CAPÍTULO 10

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CHRISTOPHER UCKERMANN

Acordo e percebo que Dulce está deitada em meu peito, dormindo tranquilamente. A observo e não posso deixar de sorrir, ela é tão linda e eu sei que estou totalmente ferrado e não conseguirei ficar longe dela.

Quando Henrique me contou que iria para a casa de seu pai e passaria duas semanas lá, foi inevitável não pensar em vê-la. Estaríamos a sós e eu poderia finalmente acabar com aquilo que estava me atormentando, a vontade de beijá-la novamente, chupá-la novamente e finalmente a foder como eu imaginava. Acho que ela pensava o mesmo que eu, que apenas uma noite seria o suficiente e acabaria nosso problema.

Mal sabíamos que estava apenas começando...

Exceto pela questão do Henrique, não via nada de errado. Somos apenas um homem e uma mulher que se sentem muito atraídos e que agora percebemos que há algo a mais e queremos descobrir no que isso vai dar. Eu não quero mais apenas uma noite com ela, estava disposto a tentar e me sinto viciado em seu cheiro, beijo e toque. Dulce é maravilhosa e eu soube desde o momento em que a vi pela primeira vez, mas não imaginava que fosse além do que esperava.

Sei que ela está com medo e não tiro a razão dela, estamos falando de seu filho, a pessoa mais importante do mundo para ela. Entendo o lado dela, mas não posso ignorar o que sinto e o que ela confessou também sentir. Não é justo se privar das coisas e às vezes penso que Henrique não nos julgará. Ele sempre foi muito compreensível com todos.

Consigo levantar da cama, com muita cautela para deitar sua cabeça no travesseiro sem acordá-la. Saio do quarto e vou para a cozinha, sei onde ficam as coisas, então decido preparar um café da manhã para ela. Quero aproveitar todo o tempo que tivermos a sós.

DULCE MARIA

Acordo e percebo que estou sozinha na cama, mas o cheiro de café e panquecas me faz sorrir só de imaginá-lo preparando o café da manhã para nós. Me levanto e visto sua camisa e minha calcinha, vou para a cozinha e a visão que tenho é ainda melhor do que eu imaginei.

— Bom dia — digo sorrindo e ele se vira para me olhar com um lindo sorriso nós lábios.

— Bom dia, linda.

Me aproximo dele e ele me beija e acaricia meu rosto, depois volta a atenção as panquecas.

— Como você sabe que gosto de panquecas? — pergunto.

— Você disse uma vez no café da manhã.

— Você realmente prestava tanta atenção assim em mim? — sorrio.

— Nem imagina o quanto, Dulce — ele ri.

Beijo suas costas e me sento a mesa, observando-o preparar tudo.

— A minha intenção era levar café na cama para você.

— Eu jamais me perdoaria se perdesse essa cena.

— Que cena? — ele me olha confuso.

— Você preparando café para nós.

— Então você gosta do que vê? — ele arqueia a sobrancelha.

— Muito — mordo os lábios.

— Preciso voltar a me concentrar aqui, se não vou acabar deixando o café de lado e vou pular para a parte que mais me interessa.

— Não seria ruim — provoco.

— Para aproveitarmos esse final de semana como eu imagino, precisamos estar alimentados e com força.

Meu corpo se arrepia só de lembrar que estamos sozinhos e temos a casa inteira para nós.

Christopher termina de preparar e nos serve, comemos em silêncio em meio a carícias e beijos. Acho que nunca me senti assim, nem mesmo quando era mais nova, até porque, perdi essa liberdade muito cedo. Estava me sentindo tão bem com ele, me sentindo de uma forma que nunca me senti antes e não consigo explicar qual é esse sentimento.

Por esse mesmo motivo me sentia muito preocupada, porque tinha medo de que algo estragasse e eu não queria perder isso. Estava me sentindo tão bem, não queria que futuramente tudo virasse um pesadelo.

— Por que de repente você ficou com essa carinha de preocupada? — Christopher acariciou minha bochecha e eu suspirei.

— Estou pensando em Henrique, tenho medo que ele me odeie.

— Ele jamais te odiaria, Dulce. Ele pode até me odiar, mas você não. Apesar de sabermos que ele não tem o costume de julgar os outros, muito pelo contrário, ele sempre foi muito compreensível e tenta ajudar.

— As coisas são diferentes aqui. Você é o melhor amigo dele e eu sou a mãe.

— Henrique fala muito que quer te ver feliz, com um cara que te faça bem e que você se sinta bem com ele. Você se sente bem comigo e eu te faço bem?

— Sim — sorrio — Estou surpresa com tudo o que estou sentindo desde ontem.

— É recíproco. Então não tem o porquê dele não aceitar, ele pode até demorar um tempo para assimilar, mas não estamos fazendo nada demais. Nós vamos dar tempo ao tempo, eu quero ver no que isso vai dar.

— Eu também.

— Vamos aproveitar então. Tudo no tempo certo, nos conhecendo e aprendendo mais um sobre o outro. Se um dia decidirmos assumir, nós iremos e foda-se o que os outros pensam, nós vivemos nossa vida e nós não devemos nada para ninguém. Falar as pessoas falam em qualquer situação, não tem como controlar, o que não podemos é absorver as besteiras que eles falam.

Eu apenas concordo com a cabeça e suspiro.

— Henrique quer te ver feliz, Dulce. Sei que ele vai entender, mesmo que leve um tempo.

— Espero que você esteja certo, Christopher.

Ele tem razão. Temos que dar tempo ao tempo e ver no que vai dar antes de se preocupar com isso.

— Confie em mim. — ele sorri.

Christopher me puxa para o seu colo e nós nos beijamos. Me sinto melhor assim que nossas línguas se encontram, toda a preocupação que aperta meu coração some e é como se existisse apenas nós dois.

Inevitable  (CONCLUÍDA)Onde histórias criam vida. Descubra agora