12.

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Não demorei muito tempo para voltar para casa, Sebastian havia me mandado várias mensagens dizendo que tinha amado essa noite e principalmente essa manhã. Eu estava totalmente focada em qual desculpa eu iria dar para o meu pai nessa altura do campeonato. Por mais que ele não demonstrasse tanto querer está presente na minha vida, eu não iria simplesmente chegar e contar toda a verdade para ele e eu não sou nem obrigada a fazer isso pra começar.

Abro calmamente a porta e a fecho no mesmo ritmo. Caminho em direção a escada para subir ao meu quarto.

-S/n. -Diz meu pai me olhando da cozinha com um semblante fechado.

-Olha pai, eu não quero conversar sobre isso com você agora.. tá legal? -Digo olhando para o mesmo parada no começo da escada.

-Não é mais uma questão de escolha S/n onde você estava? -Diz o mesmo com um tom de autoridade.

-Mas que merda. Porque você está tão preocupado, já que você nunca está em casa direito? -Digo me exaltando.

-O problema é que eu cancelei a droga da reunião com o novo sócio do restaurante hoje por sua causa S/n.

-Você cancelou porque quis. Você sabia que eu iria voltar para casa.

-Porque eu quis? Eu fiquei te ligando a noite toda, pra você simplesmente chegar e falar isso?

-Sim. Foi uma escolha totalmente sua de cancelar algo relacionado ao seu trabalho.. não vem querer colocar a culpa dos seus erros encima de mim não.

-Meu Deus... S/n, você não aprende nunca né? Os erros são seus, você que saiu desde ontem e voltou quase meio dia.

-Olha Carter, dos meus problemas cuido eu tá bom? Eu não te devo satisfação de mais nada desde quando a minha mãe morreu.

-Você o que? -Diz o mesmo levando suas mãos em seu rosto.

Um silêncio ensurdecedor de ambos permaneceu naquele cômodo, como se meu pai tivesse ficado preso em um transe, o mesmo me olhava com um olhar de muita tristeza, dor e decepção. Eu simplesmente dei os ombros e subi o mais rápido as escadas e me tranquei no meu quarto.

Joguei minha bolsa em algum lugar aleatório do quarto e tirei o meu vestido e fui direto para o banho. Eu precisava me reorganizar mentalmente, coisas que aconteceram meses atrás me assombravam, meu pai poderia está certo, talvez eu tenha agido de uma maneira errada quando eu não avisei que viria para casa.

Mas ao mesmo tempo eu o culpo por tudo e me questiono sobre o que aconteceu com ele e com a minha mãe, eu estava cansada disso já e o meu maior refúgio agora, sem dúvidas era Sebastian.

Depois de um longo banho quente eu me visto com um moletom e me deito na minha cama ainda com a mente a mil. Eu não sabia o que fazer nem o que falar.

-Querida? -Diz Colleen do corredor.

Eu apenas olhei em direção a porta e não tive forças para dizer absolutamente nada.

-Você precisa comer.. o seu pai já me ligou do restaurante várias vezes me perguntando sobre você. Que tal irmos juntas ao restaurante para fazermos uma surpresa pra ele? -Diz Colleen novamente.

-Eu não estou afim Colleen. -Digo bufando.

-A mesma então abre a porta do meu quarto e caminha até a minha cama. -Eu não quero ver vocês assim.. eu presenciei a discussão de vocês e não foi nada legal que ambos disseram um para o outro. -Diz Colleen se sentando na minha cama e me olhando.

-Colleen.. não adianta, o meu pai ficou desse jeito depois de tudo aquilo. E de verdade, eu o culpo sempre por isso. -Digo olhando para a mesma.

-Você sabe muito bem que o seu pai não tem nada haver com o acidente da sua mãe.

-Eu sei disso. Os médicos disseram que foi lugar errado na hora errada.. mas eu não consigo entender como que uma pessoa que nem estava em tanta velocidade assim morresse daquele jeito. -Digo em meia a lágrimas.

-Vem cá. -Diz Colleen me abraçando. -Tudo tem um porque, talvez algum dia você poderá descobrir ou entender o que de fato aconteceu com a sua mãe.. talvez você e o seu pai mais na frente precisaram se entender melhor e comversarem sobre isso como dois adultos civilizados.

-Eu espero tanto por esse dia. Mas eu acho que será difícil Colleen.

-Logo vocês iram se acertar querida.. não fique assim, tá bom? -Diz Collen me olhando.

-Obrigada. Agora me deixa um pouco sozinha.. eu preciso pensar um pouco. -Digo sorrindo fraco.

-Claro, fique a vontade. Qualquer coisa se você precisar de mim, me chame. -Diz Collen sorrindo e se retirando do meu quarto.

Eu fiquei algumas horas atordoada, e me culpando ao mesmo tempo por querer viver a minha vida, e ao mesmo tempo pensando se a minha mãe onde quer que ela estivesse, estaria orgulhosa de tudo que eu estava fazendo. Se era errado ou não eu e o Sebastian. E se tratando dele, eu confesso que estou perdidamente apaixonada por ele e eu não faço mínima ideia sobre o que irei fazer em relação a isso. Se eu devo ou não contar isso para ele.

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