"-Mel! Deixa me explicar!... "- ele largou a loira e correu atrás de mim, como se a sua vida dependesse disso. Os passos pesados iam ficando mais proximos e eu mal tinha coragem para correr. Por fim, alcançou-me e puxou o meu braço, virando me para ele.
Na tentativa de esconder a minha dor e lágrimas, olhava para baixo sem o encarar.
"-Larga me."-disse eu baixinho, engolindo os meus próprios soluços.
"-Mel, por favor, ouve-me!"- ele abaixou-se para ver a minha cara.
"-Larga me."- segunda vez. Agora, mais alto, desviando a minha cara da dele.
A culpa e a preocupação vieram à tona dos seus olhos... Eu notei isso.
"-Mel, ela agarrou me à força...eu fui apanhado desprevenido....Tu sabes que eu só te amo a ti, não é?"- ele afastou a minha franja dos olhos.
"-Mas pelos vistos gostaste tanto de a voltar a ver, que nem recusaste! Não foi?!" - agora eu estava gritando - "Agora larga-me!!"
Ele obedeceu e largou o meu braço, em seguida, levantando se.
"-Mel, não faças isto comigo.... Por favor..."
Saí dali sem olhar para trás, escondendo a minha cara da gente que me olhava. Odeio isso.
Percebi que ele simplesmente ficou ali parado...em estado de choque...apenas olhando para mim à medida que me afastava. Até que mudei de rua, aí ele já não me podia ver nem ouvir.
Encostei-me à parede do prédio e desabei. As lágrimas que eu estava contendo, escaparam de mim como azeite ....e nesse momento, a unica coisa que se ouvia naquela rua deserta eram os meus soluços.
Eu tinha quase a certeza absoluta que aquela devia ser uma ex dele qualquer... Pelo que ela disse...
Talvez ela fosse Raquel...quem sabe...
Eu chorei, soluçei e chorei ainda mais. Quando o cansaço e a dor de cabeça vieram até mim, resolvi ir para casa.
Quando cheguei a casa, esforcei-me ao máximo para não fazer barulho ao entrar. A última coisa que agora eu queria era que a minha mãe me chatiasse.
"-Filha, porque está chorando?"- Merda. Mesmo sem olhar para mim, ela percebeu que eu estava chorando...talvez pelos meus soluços.
"-Alergias da primavera...sabe como é né?"- escondi a minha voz atormentada e fechei a porta.
"-Filha, você não sabe mentir. Estamos no verão. Vá vá, senta aqui."- Ela falava comigo sem se virar para me poder ver. Lá tive de obedecer...
Eu sentei me ao seu lado e não sei porque, deu me uma vontade de chorar enorme. Abaixei a cabeça e umas lágrimas cairam.
Minha mãe tirou a minha franja dos olhos e colocou meu queixo para cima, fazendo os meus olhos grandes e vermelhos olharem para ela. Ela poisou a caneca de café na mesa e fez cara de preocupada.
"-O que ele te fez?"-fiquei admirada por ela saber que havia um "ele" que me tinha magoado. Desatei a chorar quando ouvi aquela frase, me agarrei a ela e ela me abraçou...minha mãe sabia sempre como me ajudar.
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Amar é complicado
Teen FictionMinha vida recomecou. Meu nome é Mel e sou uma garota baixinha de cabelos ondulados cor de mel e olhos azuis. Agora que estou no 11° ano penso em tornar minha vida melhor. Sei que pode ser difícil me acostumar a essa vida mas é mesmo assim.