Todos observamos aquele homem. Ele parecia um louco. Se vestia mal. Andava com um cajado. Fedia muito.
- Você já atravessou?
Hanna perguntou cruzando os braços. Desconfiada.
- Não. Ele disse se sentando em uma pedra logo atrás dele.
- Então... Pitter ia dizendo quando o homem o interrompeu.
- Mas eu tentei. Todos ficaram surpresos. Até Hanna descruzou os braços. – Assim como todos fracassei, mas não mori.
Pitter assim como os outros ficaram desconfiados.
- E como o fez? Perguntou Hanna curiosa.
- Bom, eu simplesmente nadei.
Hanna sorriu e furiosa perguntou.
- Esta me dizendo que se salvou daquela fera, nadando? Idiota.
Disse pegando sua espada, mas Pitter colocou a mão na frente. O homem não ficou assustado pegou sua vasilha e bebeu o seu vinho.
- Ele esta bêbado. Falou Webert irritado.
- Um bêbado diz somente a verdade. Eu disse pois sabia que o homem não mentia, não tinha porque menti. Estava sozinho.
- Esta certa! Hanna disse. – Mas um bêbado não sabe oque fala. E saio andando pela praia.
Pitter foi atrás dela. Eles eram bem próximos sempre os via conversando e sorrindo. Ela o escutaria.
Eu ajoelho na frente do velho e olho para o seu rosto sujo e de aparência cansada. Webert se aproxima e pede para que eu me afastar mas eu não temia.
- Me conta mais sobre sua história. Pedi ao velho que me encarava olhando diretamente em meus olhos. Eu dei um passo para trás. Seus olhos estavam vermelhos.
- Esta com medo? Ele perguntou se aproximando de min. E os guerreiros pegaram suas espadas. E eu dei um sinal com a mão que se afastassem, inclusive Webert que se afasta indo para o barco.
- Não! Eu disse firme e ele me olhou por alguns segundos e se afastou.
- Você é a primeira a dizer isso.
Disse se virando e olhando pro mar. - Eu vivo muito tempo aqui. Estou surpreso com sua coragem, por ser uma mulher.
- Qual o problema em ser uma mulher? Eu disse seguindo seus passos que ia para a beira do mar.
- Você guia seu exército para um mar perigoso. Você não sabe guiar seu exército.
- E você sabe?
Eu disse observando ele olhar meus homens.
- Não! Disse se virando para min. - Mas se eu tivesse um exército, eu não me envolveria com uma de minhas guerreiras em uma guerra. Pessoas vão morre. Pessoas que você ama vão morre. E isso te deixara fraca.
Ele disse olhando para Pitter, eu me virei e olhei para Pitter que sorriu.
- Está ai. Você é fraca.
- Você não me conhece, velho.
Eu disse saindo indo até Webert que mexia com o pequeno barco.
- Precisamos de um maior.
Eu disse e ele se levantou.
- Porque ? Disse assustado.
- Vamos todos! Ou não vai ninguém.
Ele me olhou serio e eu sai andando, ciente de minha decisão firme.
- Qual o problema? Pitter se a aproxima, segura em meu braço. – O velho disse algo que te assusto?
Ele me olhou firme e eu olhei em seus olhos.
- Eu serei forte se você morrer!
Disse virando e olhando pro mar.
- Ei! Ele disse me puxando pelo braço, segurando em meu queixo. - Você é forte!
Eu olho para Webert que meche no barco e ele percebe meu olhar confuso.
- Eu sei que sou! Digo sorrindo.
Pitter saiu andando até Webert. Eu observava o modo que ele ia embora. E se um dia ele for e não voltar? Eu não posso ser fraca.
- Hanna! Chamo por ela que está passando próxima a min.
- Majestade. Ela responde bravamente com sua mão na espada. Sempre pronta para oque precisar.
- Vigie aquele velho, não deixe que ele saia de sua vista. Se ele olhar para Pitter mate o.
Ela balançou a cabeça concordando com as minhas ordens e saiu ao encontro do velho misterioso.
-Majestade? Hanna disse já um pouco distante, sem intender.
Eu me virei e olhei para ela que se posicionou com postura.
- Ele acha que sou fraca. Por algum motivo quer me derrubar. Disse que as pessoas que eu amo vão morrer. Com qual intuito ele disse isso? Alguém o mandou. Alguém quer nos para. Então vamos agir primeiro!
- Vamos matá-lo agora!
- Não.
- Mas majestade... Hanna ia dizendo mas eu a olhei firme e ela intendeu meu olhar.
- Não vamos matá-lo se ele não fizer nada! Já sabe quando matá-lo.
- Sim, majestade! Disse se retirando.
Eu fiquei observando o mar dali mesmo parada. Avia ondas enormes de um lado do mar, elas arrastavam com certeza muita coisa.
- As forças daquelas ondas são tão grandes que arrastaram todas as pedras que aviam naquele local.
Trish disse chegando ao meu lado, mordendo uma maça enfiada na ponta da sua espada.
- Arrastam qualquer coisa?
Eu pergunto intrigada com as possibilidade que isso poderia nos ajudar. Trish olhou para min, parecia que tínhamos pensado a mesma coisa.
- É uma chance! Ele disse rindo. - Mas será impossível.
Ele olhou para minha mão. Eu estava com as mãos miradas para o mar e levantando toda água possível que eu conseguia não era muita, eu abaixo a água com força. Ele olhou surpreso e meio assustado. Abaixo a água que nos molha e rimos.
- Não acho que ele tenha gostado disso. Trish disse saindo e Pitter se aproximava.
- Hanna me disse. Pitter disse olhando furioso para min.
- Você precisa de proteção! Eu disse me virando para ele. Segurando em sua mão. Ele logo em seguida tirou se afastou.
- Eu sou um guerreiro. Eu sobrevivia antes de você aparecer e não sera agora que eu vou morrer. Você não pode mandar matar alguém para salvar a minha. Esse sangue estaria nas minhas mãos. Eu não quero que você mate para não me matarem. Eu não quero sua proteção.
Disse furioso.
- Está bem! Seria errado mesmo matar alguém para salvar a vida de quem não se importa em estar vivo ou morto.
Disse saindo. Andei por um tempo na praia e olhei para trás e não vi ninguém, nem mesmo meu exercito.
- Acho que andei demais! Disse voltando para trás. Eu ouvi um barulho, parei e senti como se tivesse sendo observada por algo. – Tem alguém ai? Perguntei olhando para todos os lados. Estava assustada. Continuei andando e de repente senti uma mão gelada em minha boca.
- Xii! Disse uma voz suavemente em meu ouvido. Me soltou e eu me virei para trás.
- Webert. Você me assustou!
Ele sorriu e olhou para todos os lados desconfiado.
- Eu ouvi algo me vigiando. Era você?
- Não. Ele disse andando e olhando com a mão na espada. Eu segui seus passos.
Quem estava me olhando? E oque queria? A cada dia eu me sentia mais sujeita ao mal.
- Pisiu! Disse Webert guardando a sua espada e indo para direção do exército que já podíamos avistar.
Assim que Webert se aproximou os guerreiros ficaram em posição. Eu observava apenas em um canto, encostada em uma pedra enorme.
- Estamos aqui para morrer ou viver. Todos fizemos um juramento. Nós serviremos e morreremos por nossa rainha. Se alguém que está aqui não quer atravessar esse mar em nome a Rainha, que vá embora.
- Huaa!
Todos gritaram e ergueram suas espadas. Assim Pitter apareceu vindo do barco.
- Pela Rainha! E todos juntos gritaram.
- Trish! Eu disse me aproximando do exército e chamando Trish. – Ele vai comandar nossa passagem para o outro lado. Ele será o seu líder agora.
Todos ficaram surpresos. Comentando uns com os outros. – Quem não acatá suas ordens, estará traindo a rainha.
– Ele é o meu comandante, meu braço direito.
E todos ficaram quietos. Pitter furioso gritou.
- Você não pode simplesmente o colocar como comandante. Eu sou o seu comandante!
Disse me segurando pelo braço forte.
Webert imediatamente pegou sua espada e apontou para ele.
- Eu não vou hesitar em te matar.
Pitter olhou Webert e soltou meu braço.
- Você é um dos meus guerreiro, esse é meu exército, sou sua rainha e fará oque eu ordenar, para o bem de todos.
Eu disse alisando onde ele avia apertado, que ficou vermelho de tanta forca colocada na fúria.
Trish se aproximou e ajoelhou.
- Majestade! Vou protege lá com a minha vida.
- Não me proteja e sim ao meu povo.
Trish me olhou e abaixou cabeça.
Sai andando com Webert ao meu lado. Olho pra trás e vejo Pitter furioso coma mão na cabeça. Eu já não estava mais o reconhecendo. E também via Trish comemorando .
Em silêncio Pitter e eu, andamos pela praia até chegar em um lugar deserto onde não avia ninguém. Me sentei perto de uma árvore e ele ficou em pé.
Fiquei observando as grandes ondas. O sol já ia se pôr e logo cedo partiríamos para morrer ou viver.
- Ajude me a levantar! Disse para Webert. E ele veio na minha frente e segurou em minhas duas mãos e me puxou com força e eu fiquei em pé em sua frente. Segura em sua mão, pude sentir seu coração acelerar. Ele respirava fundo olhando meus lábios. Soltei sua mão e olhei para baixo, ele colocou uma mão em minha cintura e tocou em meu rosto e ergueu minha cabeça pegando em meu queixo. Olhou em meus olhos e sorriu tímido. Foi se aproximando calmamente, pude sentir seus lábios extremante gelados nos meus.
- Majestade! Ouvi a voz de Hanna.
Webert soltou meu rosto e tirou a mão da minha cintura. Assustada eu sai, passando por Hanna sem falar com ela.
- Majestade! Gritou Trish quando passei por ele também sem responder.
As lágrimas caiam em meu rosto cansado. Cansado de tanta disputa. Seria tudo tão mais fácil se eu não fosse a rainha e se eu estivesse em meu mundo. Eu desejei uma grande aventura, não um coração dividido. Andei meio perdida pela praia e cai ajoelhada no chão. O sol se pôs na minha frente eu observava imaginando que se tudo que estava se passando na minha vida tinha um propósito.
- Eu só quero que isso acabe,pra min poder ir pra casa!
Eu falei baixinho logo depois eu ouvi um barulho de passos pisando em folhas secas, vindo da floresta de coqueiros logos atrás de min. Assustada eu virei para trás, caindo sentada. Vi uma sombra que parecia ser um homem, bem alto, com barba crescida e quando saio da escuridão e o sol que estava se pondo brilhou em seu rosto, com aparência cansado e assustado.
- Quem é você? Eu perguntei me encostando para trás a cada passo que ele dava.
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