em todos os botões que vi. Nara apenas ria da minha criancice.

― Ei.... garota. Isso aqui faz parte da sua vida, mas a minha vida é de assalariada, nunca estive em uma limusine.

― Fique à vontade, Christie. ― Pela janela do carro, vi placas do Brooklyn e quando paramos estávamos em frente a uma daquelas mansões de locação de filme. Fantástica. Fiquei boquiaberta. Nara confidenciou.

― Christie, conheço apenas algumas pessoas aí dentro. É uma festa bem reservada. Todo mundo é respeitador, se você falar que não quer algo, eles vão acatar. Só peço que tenha cuidado que uma vez que você disser sim, eles vão até o fim. ― Tive receio do que ia encontrar, na mesma proporção que minha curiosidade me fez entrar.

Quando entramos, fiquei extasiada pelo ambiente. A decoração contemporânea se fundia às antiguidades numa perfeição. Como se fossem projetadas para estarem ali em sintonia.

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