CONFIAR

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oi mundo dos mortos. como vcs estão?

Sei que as coisas não estão fácies pra nós, tem muita gente mal. Estava pensando em parar com a fic, não sei se vocês vão continuar aqui. Se quiserem que eu continue a história, vou estar aqui. Mas é bom saber.

Mas podemos ser felizes aqui, já que na vida realize ta foda.

Comentem, curtam. Talvez eu volte hoje se forem bonzinhos....



SARAH ANDRADE POV

Nós ficamos encarando a Dr. Marcela esperando por uma resposta. Ela estava ajustando o ultrassom, queria nos mostrar algo. Procurei a mão de Juliette e segurei, ela agarrou com força e me encarou. Seus dedos estavam gelados. Eu não queria me desesperar antes do tempo, mas já sentia um calafrio percorrer meu corpo. Juliette tinha uma feição assustada. Respirei fundo, eu precisava passar calma a ela. Basicamente, tudo que eu fazia agora era pensando nela.

- Estão vendo aqui? Os bebês estão em placentas separadas, como vocês já sabem. - A doutora apontou nos mostrando e assentimos. Eu estava suando de nervoso. Os olhos de Juliette lacrimejavam, e nem sabíamos o que era ainda. Só queria que meus filhos estivessem bem. - Eles parecem estar bem. Provavelmente não vão nascer idênticos. E pelo que parece um dos bebês está se desenvolvendo melhor.

- Como assim? - Juliette perguntou preocupada. Suspirei fortemente e alisei sua mão tentando de alguma maneira fazê-la se lembrar que eu estava ali com ela.

- Um deles está maior, mas fiquem calmas... - A doutora falou, mas era nítido meu desespero e de Juliette. - Isso pode acontecer, e não ser nada. Vamos esperar a próxima consulta e ver se ele vai se desenvolver melhor. Ele pode estar tendo uma formação mais lenta que o outro, mas ainda é cedo pra dizer. Então se cuide, se alimente bem. E fique bem quietinha. Seus bebês precisam de cuidados.

- É só isso que precisamos fazer? - Perguntei e a doutora assentiu. Encarei Juliette e ela olhava apreensiva para o visor. Sabia que ela estava com medo, eu precisava cuidar dela. Cuidando dela, estaria cuidando dos meus bebês. Me aproximei e alisei os cabelos dela chamando sua atenção. - Fica calma, tá bom? Estamos juntas.

- Eu sei. Tudo bem. - Ela sorriu fraco assentindo.

- Vocês tem alguma pergunta? - A doutora Marcela perguntou.

- Sim. - Falei e as duas me encararam. - Esse estresse na gravidez pode prejudicar em alguma coisa?

- Eu diria que o nervosismo é um inimigo poderoso da gestação. - A doutora disse.

- Digamos que minha esposa aqui seja uma grávida bem estressada e chorona. - Falei e Juliette apertou minha mão com força, quase num ato proposital.

- Eu diria que isso acontece bastante com gestantes, mas não é algo bom. O estresse libera hormônios que contraem o útero e diminuem a vascularização. Sob estresse, você come pior, sua digestão é pior, a absorção de nutrientes é pior, a vulnerabilidade a infecções é maior. Se você anda estressada, são maiores os riscos de ter problemas como hipertensão e infecções. E isso pode prejudicar o desenvolvimento mental e físico da criança também. Como mostrei a vocês agora. - A doutora falava e nós prestamos atenção em tudo. Juliette parecia preocupada com o assunto também. Parecia ter percebido o quanto aquilo estava me assustando e afetando sua gestação. - Eu lhe aconselho a ficar longe de trabalho, comidas pesadas e até de assuntos que podem lhe fragilizar. Tenta ficar quietinha, sossegada, que seus bebês também vão ficar.

- Com a vida que eu levo é meio difícil. - Juliette explicou calmamente.

- Eu imagino. Mas tente ficar ao máximo longe disso. Seus bebês são sua prioridade agora. Eles só vão estar saudáveis se você estiver. Eles sentem o que você sente. Pense nisso. - Marcela nos aconselhou e Juliette assentiu. Nos despedimos da Doutora Marcela já marcando uma próxima consulta e saímos dali.

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