Capítulo 9

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Sabina Hidalgo
Malibu

Eu sequer consegui prestar atenção no fim do corrida, só queria chegar em casa o mais rápido possível.

— ei lindinha tá tudo bem? — Noah pergunta e eu me esquivo um pouco por ter me assustado.

— tá tudo bem, você pode me levar pra casa? — pergunto quase implorando.

— tem certeza que tá tudo bem? — questiona desconfiado.

— está, meu pai chegou em casa e ele está esperando por mim. — digo forçando um sorriso.

— você parece nervosa. — diz desconfiado.

— não estou nervosa, estou anciosa, papai estava viajando então estou com saudades. — falo e Noah não pareceu engolir aquilo mas ficou quieto.

Eu queria mesmo era não ter que voltar para casa.

— está entregue. — diz ao estacionar na porta de casa.

— obrigada mais uma vez Noah. — falo sorrindo.

— eu espero te ver de novo lindinha. — disse sorrindo de lado e eu deixei um beijo em sua bochecha.

— eu espero te ver de novo também. — falei em seguida saindo do carro e respirando fundo, espero que papai não esteja tão bravo.

Entro em casa a passos curtos e rezando para que todos estejam dormindo, a casa está toda escura e isso me dá calafrios, eu e o escuro não nos damos muito bem.

E eu sabia o motivo de estar tudo escuro assim, papai estava me preparando para uma de suas sessões de torturas psicológicas, usaria meus medos contra mim por eu ter desobecido suas regras.

Eu conseguia escutar os passos de papai se aproximado mas não conseguia ver ele, eu me sinto vulnerável assim, sem ver onde ele está ou o que planeja fazer. Mas o que ele pretendia é óbvio, me torturar até que eu não agente mais.

— onde você esteve nas últimas horas Sabina? — escuto sua voz e me viro para procurá-la, mas só tenho o escuro em resposta.

— eu-eu juro que não estava fazendo nada de errado. — sussuro tentando passar confiança não só a ele como para mim também.

— minha pergunta não foi essa! — rugi e eu sinto um leve aperto em meu pescoço. Tudo isso é como uma cena de filme de terror.

Seu aperto se torna mais forte e sei o porquê disso, papai sabe que eu estou mentindo, e sabe também que fazer tudo desse jeito vai me deixar perturbada por toda a semana.

— não sei porque você insiste em mentir pra mim Sabina! Você é diferente deles, é diferente dos seus irmãos, porque está mentindo pra mim? — pergunta me soltando parecendo perturbado.

Respiro fundo e limpo minhas lágrimas e digo a primeira coisa que veio a minha mente.

— eu fui visitar a mamãe! — falo ofegante pelo recém ato dele.

Ouço os passos de papai se afastando de mim e não sei ao certo o que ele foi fazer, mais sei que ele está tão confuso quanto eu. Eu nunca pronunciei essa palavra desde o fatídico dia da sua morte.

A tantas coisas por trás disso, tantos medos que eu fico receosa até mesmo de mencionar essa palavra e ter algum pesadelo.

As luzes acendem e eu consigo localizar ele e sua expressão me dá arrepios, eu não sei se dizer o que eu disse foi uma boa ideia e pelo jeito que papai está me olhando não foi!

— onde disse que estava? — pergunta voltando para perto de mim e só a presença dele me assusta.

— eu-eu estava... visitando mamãe! — eu conseguia ver algo de estranho no olhar dele, mas não sabia o que era.

— da próxima vez que fizer algo como isso de novo Sabina, não vou ser piedoso como estou sendo agora. — diz e eu fecho os olhos quando sinto suas mãos eu meu rosto. — e espero ter minha filha obediente de volta! — falou e simplesmente saiu dali me deixando sozinha.

As lágrimas escorrem pelo meu rosto e eu me sento no chão encolhida, eu não sei o porquê de papai não ter feito nada, não houve castigo ou xingamentos. Ele apenas me deixou.

The pilot 7 Urridalgo/ Sabinoah Onde histórias criam vida. Descubra agora