Deliver Us From Evil

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"A batalha contra o Diabo, que é a principal tarefa de São Miguel Arcanjo, ainda está sendo travada, porque o Diabo ainda existe e está em atividade no mundo"

- Papa João Paulo II

Monroe, Connecticut – Warren's Home - 1978

- Ela está magoada conosco? — Lorraine questionou preocupada ao marido assim que se sentou na mesa de sua cozinha amarelada.

- Apenas um pouco triste por termos perdido sua feira de ciências — Ed sorriu fraco se esgueirando até o armário afim de preparar o chá favorito da esposa.

A mulher se sentia culpada pensando na forma como Judy estava crescendo. Sempre escolhendo salvar os outros e ajudar famílias vinha com um preço. Sua única filha passava pela infância sozinha, com os pais ausentes em casa na maioria das vezes, sem falar na atenção negativa que as pessoas atribuíam aos dois e descontavam na menina no ambiente escolar.

- Acabamos de voltar de Londres, talvez fosse melhor darmos um tempo Ed... — A frase não escondia os reflexos medrosos de sua esposa naquela noite em Enfield. Ele sabia que para Lorraine, a experiência tinha sido terrível a ponto de traumatizá-la para futuros casos. Principalmente agora, onde viam que sua filha precisava de atenção dos dois.

- Eu sei que as coisas saíram do controle meu amor, mas aquela família precisava da nossa ajuda — Ed suspirou exalando sua culpa. Ele havia prometido que se as coisas ficassem muito ruim, eles voltariam imediatamente, algo que não aconteceu. Ele quebrou a promessa que fez a ela e agora só lhe restava lidar com as consequências disso.

- Eu quase perdi você — Lorraine afirmou com a voz chorosa. Ed sentiu seu coração se esmagar, ele havia causado dor a ela. Antes que ele pudesse abrir a boca para confortá-la, o telefone tocou rudemente interrompendo a conversa importante entre eles.

Lorraine observou o marido andar sem pressa até o objeto e pegá-lo sem empolgação. Rapidamente algo lhe soprou no pescoço, não como um calafrio, mas como um aviso.

- Alô? — Ed perguntou inseguro. A mulher assistia cada expressão dele durante a ligação, captando vibrações ansiosas, com certeza era um telefonema daqueles...

- Sim, Lorraine é minha esposa... — O homem explicava atento. - Espere... por que nós?... — A cada palavra, a mulher tinha certeza que se tratava de um novo caso. Ed conversava tenso, mas ao mesmo tempo empolgado. Da mesma forma que ele fazia quando pintava seus quadros através das visões de seus sonhos, havia terror e paixão na mesma quantidade, afim de transferir as imagens para a tela. Ali estava ele, reproduzindo as mesmas expressões na ligação.

- Claro, eu retornarei sua ligação... Foi um prazer Padre Lucas — Ed sorriu orgulhoso antes de colocar o telefone no gancho. Virando-se para sua esposa, o sorriso desmanchou, transformando-se em preocupação.

- Vejo que temos um novo caso — Lorraine assumiu triste dando um gole no chá feito supostamente para tranquilizá-la.

- Era o Padre Lucas... Do Vaticano. Eles precisam de nós em Roma. Eu não sei o motivo, mas parecia sério, ele não quis dizer a distância — Ed explicava calmamente. Se fosse um caso simples, ele teria recusado de imediato, sua esposa vinha em primeiro lugar sempre. Porém se tratando de um pedido oficial direto do Bispo, eles não podiam negá-lo, independente da circunstância, o casal devia tudo a Igreja.

- Vaticano? Por que precisariam de nós? Existem tantos demonólogos lá — Lorraine não conseguia entender as razões. - Ed... eu não quero ir — Ela admitiu timidamente ao marido. O homem se aproximou dela, sentando ao seu lado e colocou a mão dele sob a feminina com longos dedos delicados.

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