MEU MAFIOSO FAVORITO

CAPÍTULO 10

Quando ouvi o som da voz de Johnny Costello, meu desejo era grudar no seu pescoço e fazer picadinho dele. Elegantemente, respondi à sua provocação, até a hora em que ele colocou os olhos em Christie. Vi suas pupilas dilatarem e seu corpo indicou sinais de interesse por ela. Percebi imediatamente, porque isso é o que ela faz comigo quando eu a olho.

Se ele se atrever a encostar um dedo mindinho nela, eu mesmo o enforco com minhas próprias mãos e não será nada doloroso para mim, mas sim um enorme prazer enlaçar seu pescoço e vê-lo sufocando lentamente.

A culpa também foi minha, achei que desvalorizando a moça, dizendo que era uma cagna , ele desencanasse. Não foi isso que aconteceu, pelo contrário, ele viu a chance de pôr as mãos nela, pagando pelos seus serviços.

Esse é o motivo pelo qual ela está aqui na minha casa, onde nunca entrou uma mulher sequer, muito menos fora do nosso meio. Tommaso entra no escritório e me tira dos devaneios.

― Por que você a trouxe para cá, Rico? Isso sim vai parecer que se importa com ela. O certo seria deixá-la no nosso hotel ou na casa de sua amiga.

― Se Costello fizer algum mal para ela, sabe que não me perdoaria.

― Você está gostando dela, Rico? ― Tommaso me questiona à queima-roupa, bem típico dele.

Essa é exatamente a pergunta que eu não quero responder e que já me fiz uma dezena de vezes.

― Eu não sou um homem capaz de me apaixonar, fratello. Estou fodendo com ela e isso está me agradando. É apenas sexo, é pelo sexo que ela está aqui.

― Mulheres usadas para sexo costumavam ficar fora das nossas vidas. ― Eu sei onde Tommaso quer chegar e não estou disposto a ter esse diálogo agora.

― Bom, já fizemos o máximo. Agora preciso comer e descansar. ― Levanto-me da mesa e vou em direção à escada. Tommaso vem atrás e toca em meu ombro.

― Cuidado com nossa irmã, Rico. Tranca a porta e não faça gritarias. Sei como você é bruto.

― Stronzo! Veja se a casa está bem vigiada antes de subir. ― Ao subir a escada, penso no que Tommaso falou. Não pode acontecer isso, tenho responsabilidades e regras bem definidas. Ela é uma mulher linda, sabe como me agradar, me enfrenta e isso faz com que eu sinta desejo de domá-la. É isso que está mexendo com minhas atitudes precipitadas, estou agindo sem pensar, possuído por esse desejo de colocá-la em seu lugar. Embaixo do meu corpo, submissa, entregue.

Porra...

Entro em meu quarto, tomo um banho e como algo que foi deixado para mim. Nem sinto o gosto, preocupado com o que eu fiz hoje. Não posso sucumbir ao desejo, Christie não é mulher do nosso círculo, não tem um destino traçado como o nosso, não possui a pureza necessária para conquistar o lugar de esposa de um Don importante e poderoso, não, ela não serve para mim. Antes de me deitar, minhas pernas criam vida própria e vão ao quarto ao lado. Testo a maçaneta e não está trancada. Com cuidado entro no quarto e vejo-a dormindo tranquilamente, vestida com uma roupa da Nina. Respiro aliviado e ajo em um impulso, puxando a coberta sobre o seu corpo e beijo a sua testa. Como ela está linda, a pele morena, seus longos cabelos esparramados no travesseiro, ela possui um corpo bem-cuidado. Sem controle, passo levemente a mão sobre seu rosto. Ela se mexe.

― Rico, é você? Deite-se aqui comigo. ― É apenas um sussurro e fico em dúvida se foi ela mesmo que disse ou escutei os meus pensamentos.

Deixo de lado essa dúvida, levanto-me e tranco a porta. Tiro o roupão e me deito na cama, encaixando-a em meus braços. Aspiro o seu perfume e fecho os olhos inebriados. Assim dormindo, Christie parece uma menina compassiva. Sei que na realidade essa mulher é um furacão e está sugando tudo que vê pela frente. Temo não conseguir acabar com esse fenômeno da natureza, antes que ele me atinja em cheio.

Procuro descansar um pouco, sentindo o seu calor bem junto de mim.

Assusto-me ao acordar e me encontrar com os braços envolvidos nela. Olho o relógio e já amanheceu. O que era apenas para acalmar o seu coração aflito, teve um efeito surpreendente em mim também. Dormi como há tempos não ocorria. Saio bem devagar da cama e vou para o meu quarto. Isso não podia ter acontecido, gostar de estar junto dela é um problema ainda maior do que tê-la trazido para dentro da fortaleza. Estou enfraquecendo e Rico Bonaventura é um homem forte, que não se abate por qualquer coisa.

Cadela