Dulce Maria não imaginava que se sentiria tão atraída pelo melhor amigo de seu filho, 15 anos mais novo do que ela. Desde quando conheceu Christopher se sente completamente atraída por ele, mesmo que se sinta culpada, a vontade parece não acabar e s...
Quando estaciono em frente a casa dos pais de Christopher, respiro fundo tentando ignorar a mesma sensação que me atingiu da primeira vez que vim aqui, há dois dias atrás. Christopher me perguntou se eu queria que ele me acompanhasse, mas eu sou capaz de encarar minha sogra e fazê-la gostar de mim, isso se ela realmente estiver disposta.
Saio do carro e ando lentamente até o portão, respirando fundo e tentando de todas as formas me acalmar. Aperto o botão do interfone e me identifico, entrando em seguida. Diferente da última vez, Alexandra aparece para me recepcionar e o sorriso em seu rosto dessa vez é muito mais receptivo.
— Que bom que você aceitou meu convite, Dulce. Obrigada! — ela se aproxima e me abraça.
— Eu que agradeço o convite — sorrio.
Eu a sigo até a cozinha e percebo que o pai de Christopher não está.
— Hoje estamos apenas nós duas. Vitor foi ajudar o irmão dele com uma mudança. — ela diz como se pudesse ler meus pensamentos.
— Ah sim. — murmuro.
Ela aponta para que eu me sente e ela se senta em minha frente. A mesa está realmente muito arrumada com suco de laranja, café, bolo de cenoura e pão caseiro. Isso faz com que eu relaxe mais, porque mostra que ela realmente estava se dedicando.
— Sei que já liguei pedindo desculpas, mas quero pedir mais uma vez. Não sei se você está achando que estou fazendo isso apenas para fazer média com Christopher ou se no fundo tenho a intenção de prejudicar, mas juro que só tenho boas intenções.
— Não pensei isso em momento algum, Alexandra. — minto.
Depois da euforia da sua ligação pedindo desculpas e me convidando para esse café da tarde, durante a noite enquanto estava deitada em minha cama, pensei se ela realmente estava fazendo isso para dar a chance de me conhecer ou só queria me ameaçar de vez.
— Me conte mais sobre você. — ela sorri enquanto me serve um pedaço de bolo e um copo de suco.
— Engravidei muito nova. Meus pais ficaram uns dois meses estranhos comigo, mas depois me apoiaram. Paco não foi muito presente durante minha gestação, acabou indo morar em outro estado após conseguir um emprego e eu fiquei. Depois que nasceu, até fui passar dois meses lá com ele, mas vi que não teria apoio nenhum da parte dele. Ele nunca se importou muito com Henrique, dizia não ter tempo, mas mesmo assim quando ele tinha cinco anos, tentei ter um relacionamento com Paco e só confirmei o que já sabia, não tinha como darmos certo. Há pouco tempo ele resolveu se aproximar do filho e eu sempre incentivei Henrique a dar uma nova chance para ele, não sei se ele sentiu falta de seu pai e acho que vale a pena tentar. Acredito que ele está conseguindo correr atrás do tempo perdido, do jeito dele. Sempre me virei ao máximo para ser mãe e pai do meu filho e evitar que ele sentisse falta de uma figura paterna, aprendi a jogar videogame, futebol e qualquer outra atividade que meu filho gostasse de fazer. — Alexandra me encara realmente interessada no que estou contando — Acho que tive sucesso na tentativa, porque hoje vejo como ele é maduro e por muitas vezes até mais do que eu. Ele mesmo diz que eu sempre fiz tudo por ele e isso o fez dar valor a quem eu fui para ele e que nem sentiu falta do seu pai, porque ele era o único na sua turma que tinha uma mãe super legal que fazia coisas que as outras mães não faziam — sinto meus olhos encherem de lágrimas ao me lembrar de quando ele me contou isso, seus olhos brilhando e a sua empolgação.
— Realmente fazemos de tudo por nossos filhos. — Alexandra segura minha mão e sorri — Eu vejo em Henrique hoje tudo o que você se esforçou para que ele fosse. Foi ele quem abriu meus olhos, ele veio conversar comigo após o almoço e só então consegui enxergar a megera que estava sendo com você, sem dar a chance de te conhecer.
— Hoje estou vendo que tudo o que fiz valeu a pena. Ele só me enche de orgulho.
— Assim como Christopher também me enche de orgulho. O modo como ele te protegeu, como te olha fascinado por qualquer movimento seu, é lindo. Eu só consegui enxergar isso após seu filho conversar comigo. — ela faz uma pausa por alguns segundos — Eu tentei por muitos anos ser mãe, cheguei a pensar que não conseguiria gerar uma criança, foram incontáveis novenas e muita fé até eu descobrir que estava grávida de Christopher. Foi o dia mais feliz da minha vida e acho que é justamente por isso que sou tão protetora com ele. Eu gosto de mimar ele, porque por muitas vezes pensei que nunca poderia fazer isso. Acho que até senti um certo ciúmes quando soube de você — ela ri — Mas agora vejo que você é uma mulher incrível, responsável, legal e que realmente gosta do meu filho. Isso me deixa muito feliz.
— Nem imagina o quanto eu gosto dele, Alexandra. Passei muito tempo tentando deixar esse sentimento de lado, mas ele é tão forte que falou mais alto.
— Que bom que no final o amor venceu e desejo de todo meu coração que sempre vença! — ela sorri.
— Obrigada — sorrio e seguro sua mão em um gesto de agradecimento.
Seguimos conversando sobre vários outros assuntos enquanto eu me deliciava com as gostosuras que ela preparou. No fim, a tarde foi uma delícia e eu pude conhecer melhor minha sogra, ela também se permitiu me conhecer e quando sai de sua casa senti que é o começo de uma grande amizade e me sinto feliz com isso.
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Pessoal, Alexandra não está sendo falsa kkk. Ela realmente abriu os olhos, graças ao Henrique.
