08

5K 299 22
                                    

HELENA

6:30 da manhã e a minha insônia resolve dar o ar da graça. Será que nem bebada essa porra me deixa?

Olhei pro lado e Tina estava no vigésimo quinto sono. Que ótimo! Precisava de um copo d'água pra passar essa sede que mata qualquer um.

Coloquei meu pijama porque como a Tina havia falado, seu irmão ficava em casa e vai que ele me vê de calcinha por aí.

Abri a porta com cuidado pra não fazer barulho e pude escutar passos na parte de baixo da casa.

Fui caminhando com cuidado e quando vi, eu juro que não acreditei.

O Antônio estava com seus fones e sem camisa , saindo de casa provavelmente para uma corrida.

Puta que pariu! Esse cara me perseguia? Voltei imediatamente pro quarto e fechei a porta antes que ele pudesse notar a minha presença, eu não estava acreditando ainda.

Meu coração parecia vir na boca e eu me sentei na cama , chacoalhando Tina até ela acordar.

— O que foi mulher? — perguntou ainda de olhos fechados e sonolenta.

— Fala pra mim que seu irmão é gay e tem um caso com o Antônio e ele não é seu o seu irmão , pelo amor de Deus! — disse nervosa e ela abriu os olhos.

—Vocês se falaram? Ele vai me matar — ela começou a rir.

— Não. Claro que não! Você tá louca?! Por que não disse que ele era seu irmão? Deus do céu! — eu levantei e andei de um lado pro outro.

Eu transei com os dois irmãos , que inclusive são meus colegas de serviço. Helena , o que você está fazendo? Minha vontade era de não aparecer mais naquele hospital.

— Porque ele me proibiu. Mas o que tem de não grave em ser meu irmão? Ele é só o seu preceptor cara , relaxa — disse deitando de novo na cama.

— Nós transamos. — disse séria e ela ficou boquiaberta.

— Tá de sacanagem? — ela disse incrédula e começou a rir.

— Para de rir Tina, é sério!

— Depois de trabalharem juntos? Meu Deus , me conta essa história direito , eu quero saber de tudo. Agora faz sentido o porquê dele ficar puto quando eu falo de você , gente.... — disse pensativa e soltando uma risada.

— Foi antes e eu não quero falar sobre isso. Eu vou embora! Não quero dar de cara com ele , é sério...

Falei enquanto procurava minha roupa pelo quarto. Eu queria sair daqui o mais rápido que eu conseguisse.

— Ah fala sério Lena , vai embora por causa disso? — ela cruzou os braços.

— Sim. E você é uma vaca. — eu disse olhando pra ela e voltando a colocar minhas roupas. — eu disse dobrando o pijama dela e colocando no puff.

— Não acredito, cara! Você vai mesmo? Foi tão ruim assim a nossa noite, gata? — ela falou debochada, me provocando.

— Você é uma ridícula. Eu não acredito que transei com vocês dois. — falei ainda em choque e aí mesmo que ela riu. — Duvido que vou ficar aqui pra dar de cara com ele. Vou pedir um uber, qual o endereço daqui e você não durma de novo pra abrir a porta pra mim.

— Bobeira, Helena! Mas tudo bem, vou te passar o endereço e te levo lá embaixo. — ela resmungou e levantou da cama pra vestir sua roupa.

Os minutos até o uber chegar, pareciam eternos. Eu só pensava no Antônio voltando e dando de cara comigo aqui. Graças a Deus o uber chegou e eu podia ir pra minha casa o mais rápido possível.

ANATOMIA DO AMOR - DEGUSTAÇÃOOnde histórias criam vida. Descubra agora