37 - Ficando vulnerável

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Kendra desce da moto e prende os cabelos loiros em um rabo de cavalo apertado, seus olhos brilham ao avaliar a casa do meu avô e ela abre um sorriso mais brilhante quando seguro em sua mão e a puxo para dentro.

Ela decidiu que quer saber a história por trás do apelido e ninguém melhor que meu avô para explicar, então aqui estamos, na casa dele que emana um cheiro maravilhoso de bolo de chocolate.

- Estou tão nervosa - Kendra murmura apertando minha mão

- Nervosa com o que?

- Estar aqui.... - ela gesticula para o quintal

- Você já conheceu meu avô, não tem motivo para se preocupar. - digo parando no meio do caminho

- É diferente agora - ela suspira

- Não é diferente, você é maravilhosa e meu avô te adora. Fica tranquila - dou um beijo simples em seus lábios e ela parece relaxar um pouco

- Vou precisar de muitos desses para ficar melhor - comenta com um sorriso malicioso

Ainda me surpreendo com essa facilidade dela para dizer o que quer e como quer, a forma que ela se sente confortável em conversar abertamente comigo parece surreal, assim como tudo que aconteceu nesses últimos três dias. Eu fico olhando ela dormir e imaginando que logo tudo isso não vai passar de um sonho ou um delírio da minha cabeça e vou acordar naquela calçada fedorenta, bêbado e sozinho.

Não tive coragem de perguntar que ex foi aquele que ela falou, quem é ou de onde é, estaria mentindo se não dissesse que isso esta me remoendo, mas ela não falou nada sobre a briga e eu também preferi deixar de lado, mesmo que uma parte irritante do meu cérebro sempre fique revivendo as palavra e a expressão dela naquela noite.

- Ah é? - levanto uma sobrancelha

- Pois é. - pisca os olhos inocentemente

Dou risada e a beijo novamente, ela abraça minha cintura suspira assim que deslizo minha língua para dentro da sua boca quente, lembro de outra coisa quente que minha língua entrou e preciso me afastar dela.

- Vamos, ou meu avô vem nos buscar - pigarreio constrangido

- Tá tudo bem? - ela parece preocupada

- Tá tudo ótimo! - sorrio e a puxo para um beijo rápido

A casa do meu avó não é tão grande quanto a dos meus pais, vovó nunca gostou de muita pompa. Tem dois andares, um cercado branco com um quintal enorme, do jeito que os filmes de clichê mostram.

Eu gosto, vovó sempre me falou que deveríamos incrementar um pouco de fantasia na nossa vida, ou ela seria sempre uma tediosa monotonia. Vovó adorava livros e eu adoro pintar, de certa forma sempre nos identificamos com o mundo da imaginação.

- Olha só quem finalmente resolveu aparecer! - meu avô exclama assim que abre a porta de casa

- Oi vovô - sorrio e o abraço

- Oi - Girassol sorri timidamente

É assustadoramente assombroso como ela alterna entre suas emoções de forma rápida e fluida.

- Girassol! - meu avô abre seu maior sorriso e a abraça também

Suas bochechas coradas a deixam ainda mais linda e percebo que deixei um suspiro encapar enquanto a encarava, queria poder registrar esse seu rubor com minhas tintas

- O senhor fez bolo? - pergunto entrando na casa

- Ora, mais que mal educado! - meu avô bufa - Mal chegou e já esta perguntando da comida!

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