Dois dias depois, Roma.
- Não deveríamos deixar Lorraine perto dela — Lorraine ouviu a voz dizer longe, mas ela estava sonolenta demais para abrir os olhos e procurar o que estava acontecendo.
- Catarina trouxe uma torta para ela quando soube do acidente, não podia deixá-la esperando lá fora — Uma outra voz sussurrou para não acordar a clarividente, que estava ouvindo tudo de olhos fechados.
- Não conseguimos exorcizá-la, pode ser perigoso. Lorraine ainda nem acordou — A voz que ela reconheceu imediatamente era de Ed.
Lorraine abriu os olhos, com a claridade do fim de tarde batendo diretamente em seu rosto. Ela se sentia tão perdida, a última coisa que lembrava era de cair das escadas, depois teve sonhos loucos seguidos sem fim, onde não se sabia se eram reais ou falsos.
- Ed? — Lorraine chamou como uma criança com medo do escuro. O marido correu para o quarto onde ela se encontrava deitada. O ambiente era desconhecido, as cortinas, a cama, o papel de parede não lhe eram familiares e nem se pareciam com a do hotel.
A mulher notou que Ed parou na porta do quarto e a encarou com receio, como se buscasse reconhecer quem era aquela sentada na cama.
- O que aconteceu? — A morena pediu esfregando a cabeça como se tivesse um batido e formado um galo ali.
- Você esteve dormindo por dois dias. Se lembra de alguma coisa? — Warren perguntou se aproximando da esposa lentamente, como se estivesse lidando com um animal selvagem.
- Eu acho que caí das escadas, depois tive um sonho estranho. Estive em um hospital? Tinham padres e bispos, mas isso é loucura — Lorraine comentou e viu o marido respirar aliviado, finalmente chegando perto dela como sempre fez.
- Lorraine... — Ed suspirou a abraçando forte enquanto a esposa parecia confusa com tamanho desespero. Lorraine colocou as duas mãos no peito do marido e deitou a cabeça no pescoço dele aproveitando o momento. Mesmo não entendo, algo dentro de si clamava pela segurança que Ed lhe proporcionava.
- Os sonhos eram reais, não é mesmo? — A mulher perguntou retoricamente triste. Ed beijou a cabeça dela e fechou os olhos, pedindo para que aquele momento durasse para sempre. Apenas os dois, a esposa bem e tranquila, sem acidentes, espíritos inumanos, mentiras...
- O médico te deu alta porque você aparentemente se curou sozinha, como mágica. Eu nem gosto de pensar o que está te mantendo saudável — Ed comentou em um tom que a esposa conhecia e não gostava.
- Se foi real, significa que ele está dentro de mim... Ed, você precisa fazer o exorcismo — Lorraine suplicou se afastando ligeiramente.
- Não podemos, não sabemos o nome dele, quem ele é e como isso afetará você — Ele respondeu incerto acariciando a bochecha da esposa com desânimo.
- Ele não irá me deixar saber seu nome, mas eu vou ajudá-los, nós vamos vencer essa guerra — Lorraine falou confiante.
- Nós iremos embora amanhã — Ed contou sorrindo como se lhe entregasse a solução, mas ela não gostou do que ouviu.
- Fugir e abandonar essas pessoas? Não somos assim, Ed. Nós ficamos e ajudamos, é isso que fazemos — Lorraine não entendia o plano do marido.
- Eles nos enganaram! Eu te encontrei quase morta no fim da escada, você ficou internada e quando acordou, eu me deparei com outra coisa no corpo da minha esposa! Eu não quero passar por isso de novo — Warren se levantou da cama a encarando sério. Por que eles pareciam em desarmonia?
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A Prayer
Fiksi PenggemarRoma sempre foi conhecida como cidade eterna, através da lenda que dizia ser o único lugar capaz de sobreviver ao fim do mundo. Mas será que os Warren vão concordar, após receberem uma ligação para investigar a tormenta do Vaticano? Até onde eles ir...