"drunk"

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Josh's pov

— Que dia difícil! — Shivani reclama e se atira no sofá. — Como você está?

— Com o coração quebrado e me sentindo um lixo, mas estou bem. — Finjo um sorriso e Hina surge na sala com uma garrafa de vinho. — Que isso?

— Vamos beber para afogar as mágoas. — Se senta no chão e serve as taças que estavam na outra mão dela, indicando que era para eu me sentar também. — O Noah de agora é muito diferente do seu Noah?

— Completamente… Obrigado! — Agradeço quando ela me entrega uma das taças. — O meu Noah me olhava com carinho e brilho nos olhos. Não é como esse Noah que só quer fazer sexo comigo. — Apesar do momento que tivemos no banheiro, completo mentalmente. Não contei para elas e nem sei se deveria.

— Então ele ama você! — Shivani fala. — Por que você tem dúvidas desse amor dele?

— Sabe aquilo que a Hina disse no restaurante? — As duas assentem. — Eu sei que era uma hipótese sua do que aconteceu, mas realmente foi assim. Eu acho que de tanto ler e ouvir que eu não sou suficiente para ele, comecei a duvidar que ele realmente me ama.

— E agora você está preso aqui? — Assinto, bebendo do meu vinho. Nada como o álcool nesses momentos. — Você não sabe seu propósito?

— Não! Achei que fosse recomeçar do zero, mas eu já fiz isso antes, ao mudar de século. Achei também que fosse para conquistar o Noah, mas isso me machuca demais.

— E o que você vai fazer agora? — Hina quem pergunta dessa vez.

— Chorar. — Brinco e as duas acabam rindo. — Vou viver um dia de cada vez, até eu acabar voltando para 2021 ou 1878.

— Espero que você volte para 2021, porque eu quero conviver com você. — A japonesa me abraça de lado e eu sorrio. Pelo menos eu tenho elas neste ano novo para mim.

(...)

Eu já estava bem tonto e eu ria de tudo que as meninas contavam. Eu não estava chorando por Noah. Decidi que isso não me afeta mais… Talvez um pouco, mas eu preciso ser forte, então estou me divertindo.

— A primeira vez que eu fiquei bêbado, acabei beijando Noah pela primeira vez no meio dos fenos. Na verdade ele me beijou! — Conto e as duas me olham querendo saber mais. — Eu estava com muita raiva do meu pai, por ele querer que eu fosse rei e essas coisas. Convidei Noah para beber comigo… — Pauso para abrir outra garrafa. — Essa rolha não sai! — Reclamo.

— Deixa essa garrafa pra lá, continua contando. — Shivani tira o abridor de mim e eu rio.

— Nós fomos para o estábulo e depois de muitos goles de whisky, ele acabou me beijando.

— E aí? — As duas parecem bichinhos curiosos.

— E aí eu surtei, empurrei ele e fui para o meu quarto. 

— Você deixou o Noah no meio do estábulo junto com os medos dele? — Hina pergunta.

— Gente, eu nasci em 1856! Homens beijarem homens era errado na minha cabeça. — Argumento.

— Faz sentido! — Shivani concorda. — Beijar ele é bom?

— É ótimo! — Rio me lembrando. — Sinto falta dos lábios dele!

— E se fizéssemos uma loucura? — Olho para a garota sentada ao meu lado, sem entender. — E se formos até o Noah e você beijar ele. Só para matar a saudade.

— Ele não vai negar. — Shivani entra na onda dela. 

Eu estou tão bêbado que acabo concordando com o plano maluco delas. — Claro! Onde ele está?

A indiana mexe no celular, provavelmente perguntado a alguém que saiba e se levanta num salto. — Em um barzinho aqui perto! Se prepare Josh, você vai beijar muito hoje! — Ótimo! É o que eu quero mesmo.

(...)

Shivani havia roubado algumas roupas do figurino dos meninos para mim, então eu estava vestido como Noah e indo em direção a um bar. Ainda estou bêbado e tudo parece excitante demais. As meninas estão uma de cada lado, com os braços enganchados nos meus. Ríamos de coisas toscas que víamos na rua e eu me preparava para o que me esperava. Vai ser uma noite interessante!

Assim que chegamos no bar, não encontramos quem procuramos de primeira, então bebemos mais doses de tequila, para ficarmos mais alegres ainda. Estou pouco me lixando para a ressaca de amanhã. 

Quando termino o terceiro shot de tequila, eu vejo Noah e não da forma que eu gostaria. Urrea estava beijando um garoto, prensando ele contra a parede e eu sinto todo o meu interior queimar de raiva. Eu sei que ele não me conhece, mas ele está beijando outra pessoa na minha frente. Eu sou consumido pelo ódio e as meninas até tentam me impedir, mas eu ando em passos firmes até onde os dois estão e puxo Noah, o beijando ferozmente.

Eu simplesmente colei nossas bocas e enfiei minha língua contra a dele. Pelo susto, ele não respondeu de imediato, mas acredito que depois ele tenha me reconhecido, porque apertou minha cintura e correspondeu meu beijo do jeito que eu esperava. Dessa vez sou eu que prenso ele contra a parede e desço as mãos do pescoço, até o peitoral dele, sentindo ele ficando fraco contra mim. Eu causo esse efeito nele até nesse tempo.

Nossos lábios se afastam e ele suspira contra minha boca. Vejo o sorriso surpreso dele e o outro garoto até foi esquecido por nós dois. — Eu não sabia que você beijava tão bem… — Fala com a voz falhando. Eu estou deixando ele assim.

— Quem sabe você cala a boca e volta a me beijar? — Sorri malicioso e avança contra mim. Como eu senti falta dessa boca!

Another Time - Nosh (Connected Segunda Temp.)Onde histórias criam vida. Descubra agora