Saída da aldeia

2.6K 321 387
                                    


  Levou quinze dias para o boato chegar com muito mais detalhes nos ouvidos de Kaguya do que Tobirama tinha espalhado. Ele tinha que agradecer muito a necessidade que aqueles aldeões sentiam em fofocar e deixar tudo mais dramático do que era, porque ajudou muito.

Agora, enquanto estava sentado na porta de sua cabana, com Izuna em seu colo e Hashirama e Madara logo ao lado de ambos, seus olhos corriam sutilmente por todos os lados, analisando cada pessoa e cada ação, calculando todos os resultados do seu plano com já meio caminho andado.

Os aldeões pareciam assustados, sempre olhando para trás como se alguém pudesse os atacar a qualquer momento. Isso deixava os guerreiros, distribuídos por toda a aldeia, mais preocupados e pilhados naturalmente. O que era ótimo.

O medo, é uma doença contagiosa. Basta alguém murmurar no seu ouvido que neve pode fazer mal aos híbridos e no próximo dia todos estão fazendo uma caminhada com todas as suas coisas nas costas, fugindo dali para um lugar mais quente sem nem parar para pensar que viveram toda a sua vida com a neve lhe cobrindo a cabeça e ninguém jamais havia morrido por isso.

Era muito fácil mexer com a cabeça dos outros, híbridos são muito manipuláveis. Só precisa usar as palavras certas, o tom certo e a expressão certa, e pronto... O caos está instalado.

Um grito de um beta fez todos os demais em volta sobressaltarem e correrem no mesmo segundo para dentro de suas cabanas. Até mesmo Izuna e Madara se encolheram contra o corpo de seus alfas, assustados. Tobirama e Hashirama, no entanto, continuaram relaxados, encarando o garoto chorando de dor enquanto balançava a mão no ar, que estava vermelha após ele ter queimado no fogo que fazia para ferver um pouco de água e jogar contra as roupas de seu alfa, para as lavar.

Ele fez um pedido de desculpas baixinho e envergonhado quando todos voltaram a sair de suas cabanas, olhando para ele irritado. Todos suspiraram em alívio antes de voltar às suas atividades, mas agora os ombros pareciam mais tensos, como se a adrenalina de uma invasão ainda estivesse correndo em suas veias.

— Acho que você pegou meio pesado nesses boatos. – Hashirama murmurou risonho enquanto instintivamente levava uma das mãos até os cabelos de Madara e começava um suave carinho na região, o acalmando aos poucos.

— Foram eles que aumentaram a história. – Tobirama deu de ombros, enfiando o nariz no pescoço de Izuna para deslizar ele suavemente pela pele do ômega, o arrepiando e fazendo ele se acalmar também. — Se eu não me engano, alguém até disse que tem certeza que um dos inimigos sabe fazer feitiçaria, pois tem pacto com o Diabo. – Comentou desdenhoso e os outros três riram baixinho.

— Bom, ao menos sabemos que Kaguya está muito irritada com tudo isso. – Izuna murmurou, deitando a cabeça no ombro de seu alfa enquanto levava uma das mãos até os cabelos da nuca dele, fazendo carinho ali. — Sinto o cheiro da raiva dela daqui.

Os quatro olharam na direção do escritório logo ali perto, escutando a mesma gritando com seus subordinados e exigindo respostas. Ela não parava quieta desde que soube da possível invasão, forçando seus soldados a descobrirem logo a localização da aldeia do Clã Amarelo. Tobirama tinha cuidado para a informação só chegar nela naquele momento e era por isso que ela estava tão irritada.

— Quanto tempo acham que ela vai levar para vir falar com vocês? – Madara sussurrou, curioso. Hashirama sorriu de lado.

— Depende o quão rápido ela consegue andar. – Respondeu divertido, vendo que a mesma já estava na porta do escritório e marchava na direção deles. — Fique calmo, ela não irá te machucar. – Hashirama prometeu quando sentiu seu ômega se encolher e se remexer acuado. — Não vou permitir. Jamais. – Ele olhou firme em seus olhos e Madara corou antes de sorrir bobo, assentindo com a cabeça e selando seus lábios de forma casta e delicada.

Ponto Fraco - Versão TobiizuOnde histórias criam vida. Descubra agora