002.

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— A Lição numero dois diz: Confie em mim.

— Não disse que não confiava em você, apenas quero saber para onde vou.

— Vai para o céu. — foi tudo o que ele disse.

Molly não o questionou mais, apenas recostou o rosto ao vidro do carro e observou a paisagem.

O carro de Payton diminuiu a velocidade e entrou no estacionamento de um prédio.

— Onde estamos? — ela indagou.

— É hora da minha namorada conhecer minha casa.

— Conheço sua casa e não é essa.

— Essa é minha outra casa. — ele disse.

— Seria essa a casa onde você leva suas "namoradas" para encontros nada inocentes? — ela perguntou, alfinetando-o.

— Não — ele foi firme — Não costumo namorar, Molly. Minhas conquistas eu prefiro levar a motéis. Esse lugar é muito íntimo e eu gosto de tratá-lo como meu santuário. Essa casa foi dos meus pais. — ele continuou — Como ambos estão morando no Canadá agora, ficou para mim. Venho aqui quando quero paz.

Ela ficou vermelha com a resposta dele.

— E o que eu estou fazendo aqui?

— Está me conhecendo. Conhecendo todas as partes que me compõem. Quero que você seja capaz de me traduzir. Entre nós deve prevalecer o máximo da intimidade, só assim funcionará.

— Payton, eu gostaria de saber o que você preten... — Mas a frase foi suspensa e esquecida quando ele encostou o dedo indicador em seus lábios.

— Agora chega, Molly. É hora de se calar. Estamos aqui por um bom motivo. Teremos nosso primeiro contato íntimo. Queria que as coisas fluíssem, mas você não é nada fácil de lidar.

— Você quer dizer que vamos...

— Vamos. — ele disse firme. — Mas não há necessidade de nomearmos isso, ainda não sabemos qual será o desfecho. Preciso que entenda que há muitas maneiras de se fazer sexo. — se dirigiu ao bar da sala, servindo-se de uísque. — Aceita?

Ela afirmou, já estava bastante nervosa.

— Existem linguagens de baixo e alto calão para denominar o ato sexual, o fato é que todas elas o definem bem, dependendo da situação. — entregou a bebida a ela — Podemos fazer amor, se o ato for calmo e gentil. Podemos transar, se ele for sensual, intenso e se for carnal. Sexo romântico, sexo selvagem, não importa. Apenas o denominamos no fim, quando finalmente entendermos o que fizemos. Compreendeu? — ela afirmou. A respiração cada vez mais desregrada com as palavras que ele proferia. — A primeira coisa que vou fazer é mostrar a você o que eu costumo chamar de ritual de reconhecimento. Irei reconhecer seu corpo, assim como você reconhecerá o meu. Vou explorar você, com minhas mãos, minha boca e minha pele. — ele dizia cada palavra olhando nos olhos dela — E você tentará se libertar de seus pudores e recatos e fará o mesmo em mim.

Ela continuou parada. Ele se aproximava cada vez mais, já podia sentir o doce aroma do seu hálito, mas Payton recuou. Ela não compreendeu, mas logo o viu baixar a luz do quarto.

— Vamos tornar tudo mais interessante, Molly. Vamos brincar com os sentidos. O ato sexual tem tudo haver com exploração de sentidos.

Ele voltou-se para ela, mas antes, se deteve em uma escrivaninha pegando algo de dentro. Quando já estava próximo o bastante, mostrou a venda preta que trazia na mão. Ela recuou dois passos.

— Não. — ele disse simplesmente e ela voltou para o lugar.

Payton prostrou-se de frente à ela, com o semblante sério e carregado.

𝐒𝐄𝐗 𝐂𝐋𝐀𝐒𝐒𝐄𝐒 ᥫ᭡ 𝗉𝖺𝗒𝗍𝗈𝗇 𝗆𝗈𝗈𝗋𝗆𝖾𝗂𝖾𝗋Onde histórias criam vida. Descubra agora