A Outra Argent

Epílogo II - Final Alternativo

Nota:

Eu prometi um final alternativo feliz.

Aí está! 

Espero que gostem!

Eu não consegui ficar lá. Depois do meu discurso, eu até tentei ficar lá ouvindo os discursos dos amigos da Allison, mas não aguentei e fugi, eles estavam falando sobre as aventuras da pessoa mais importante da minha vida, aventuras essas que eu não fiz parte... Eu perdi absolutamente tudo dos últimos dois anos de vida da minha irmã gêmea, e aquilo doeu, doeu profundamente.

Meu pai mandou Isaac e Scott atrás de mim, e eles me encontraram encolhida no meio da arvores chorando. Foi ali que eu comecei a me sentir vazia e sozinha... Eu passei dias trancada no quarto da Alison, nem sei quantos direito, ignorando meu pai, ignorando Isaac, ignorando Scott, ignorando Lydia, ignorando o Stiles, que mesmo não me conhecendo direito, foi muito gentil, falou sobre a mãe dele, pelo outro lado da porta, mas mesmo assim eu não abri.

Ignorei as ligações dos meus amigos de Nova Orleans, e ignorei a minha fome, meu pai me encontrou com uma aparência quase mumificada, após decidir arrombar a porta quando eu parei até mesmo de murmurar. Ele me deu seu próprio sangue, e me mandou procurar ajuda. Disse que eu precisava de terapia, eu ri na cara dele...

- ...Isso soa tão ridículo, uma vampira fazendo terapia... Mas cá estou eu falando com você.

- Mas eu não sou terapeuta, Annya, eu sou veterinário.

Disse Deaton com um olhar paciente.

- Mas você é um Druida, e tecnicamente seu dever é manter o sobrenatural em equilíbrio... Eu sou sobrenatural e aparentemente estou desequilibrada.

Ele sorriu, condescendente.

- Eu vou ligar pro seu pai, Annya...

- Vocês querem realmente que eu faça terapia com uma pessoa pra quem eu nem poderia dizer que sou vampira? Eu teria que usar a compulsão, e eu acho que isso não faz parte de tudo o que significa fazer terapia.

- Eu sei, por isso eu vou te indicar outro Druida, a orientadora do colégio.

Ele disse calmamente ainda com um leve sorriso na face, aquele tipo de sorriso de quem realmente se preocupa e quer ajudar. Eu vi no funeral, mas foi Scott que me falou sobre ele. Disse que ele poderia me ajudar, que era bom em dar conselhos, inclusive, provavelmente o lobisomem estava escutando tudo da recepção.

- Isso por acaso implica que eu teria que frequentar a escola?

- Pessoalmente, eu acho que seria muito bom...

- Eu também acho... – Berrou o bisbilhoteiro de maxilar torto.

- Bom pra quem exatamente? Aquelas pessoas me encarando como se eu fosse um animal exótico... Só porque eu sou igualzinha a garota que morreu.

Suspirei fundo, e encarei minhas mãos sobre minhas pernas em posição de lotus em cima da maca de Deaton. Senti suas mãos sobre meus ombros, era um toque caloroso e compreensivo.

- Você mais do que todo mundo deveria saber como as coisas nessa vida são difíceis, ainda mais sendo uma criatura da noite... Eu consigo imaginar tudo o que você já passou, e você continua aqui, não é?

Concordei com um aceno, mas quando abri a boca pra recomeçar a falar, minha fala saiu embargada, e eu senti meu rosto molhado.

- Mas agora é diferente... Eu perdi a Allison...

- Todos nós a perdemos. E da mesma maneira que estamos aqui uns pelos outros, pode ter certeza, estamos pra você também.

Eu respirei fundo e concordei com mais veemência, as palavras dele foram sinceras, e de repente eu não me sentia mais tão sozinha... Sorri de volta.

- Eu falei que ele era bom nisso.

Scott sorriu pra mim, parado na porta. E foi aí que eu percebi que eu sentia muita falta disso, desse tipo de apoio... Algo que eu só tinha com a Allison, algo que nem em Novar Orleans eu encontrei... Talvez com apenas uma pessoa, mas ela também não está mais nesse mundo. Eu perdi tudo o que me prendia naquela cidade, ninguém lá se importa de verdade comigo, não como essas pessoas se importavam com a minha irmã, não como demonstram se importar comigo.

Será que eu tive que perder as duas pessoas que eu mais amei, pra encontrar meu verdadeiro lar?

- Ok, vou pra escola. Eu só preciso que alguém aqui ligue pra uma pessoa em Nova Orleans, e diga que eu morri e por isso não vou mais voltar.

- Por quê você precisa dizer que morreu?

Scott perguntou num tom confuso e surpreso.

- Porque Klaus Mikaelson não aceita nenhum tipo de traição, e já que eu saí de lá praticamente fugida, se ele sequer sonhar onde estou, ele virá atrás de mim, e vai matar todos vocês.

FIM.