Capítulo 2

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Sabina Hidalgo
Malibu

Em todo o quarto a única coisa que de é ouvida são os meus soluços. Estou a horas tentando dormir mesmo sabendo que terei pesadelos, eu prefiro eles a ter que ficar acordada aqui neste lugar.

O frio faz com que eu fique encolhida no canto da quarto, aqui não tem cobertas ou algum lugar para deitar, apenas o chão frio. A escuridão consome o lugar também, papai diz que os castigos são melhores quando usamos nossos medos contra nós.

Meus olhos estão fechados, não ouso abri-lós em hipótese alguma, sei que se abrir gritaria até que papai viesse aqui e não quero que ele venha porque as consequências seriam duras.

A uns meses atrás Bailey foi preso e para castigar ele papai me trouxe aqui e dessa vez o medo foi muito maior que das outras vezes, eu conseguia ver ela aqui.

Eu gritei em plenos pulmões, não conseguia parar, só queria que alguém me abrassace e me tirasse daqui. Meus gritos ecoaram por toda a casa, o que deixou papai possesso. Ele veio até aqui e me disse para parar, mas eu apenas não conseguia, eu sentia a presença dela ali, me lembrava de tudo. Eu não lembro o que papai fez mais eu apaguei e acordei no dia seguinte.

Quando saí do sótão naquele dia já era noite, Bailey me pediu desculpa pelo o que seu ato tinha me causado e eu apenas o desculpei como sempre faço. Eu sou o elo mais fraco, sou a mais fraca e sensível dos meus irmãos e sou a fraqueza deles, então papai usa isso contra eles.

— Sabina você está aqui? — escuto a voz de Bailey.

— estou, me tire daqui por favor! — meu choro se torna mais alto, eu só quero que me tirem daqui.

— papai não está em casa agora, você pode sair um pouco mas terá que voltar, Any preparou um pouco de comida pra você. — diz e sinto algo tocar meu ombro e grito — Ei, calma é apenas eu, não tem nada aqui.

— tenho mesmo que voltar? Eu tenho muito medo desse lugar Bailey! — digo e ele surpira pesadamente.

— vamos comer primeiro, depois pensamos nisso. — diz e eu apenas concordo já sabendo que esse lugar me espera novamente.

— fiz um pouco de sopa para você. — Any diz quando entramos na cozinha e eu forço um sorriso.

Ela pegou a comida e colocou na bancada para que eu comesse, mesmo não tendo comido direito ontem não estou com fome.

— que horas são? — pergunto, hoje infelizmente é sábado então não tem aula e nem escapatória do sótão, ficarei lá até a segunda de manhã.

— são 4:30 PM, o dia já está quase no fim. — Bailey diz tentando ser positivo.

— ainda falta um dia inteiro naquele lugar. — murmuro me encolhendo.

— papai vai trabalhar amanhã, então você pode sair. Agora coma antes que esfrie. — Any diz tocando meu rosto, ela de todos nós é a que mais lembra mamãe em tudo. Mesmo sendo como é Any me ama acima de tudo.

Quando terminei de comer fui até o banheiro e escovei os dentes para voltar ao sótão, só que dessa vez eu estava mais tranquila, Bailey havia me dado um comprimido para dormir então seria mais fácil.

The pilot 7 Urridalgo/ Sabinoah Onde histórias criam vida. Descubra agora