The Last Exorcism

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- Lorraine, por favor não! — Ed gritou desesperado sendo chicoteado pelo vento forte carregado da chuva gelada.

- Ela vai pular Ed, o que faremos? — Burke perguntou enquanto assistia a mulher há mais de cem metros de altura, balançando no vento como uma boneca frágil.

- Senhor, sua esposa é suicida? — O policial perguntou para ele com medo.

- Não! Ela, não é... — Warren exclamou procurando de todas as formas enxergar o que ela fazia, mas a chuva dificultava tudo. Lorraine parecia estar dançando entre as estátuas gigantes que cercavam a cúpula sem preocupação alguma. Se ela não pulasse de lá, morreria acertada por um raio.

- Não é o que parece — O policial comentou irônico para o batalhão que enchiam o colchão de ar sobre a agressiva tempestade.

- Eu vou até ela — Ed declarou correndo para dentro, temendo ser tarde demais. A Basílica era enorme, ele nunca chegaria ao topo a tempo de impedi-la, ele tinha perdido dessa vez, perdido para sempre.

Enquanto isso, Lorraine colocou os dois pés no parapeito e subiu completamente, abrindo os braços pronta para se jogar.

[...]

Cinco Horas Antes

Ed Warren não gostava do clima da casa de Catarina e Alfredo. Se Lorraine estivesse junto, ela provavelmente lhe diria para não entrar ali. Mesmo odiando o cheiro e a energia carregada do lugar, lá estava ele para interrogar a menina.

- Meu nome é Ed Warren, hoje é 9 de janeiro de 1978, em Roma, Itália. Estou aqui com Catarina Fellini, Alfredo Fellini, Padre Burke e Padre Lucas — Ed apresentou os fatos ao gravador que carregava consigo.

- Catarina, quando foi que aconteceu a primeira manifestação? — Warren questionou virando o microfone do aparelho para a menina.

- Eu estava participando de uma ajuda oferecida pela Abadia das Três Fontes à comunidade, onde éramos introduzidos aos ensinamentos de Deus e o serviço comunitário. Aconteceu logo depois do natal, eu fiquei até tarde para a missa e prometi que ajudaria o Padre Lucas a fechar a igreja naquele dia — Catarina contou timidamente encarando o microfone ao invés das pessoas com ela na sala.

- Eu pensei ter visto algo passando por mim, como um vulto frio na sala ao lado das fontes. Por onde ele passou, deixou um cheiro horrível, parecido com carne podre. Eu fiquei com tanto medo, que vim correndo para casa. Depois as coisas pioraram, as panelas da cozinha da igreja sumiram, ouvíamos gritos implorando por socorro... — A menina revelava triste se recordando dos acontecidos.

- Ouvíamos? Está falando de quem? Do Padre Lucas? — Ed perguntou sério tentando juntar todas as peças.

- Eu e as irmãs, as noviças e freiras. Aquelas que ficaram feridas e até morreram no ataque. Foi nesse dia que tudo aconteceu, íamos sendo amedrontadas cada vez mais até aquela manhã. A Abadia foi invadida por pessoas encapuzadas, usavam uma roupa engraçada, vermelha, muito parecida com as túnicas dos franciscanos — Catarina afirmou rindo levemente do estilo ultrapassado demais para o gosto jovial dela.

- A Iovis Dominum, eles se caracterizam assim — O Padre Lucas se intrometeu na conversa.

- Eles nos prenderam lá dentro e fizeram conjurações, como se fossemos o banquete do que é que fosse ser chamado. Houve muitos gritos, sangue, irmãs que pulavam do sino, algumas cortavam a própria garganta com as facas da cozinha, foi horrível! — A garota era consolada pelo irmão que esfregava o braço dela suavemente em um sinal de apoio.

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