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HELENA

Finalmente fim de semana chegou e eu podia ser inútil sem preocupações com ser produtiva e podia beber minha cachaça.

Depois das 48h daquele dia, só tive um dia de folga e o restante da semana, trabalhei normalmente até as 19h. O clima não foi um dos melhores, mas pelo bem da minha carreira, eu precisava ser o mais profissional possível. E é claro que isso incluía suportar aquele ogro, que ainda por cima me deixou com um tesão do caralho e simplesmente me deu as costas.

Mas isso não importa, hoje combinei de beber com o Rafa e a Tina e como eu queria ter zero preocupação com relação a ter que dirigir depois, o Rafa combinou de dirigir e passar pra pegar eu e a Tina.

Quando foi umas 22h , ele mandou mensagem avisando que estava lá na frente do prédio. Fechei o AP e desci. A Tina já estava com ele, então fui caminhando pra perto da porta traseira.

— Com todo o respeito,você fica bem melhor sem o jaleco...

Rafael disse me olhando dos pés à cabeça.

— Então eu to bem ? — falei dando uma voltinha.

— Porra ,ô se tá! — Ele disse coçando a cabeça e depois balançou negativamente, provavelmente pensando besteira. A Tina riu e eu entrei no carro.

— Fala logo que ela tá gostosa pra caralho porque tá viu, amiga! — ela disse virando para trás e apertando minha coxa.

— To começando a ficar preocupada de como eu fico naquele hospital. Vocês tão me elogiando tanto que to até com medo...

— Digamos que a roupa esconde um pouco os seus atributos naturais — ele disse me olhando pelo espelho do carro e eu o olhei , franzindo o cenho.

— Rafael não perdoa ninguém , Jesus amado! — Tina riu, me fazendo rir também.

Chegamos lá e a casa estava mais ou menos cheia. Eu estava doida pra dançar e me divertir pra extravasar dessa semana um tanto quanto caótica. Nós descemos do carro e fomos andando até o bar.

— Por favor gente , não me deixem falar com estranhos e muito menos dormir com eles. Da última vez ,não deu muito certo! — fiz uma careta e eles olharam sem entender.

— Ué , por quê? Os estranhos que são os melhores... — Tina fez uma cara de safada e fez uma dancinha.

— Eu te garanto que no meu caso, não foi.

Falei me lembrando do Antônio... Aquele ogro,idiota,grosso e gostoso. Aí ,como é gostoso...

— Quero uma bebida daquelas pra começar heim! — disse tentando me livrar dos pensamentos.

— Opa,deixa comigo, ruiva!

Rafael falou com empolgação e passou o braço pelo meu pescoço e caminhou comigo até o bar.

O Rafa conhecia quase todo mundo, parecia até politico. As meninas vinham até ele toda hora pra cumprimentar. Era um safado mesmo...

Pedi uma dose bem forte de absinto , desceu queimando.

— Espero que o efeito seja melhor do que o gosto. — disse fazendo uma careta. Rafael me olhou pensativo e quando menos esperei, ele sacudiu minha cabeça bem rápido.

— O que você fez ,maluco? - ri, ajeitando meu cabelo.

— É pra fazer efeito mais rápido - ele riu e piscou pra mim.

E ele tinha razão. 15 minutos depois o calor começou a subir e eu precisava dançar. O Rafael não estava bebendo porque ia dirigir. Estávamos em uma mesa perto da onde estava tendo o dj antes de liberarem o karaokê.

ANATOMIA DO AMOR - DEGUSTAÇÃOOnde histórias criam vida. Descubra agora