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Sarah

A viagem de volta foi mais rápido do que a de ida. O avião parecia mais veloz, o tempo parecia não ser o mesmo. Talvez porque não quisesse sair daquele litoral onde havia feito as melhores lembranças de minha atual existência. Tudo bem era exagero, mas foi como um sonho e ter de acordar para a realidade não era a coisa que eu mais queria fazer no momento. Entretanto, o mundo continuava a girar, sentia falta de Sean e sabia que o resto das férias iria recompensar o meu trabalho perdido enquanto estava debilitada do acidente.

Como esperado, Washington veio buscar a irmã e já nos esperava no saguão principal. Ao vê-lo Juliette largou o carrinho com as malas dele e correu na direção do garoto, praticamente se jogando nos braços dele. Sorri com a cena e demorei de me aproximar por empurrar os dois carrinhos, um com cada mão. Nunca fui uma boa motorista.

–Aspetti – ele pediu franzindo o cenho e pegando a mão de Juliette – Isso é um anel de compromisso?!

–Bom, é o que parece – respondi meio irônica.

–Não pode usar isso! – ele me fitou sério e depois para Juliette – Nossa mãe percebe tudo, sabe disso. Ela logo perguntará quem é o garoto e irá querer conhecê-lo já que você nunca usou um anel assim antes.

Ma io não quero tirá-lo – reclamou Juliette com seu jeito mimado.

–Esperem.

Larguei as coisas e me dirigi até a parte das lojas do aeroporto. Demorou cerca de quinze minutos para encontrar o que queria e mais dez para encontrá-los novamente. Juliette  já estava nervosa e discutindo algo em italiano com o irmão. Mas assim que ela me encarou tratei de dar o meu melhor sorriso.

–Resolvi um pouco o problema, assim não vai precisar deixar de usar realmente o anel.

Mostrei a corrente fina de prata que havia comprado. Washington pareceu aceitar a idéia e nada falou enquanto Juliette retirava o anel e eu colocava-o na corrente. A própria Juliette pôs o novo colar no pescoço e escondeu o seu pingente especial dentro da camisa. Sorrimos e antes que disséssemos algo Washington pigarreou e praticamente nos arrastou para o seu carro. Eu já sabia que não adiantaria negar a carona até em casa.

Ver Sean me esperando na porta ansioso fez toda a melancolia de deixar a praia ir embora. Quando eu saí do carro ele praticamente imitou Juliette, correndo e pulando em cima de mim. Eu o abracei com toda a minha força, até escutá-lo reclamar que estava quase quebrando seus ossos.

–Se comportou? Está bem? Não passou mal? Espero que não tenha bebido só refrigerante esse tempo todo! – falei em disparada, buscando os olhos de meu irmão.

–Relaxe Sarah – Gilberto falou se aproximando – Ele foi exatamente como você.

–Isso é capaz de preocupá-la mais ainda – Juliette provocou.

–Hey!

Eles riram e eu tratei de abraçar novamente o meu melhor amigo e logo depois a Fiuk, que saiu logo depois de dentro da casa. Eu não sabia o quanto tinha sentido a falta deles até realmente reencontrá-los. Aquelas pessoas eram simplesmente peças fundamentais de minha vida. Não conseguiria funcionar direito sem elas, não mais. E isso incluía Juliette.

–Bom, provável que minha mãe me prenda por uns dias em casa e nas festas dela para compensar meus dias fora – Juliette lamentou encostando no carro do irmão.

s ɪ ᴍ ᴘ ʟ ʏ | | Sariette • ADPOnde histórias criam vida. Descubra agora