Deixe a pessoa cega

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  — Por que gosta tanto de vir aqui? – Tobirama quis saber enquanto eles caminhavam entre as diversas flores bonitas e coloridas que exista naquele campo totalmente natural, sem nenhuma intervenção dos híbridos.

  O lugar era bem calmo, quase ninguém nunca ia até lá porque era alguns metros distante da aldeia e não tinha muita coisa para fazer a não ser apreciar a natureza. As montanhas ficavam bem mais longe, mas o vento que vinha delas ainda era bem gelado e a neve acabava matando muitas das plantas que tentavam sobreviver ali.

  Ainda assim, existia uma quantidade extraordinária de flores de todas as cores espalhadas ou em grupos de suas semelhantes. A maioria das flores e da grama, cobriam seus joelhos conforme eles andavam no meio delas, mas não chegava a incomodar. Muitos animalzinhos inofensivos e fofos eram vistos aqui e ali, mas fugiam quando chegavam perto deles, o que fazia Izuna fazer beicinho chateado toda vez.

  — Acho bonito. – Ele respondeu ao sorrir timidamente, se abaixando para pegar mais uma flor, dessa vez num tom forte do azul. — Me traz paz.

  — Entendi. – Tobirama murmurou, olhando em volta sem sentir aquele mesmo sentimento.

  Talvez fosse tão apegado no seu antigo lar, que nenhum outro, não importa o quão bonito e hospitaleiro fosse, o faria sentir paz. Isso era uma pena, porque seu lar era apenas cinzas e ruínas agora.

  Ou pudesse ser pelo fato de ele não se achar digno de paz. Ele não a merecia. Não depois de tudo o que fez.

  — Aqui. – Izuna parou de andar, fazendo ele parar de andar também e voltar a olhar para o ômega. — Para você. – Ele sorriu sem mostrar os dentes, as bochechas gordinhas ficando extremamente vermelhas enquanto esticava as mãos na direção de seu alfa.

  Tobirama abaixou o olhar para as mãos dele, encontrando uma tiara de flores muito bonita e bem-feita. Izuna tinha talento para aquilo, assim como para decoração. Ele sabia as cores que devia misturar, a quantidade que devia ter. Fazia ficar bem harmonioso.

  — Para mim? – Tobirama ergueu uma sobrancelha, sem entender.

  — Ah... É... – Ele desviou o olhar, constrangido. — Me desculpa, não me toquei que seria vergonhoso um alfa usar flores nos cabelos...

  — Não foi isso que eu quis dizer. – Retrucou suavemente. — Só fiquei surpreso por você querer me dar um presente, ainda mais um feito pelas suas próprias mãos.

  — Oh. – Izuna mordeu um pouco o interior da sua bochecha direita antes de criar coragem de voltar a olhar nos olhos escuros e intensos de Tobirama. — Estou tentando te agradecer por estar sendo gentil comigo...

  — Você não deveria ter que me agradecer por uma coisa que é minha obrigação. – Ele suspirou, mas se abaixou levemente para Izuna conseguir colocar a tiara na sua cabeça.

  Izuna abriu um sorriso enorme antes de erguer os braços e ajeitar a coroa de flores entre as mechas de cabelo de Tobirama. O tom forte do azul das Hortênsias, misturadas no meio do rosa escuro, quase roxo, das Rosa-rubras, davam um brilho diferente para os cabelos acinzentados do alfa, assim como o deixava mais bonito do que já era.

  Sem contar que, segundo a cultura do seu antigo clã, as flores azuis eram sinais de gratidão, respeito e admiração, enquanto as flores rosas eram sinais de esperança num novo relacionamento.

  Era uma bela mistura e Tobirama havia ficado encantador com elas em sua cabeça.

  — Obrigado. – Agradeceu ao ômega enquanto se endireitava de novo, aparentemente sem entender o real motivo daquelas flores, mas Izuna sorriu satisfeito e feliz ainda assim.

Ponto Fraco - Versão TobiizuOnde histórias criam vida. Descubra agora