𝐴𝑟𝑡 𝑂𝑓 𝐶𝑟𝑦

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Durante a terça-feira, Taylor se fechou novamente. Joe foi proibido de vê-la pela a própria, não queria que o loiro a visse naquele estado.
Ela passou todo o dia trancada no quarto, June a empregada, levava vez ou outra as refeições, mas Taylor se recusava comer. Não tinha ânimo para isso. Alex tentou falar com a irmã, mas foi ignorada. Taylor não dizia uma palavra sequer. Era como se não fosse preciso falar ou se mover.

Joe a mandou algumas mensagens motivacionais, mas ela apenas desligou o telefone e o deixou de canto. Voltando aos seus dias sombrios...ela estava sobrevivendo à base de água, café e The 1975.
A parede descascada com os textos mais românticos proferidos um dia por Taylor e Peter.

—Eu sei que não vai deixar a gente entrar...mas colhemos algumas amoras. Viajamos para o campo apenas para colher frutinhas para você, Tay! Esperamos que fique bem. —Selena diz entre a porta.

—Estamos com saudade. —Will diz e Taylor suspira silenciosamente.

Algumas lágrimas se acumulando. Ela não queria estar nessa posição e muito menos sentir o que estava sentindo.

Dormiu um pouco e acordou na tarde de uma quarta-feira ensolarada, estava esgotada sem nem mesmo sair da cama durante aqueles dias, louvando aos deuses por ter um banheiro no quarto. Geralmente Taylor não se isolava completamente, somente não dizia nada enquanto circulava normalmente pela mansão, mas nunca ficou trancada em cárcere privado por vontade própria por dias. Isso preocupou Andrea, Scott e Alex. A menor estava assustada, com o crescer da idade sua mente desenvolveu certos sentidos, e ela já entendia bem a situação da irmã, mas odiava estar naquela posição, sem poder fazer nada.

—Isso não pode continuar! Ela está morrendo diante dos nossos olhos, Scott! —Andrea diz sentada na mesa do jardim, tomando um chá de camomila para acalmar os nervos.

—O que vão fazer com ela? —Alex perguntou preocupada.

—Não temos outra solução à não ser interna-la. —Scott profere com a feição abatida.

—Perdemos nossa menina há muito tempo...—Andrea diz ao ver Alex se levantar e encarar os pais com a face franzida.

—Não tem mesmo outra solução? —Se indignou.—Talvez conversar com ela? Ser mais presente na vida dela e mostrar que se importam com ela?! —Gritou.

Taylor podia ouvir os gritos, mas estava concentrada demais no teto neutro de seu quarto. Com as mãos sobre o estômago e o cobertor até sua cintura, parecia estar num caixão ou algo assim. Assustador.

—Alex! Nós se importamos com ela, tanto que estamos debatendo o que vamos fazer. —Andrea se defende segurando a xícara de chá entre os dedos.

—Então me digam onde estavam quando toda a merda aconteceu? Onde estavam para proibir as matérias maldosas sobre o Peter? Onde estavam quando ela estava genuinamente feliz com o seu namorado que estava sendo atacado pela aparência? —Berrava despejando as duras palavras. Andrea e Scott estavam neutros olhando a caçula gritar.—Eu digo onde estavam! Trancafiados no escritório ou no trânsito de Nova York, em seus jantares formais e finos, enquanto Taylor não tinha com quem compartilhar o que sentia além de seus amigos. E aí eu lhes pergunto...valeu a pena? —Ergueu uma sobrancelha determinada.—Ir em todos esses jantares finos e chiques para posar de "boa gente" para paparazzis, e perder a parte mais essencial da vida da filha de vocês, que passou parte da adolescência sozinha e ainda teve que aguentar toda a pressão da impressa opinando sobre a vida do namorado e sobre as escolhas dela. Olhem para a porta trancada lá em cima e me respondam. Custava olhar para a vida da filha de vocês e pensado em participar? Agora olhe para vocês mesmos...estão trabalhando de casa agora, no fim...aquela vida agitada e turbulenta só serviu para afastar vocês dela, de nós, e agora estão em casa querendo participar de algo que não tem volta. Isso poderia ter sido evitado, mas vocês estavam no trabalho ou dando entrevistas formais, ocupados demais para a sua filha. Eu cansei de me fazer de cega e surda nesta casa.

𝗗𝗲𝗹𝗶𝗰𝗮𝘁𝗲 | 𝗝𝗮𝘆𝗹𝗼𝗿 Onde histórias criam vida. Descubra agora