O Início do fim

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– Não podemos dizer a ela, não por agora.
Ouço a voz de Tish que está sentado na beira da cama, logo que me vê acordada se levanta, olho para cima vejo Pitter que sorri satisfeito. Observo os quatro cantos e não vejo nada de inimigos. Havia acabado?
– Você está melhor? Pitter pergunta se sentando e alisando meus cabelos.
– O que aconteceu? Pergunto confusa, de onde estava, e do que havia acontecido com todos.
– Temos muitos que conversa.
Pitter responde, olhando para Trish, aquele olhar me deu a certeza, que não, não acabou. Ele beija minha testa e sai com Trish para fora. Vou até a janela e vejo que estou em um castelo de pedras, bem no meio do mar, olho em direção a praia ao longe e me lembro dos acontecimentos do dia anterior quando vejo fogo e muita fumaça na praia. Meu coração fica vazio novamente e começa sair fumaça de todo meu corpo, eu olho para o chão pela janela, e vejo pessoas subindo pela parede. Começo a gritar assustada e quebro a porta com o braço e saio correndo por um corredor cheio de tochas iluminando. Grito por socorro, e no meio do corredor eu paro sem consegui andar, olho para meus pés e estou sendo segurada pela fumaça que saia do meu corpo.
– Rainha! Ouço a voz do mago no fim do corredor e com ele Trish e Pitter com outros guerreiros. Procuro por Webert e não o vejo, a fumaça vai tomando ainda mais, me ajoelho e grito enquanto sinto a fumaça tomar o meu corpo. Alguma coisa havia acontecido comigo e eu não sabia o que e nem como impedir. Todos me olham assustados, enquanto sinto a fumaça por todo o meu corpo. Sou levantada do chão.
– A maldição se cumpriu. A maldição se cumpriu.
Repeti essa palavras sem saber o porquê, várias vezes. Enquanto a fumaça me tomava sentia todas as dores das pessoas que matei.
– Não. O mago diz batendo seu cajado no chão, quando por fim tudo acaba, caio não chão. Me levanto e olho para o mago, que poderia me dar respostas.
– Fique onde está. O mago diz se aproximando. – Veja com seus olhos, no que se transformaste. Ele faz aparecer um espelho em minha frente, eu olho devagar e assustada grito e dou um passo para trás e se criam raízes negras sobre toda a parede. Eu estava com os cabelos brancos, os olhos negros, e toda a minha roupa era preta, minha boca branca e unhas pretas.
– Tira isso de mim. Digo quebrando o  o espelho com o grito.
– Você tem que manter a calma. Tente entender por que sentiu tanta fúria.
O mago diz me jogando um pó branco, que se torna preto assim que me atinge. Ele me olha assustado e se afasta.
– Pitter? Digo olhando em sua direção e tento anda lentamente até ele, mago acento com a cabeça, concordando com meu passo. Pitter se afasta conforme eu me aproximei. Eu posso machucar, mas ele deveria estar do lado. A fúria aumenta ainda mais. Tudo se torna escuro no  corredor, quando saio para o quarto, me sento na cama e tudo escurece. Vou até a janela e olho para o céu e tudo está diferente, não sinto os elementos, porém eles precisam de mim, estão desequilibrados.
– Consegue sentir ?
Mago diz entrando no quarto e se sentando na cama.
– Sim. O que está acontecendo comigo?
Digo ainda de olho no céu, e quando me viro percebo que Pitter está na porta.
– Também quero saber. Pitter diz logo em seguida entra e fica encostado na beira da cama.

Pois muito bem agora seria a hora de entender toda essa confusão que estava acontecendo. Pitter não conseguia me olhar nos olhos, embora minha aparência não fosse tão feia, somente diferente.

– Você é uma deusa dos elementos, porém deve saber que é uma espécie diferente. Não deveria existir e para toda existência fora da natureza, existe uma consequência, esta é a sua.
O Mago diz me olhando.

Certamente essa é a consequência, o que aconteceu comigo. Pitter me olha e logo abaixa a cabeça, sinto o seu desprezo e isso me entristecia.  Então o mago continua.

– O humano tem a fúria como um elemento que a natureza não aceita, exatamente por isso foi isolado, haveria de existir em você, apenas a bondade o que ocorreu até agora, a fúria te tomou de tal forma que você destruiu uma bruxas e mil demônios das sombras. Preciso entender o que te fez liberar esse lado.

Uma bruxa? confusa tento entender, então Tyrty ainda teria que ser derrotada. Eu olho para Pitter e abaixo a cabeça. Temo que ele saiba que está causa seja Webert, no qual eu ainda não ouvi falar, apenas a sua morte tenha sido meu maior motivo de querer destruir tudo e todos, talvez ele tenha se tornado o maior bem  e sem ele eu não teria amor. Lágrimas descem pelo meu rosto e eu não sou capaz de suporta este mundo, sem o bem de Webert, eu o amava.

– Não posso viver assim. Digo e os dois me olham assustados, vou até a janela e ouço apenas o não de ambos quando me jogo. Fecho meus olhos e não sinto a pancada no chão, Pois sou segurada por uma fumaça negra.
– Se não me deixa morrer, o que quer de mim? Grito para o meu interior e vejo Pitter e o mago vindo correndo em minha direção. Com olhar de alívio. Todos do reino pararam para me olhar.
– Preciso saber, onde ele está? Digo furiosa e gritando e o céu vai se tornando preto como uma noite escura sem estrelas.
Pitter me olha, já ciente de quem se tratava, seu olhar era profundamente triste, ele estava ciente de meus sentimentos, eu o amava, mas também amava o Webert, e ele sabia. Em um suspiro ele se vira de costas para min e sai andando.  Me jogo de joelhos no chão, e observo ele se afastando de minhas vistas. Todos se assustam e olham para o céu, que estava escurecendo, e dava estrondos ensurdecedores.
O Mago me olha, preocupado se aproxima devagar.
– Você é o equilíbrio de todo o nosso mundo, se continuar assim, não haverá mais mundo. Todos morremos.
Ele me ajuda a levantar e eu me apoio em seu ombro.
– E no fim, eu sou o meu próprio inimigo. Digo a ele, enquanto vamos andando para dentro do castelo.

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⏰ Última atualização: Jan 30, 2017 ⏰

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