Bram Stoker's Dracula

134 9 4
                                    



- Milorde, temos um problema com o Marbas. Nós o invocamos como pediu e o colocamos na garota, mas não conseguimos o invocar novamente — O líder da Iovis se desculpou com Lorraine.

- Eu o mandei para longe. Trazê-lo foi um erro, ele não aceitaria se curvar perante a mim quando chegasse a hora — Lorraine afirmou indiferente mexendo-se confortavelmente no trono feito especialmente para ela, coberto de veludo vermelho e madeira banhada em sangue.

- E como faremos isso sem ele? — O líder questionou confuso. Lorraine o encarou furiosamente com o olhar sobre chamas e o jogou no chão usando seus poderes psíquicos sem hesitar. O homem caiu nas pedras úmidas do subterrâneo de Roma enquanto gemia de uma dor desconhecida. A dor devorava cada órgão dele o fazendo urrar desesperadamente.

- Você serve a mim e apenas a mim. Não questione meus planos novamente — Lorraine falou não em sua doce voz feminina, mas no timbre demoníaco de Asmoday, ecoando por todo lugar como um presságio de morte.

- Vossa alteza, o altar está pronto — Outro membro da ordem encapuzado informou com medo à mulher sem olhá-la nos olhos.

- Vamos buscar nossas almas na abadia — Lorraine sorria vitoriosamente passando pelos súditos. Ela só precisava encontrá-lo e tudo estaria ganho.

[...]

Iovis Dominum invadiu a Abadia das Três Fontes de uma maneira planejada. O prédio contava com pequenas instalações em volta das fontes as protegendo. Eles entraram em fileiras com tochas na mão, como fazia na época da inquisição. Não era uma caça às bruxas, porém hoje as pessoas que guardavam o lugar, iria ser queimadas vivas.

Lorraine seguia atrás do batalhão que a protegia. Ela vivia para o fogo, para a destruição em massa. Conseguia-se ouvir os gritos desesperados das vítimas morrendo nas chamas que começavam a se espalhar, a fazendo se sentir renovada. A velha Lorraine rezava por dentro, uma pequena voz, mas petulante, irritando o rei enquanto implorava para deixar as almas dos inocentes em paz.

- Non terrent diaboli — Um monge gritou para Lorraine quando a sala onde ele estava começou a sufocar pela fumaça cinzenta quente.

- Onde está meu anel, velho? — A clarividente perguntou se aproximando do homem ameaçadoramente.

- Ele pertence ao Arcanjo Rafael, não a você, Asmoday... — O monge cuspiu o nome dele junto com a saliva no chão. A ordem esbravejou com a ação desrespeitosa perante ao rei, enquanto a mulher se mantéu serena sobre o olhar.

- Sorria, hoje é seu dia de sorte, homem imundo! Você vai morrer como ele morreu — Lorraine contou apontando para a estátua de São Paolo.

- Amarrem ele e o decapitem. Quero ver a cabeça deste ignorante rolando pelo fogo — Ela ordenou a Iovis, que se reverenciariam perante a ordem e agarram o monge o levando para fora, cujo qual implorava por clemência.

Lorraine caminhou sozinha graciosamente até a fonte. O lugar era sagrado demais para se queimar por completo. Haviam três caixas ao total, cada uma guardada sobre as fontes iluminadas indicando sua importância.

Asmoday tentou por séculos conseguir o anel de Salomão, o único capaz de prendê-lo e escravizá-lo aos homens, mas sempre era guardado sobre algum encantamento sagrado forte o suficiente para o impedi-lo de alcançar tal objetivo.

Lorraine Warren mudava tudo, ela era pura, tinha o dom que os seguidores mais féis de Marbas almejavam acima de tudo, dom que o próprio Deus deu a ela quando nasceu. O anel foi guardado em uma pequena cripta ordenando que apenas os mais devotos seguidores do divino poderiam tocá-la. Lorraine era a chave do quebra-cabeça que faltava e agora ele iria conseguir.

A PrayerOnde histórias criam vida. Descubra agora