𝐵𝑙𝑢𝑒 𝑒𝑦𝑒𝑠

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Em casa, Taylor encontrou Joe jogado no sofá com um notebook no colo. Ele parecia estar fazendo pesquisas para a próxima viagem.

—Se divertiu? —Ele perguntou sem desviar o olhar do aparelho.

Taylor fechou a porta e sorriu convencidamente.

—Sim, eu descobri o poder dos tanquinhos na luz neon. —Ela caminhou até o sofá e observou ele erguer as sobrancelhas e a encarar.

—Onde você estava?

—Fui dar força no novo trabalho do meu amigo.—Taylor diz simples se sentando à sua frente.

—Que trabalho?—Ele parecia interessado.

—No clube de strip da rua 4.—Ela contraiu os lábios se segurando para não rir da expressão de Joe.

—Oh, uh...não sabia que você curtia essas coisas.—Ele pigarreia e volta a olhar a tela de seu notebook.

Taylor revirou os olhos e suspirou.

—Há muitas coisas sobre mim que você não sabe. —Ela se levantou e fez uma pose no meio da sala.—Eu vou fazer chá, quer?

—Por favor.

—O que você está fazendo? —Ela seguiu para a cozinha.

—Olhando lugares para a próxima viagem. —Respondeu um pouco alto para que ela pudesse ouvir do outro cômodo.

—Hm...quando vai ser? —Taylor pegou a chaleira e levou à torneira para encher.

—Daqui uns meses, estou fritando meus neurônios com isso.

—Vai ser para onde?

—Estava pensando em Los Angeles ou Las Vegas, algo diferenciado do habitual.

Taylor fez uma expressão indignada. Ela deixou a chaleira em cima do fogão e foi até a sala, apoiou os braços na cintura e encarou Joe.

—Por que quando eu fui a viagem foi pro mato? Eu quero ir para Las Vegas beber!

—Qual o seu problema com o mato? —Joe a encarou comicamente.

—Eu só prefiro cidades grandes do que o interior, eu quero ir para Las Vegas para ir em cass-

—Se formos para Las Vegas não vamos entrar em cassinos! —Joe adiantou.

—Por que não? —Taylor estava emburrada.

—Porque tem muito mais em Las Vegas do que apenas cassinos.

—Você é um tiozão! —Taylor gargalhou e Joe abriu a boca para falar.—Acho que você que precisa de umas aulas de como viver meu amigo, porque poxa, nenhuma mulher gosta de um tiozão. —Taylor diz estratégica e Joe ri fraco.

—Está tentando me insultar? —Ela tinha um sorriso irônico nos lábios e Taylor cruzou os braços com uma careta  pensativa.

—Talvez? —Ela torce a boca.

—Eu gosto do mato, ele me acalma. —Ele diz simples.—Você gosta da cidade, não faça disso uma grande divisão. —Ele diz simples e Taylor o encara.

—O que está tentando dizer?

Ele suspirou e voltou a encarar seu aparelho em cima do colo.

—Joe! Diga! O que está tentando me dizer?—Taylor chegou mais perto.

—Nada, Taylor. —Ele a encara e sorri.

Ela queria o estapear mas lembrou que colocou água para esquentar. Ela voltou para a cozinha com uma certa raiva por ele não a explicar suas palavras com um tom de charada. Quando jogou algumas folhas ela se apoiou na bancada da cozinha. Apesar de estar bem, ela ainda sentia que faltava alguma coisa. Era estranho essa sensação, de não saber o que fazer...e agora? Eu deveria fazer isso? Taylor se perguntava quase todos os dias em que acordava.
Ela sabia que tinha planos, mas eles estavam pausados até agora por conta de seu pequeno acidente. Ela não podia abusar da boa vontade de Joe e viver na casa dele para sempre. Na verdade ela não sabe nem como foi parar na casa dele e muito menos de como ele aceitou isso.

Após ela colocar o chá em duas xícaras, ela segue para a sala e o entrega uma, se sentando ao seu lado. Ela encara a tela de seu notebook em busca de informações do próximo destino. Ele a encara com a expressão que deixava Taylor extremamente brava.

—Para de me olhar assim! —Taylor diz alto.

—Para de bisbilhotar meu trabalho! —Joe rebate.

—Eu moro aqui então eu posso.—Sorriu convencidamente levando a xícaras à boca.

—Deus como você é chata! —Ele diz s Taylor o encara indignada.

—Eu? Olha pra você! É um rabugento tiozão.—Ela diz revira os olhos e Joe gargalha sem humor.

—Qual o problema de ser um tiozão?

—Se você quer fazer piadas sem graça, ser sem graça e achar que tem graça o problema é seu, mas você também é chato!

—Como que uma pessoa que guia pessoas é chata? —Joe a encara.

—Guias são chatos, principalmente os turísticos. —Taylor provoca bebericando seu chá.

—Ok, chega. Você está me chamando de chato, eu já entendi. —Ele fecha a cara e foca em seu notebook.

Taylor sorriu entre a xícara, ela conseguiu irritá-lo. Ver Joe bravo era seu entretenimento, e para ser sincera, ela gostava da forma que seus olhos mudavam de cor. O azul puro claro, passava a ser escuro e impuro. Bom demais para seriados de tv. Suas bochechas ficavam vermelhas quando ele era contrariado ou ficava nervoso, elas estão agora e o deixam como o ursinho de Toy Story. Bravo, mas fofo.

—Está me encarando por que? —ele pergunta sem desviar o olhar da tela.

—Eu não posso mais te olhar? —Taylor pergunta simples.

—Não.—Ele responde um pouco frio e Taylor queria rir, ela o irritou mesmo.

—Okay. —El vida a cara para a mesa de centro sem o olhar.

É um silêncio se instala no local, alguns minutos se passam, eles se transformam em horas. Joe a encara diversas vezes nesse tempo mas ela continuava olhando um ponto fixo na sala. Até ele proferir.

—Taylor...—Ele suspira.

—Hm?—Sem o olhar ela responde.

—Olha pra mim.—Ele diz baixo.

—Mas vo-

—Olha pra mim.—Ele repete.

Taylor o olhou e contraiu os lábios, seus olhos estavam puros novamente, então ela deduziu que a raiva já havia ido embora. Ele tinha a expressão leve e havia desligado o notebook. Ele o colocou sobre a mesa de centro e se virou para ela.

—Desculpe ter a chamado de chata. —Ele diz simples.

Ela contraiu mais os lábios para não acabar rindo, porque Deus, eles eram mesmo como crianças.

—Eu não queria deixá-la triste ou brava.

Ah mas ela queria o deixar bravo, mas guardou a informação para si.

—Tudo bem Joe, desculpe tê-lo chamado de tiozão. Quer dizer, você ainda é um tiozão, mas é um belo tiozão. E se todos os guias turísticos fossem bonitos como você acho que eu viajaria mais. —Taylor responde simples e observa Joe abrir mais os olhos.

—Taylor...meu Deus...—Ele desvia o olhar e ela percebe que ele ficou envergonhado.

—Que foi? Eu falei alguma coisa errada? —Ela perguntou e ele a encarou.

—Não...eu acho que não.—Ele torceu a boca e respirou fundo.—Acho que vou dormir. Estou cansado.

—Ah ok...—Ela observa ele levantar e pegar as xícaras que estavam na mesa.

Taylor percebeu que ele ficou sem jeito ao ouvi-la o chamar de bonito, ela deveria pegar mais leve com ele e controlar seus flertes automáticos. Na verdade ela não flertava desde o ensino médio, o que fora apenas uma desculpa esfarrapada para deixar escapar um elogio.
Taylor suspirou e resolveu ir dormir também. Ela queria visitar sua irmã amanhã e tentar conversar com seus pais, ela queria ter uma relação melhor com sua família, e talvez tentar entendê-los também.




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Roiê!!!
O primeiro flerte aconteceu e o Joe não soube reagir!🥴 Quero ver o desempenho desse sentimento🤨

𝗗𝗲𝗹𝗶𝗰𝗮𝘁𝗲 | 𝗝𝗮𝘆𝗹𝗼𝗿 Onde histórias criam vida. Descubra agora