— Ele está a ser um completo imbecil — finalizou a Cecília. Esses dois estão de mal a pior.
O Heitor e a Cecília tiveram uma conversa que obviamente não correu muito bem. Ela contou para ele que também o ama, mas disse que não podiam ficar juntos, o que o deixou mais erritado do que ele já estava .
— Desculpa Cecília, mas aqui quem tem que ficar chateado é o Heitor.
— Bia! — reprendeu-me, visivelmente irritada pelas minhas palavras.
— Ele vem aí — avisei.
Entrou e sem olhar-nos deu um simples " Olá".
Quando a Kailane entrou na sala, ela olhou para mim e sorriu, o que foi estranho, mas ignorei. Depois do sino tocar a professora de álgebra começou a destribuir as folhas de prova.
Foi um longo dia. Não duvido que vou tirar uma boa nota, só que poderia ter-me saído melhor se ontem eu tivesse ficado em casa.
— Senhorita Chirtley, a Diretora deseja falar contigo — informou-me uma das vigilantes.
Olhei para os meus amigos com um olhar cheio de questionamentos, segurei a alça da minha mochila sobre o ombro e derigi-me a sala da diretora.
Os meus amigos tentaram vir comigo, mas digamos que a nossa vigilante não é muito amigável.
— Ela chamou a senhorita Chirtley, não vocês.
— Ficarei bem, podem ir.
Fui com o coração na mão, mesmo sabendo que não tinha feito nada.
— Senhorita Chirtley — disse a diretora. Sentada a frente dela estava a Kailane.
Agora assim posso estar perdida.
— Sente-se — pediu a diretora.
Sentei-me.
— Hoje depois da prova de álgebra, ao corrigir as provas a professora Nina apercebeu-se da ausência da tua prova.
Encarei-a surpresa. Como assim?
— Eu entreguei a minha prova, tenho a certeza absoluta — aprecei-me a dizer.
— Nós já temos a sua prova e já sabemos o que aconteceu, a Kailane roubou-a enquanto as amigas dela distraíam a professora — olhei para o rosto da Kailane, que revirou os olhos em resposta.
Era inacreditável. Por isso o sorriso mais cedo, já tinha tudo planejado.
— Ela irá receber uma boa punição e ainda, Kailane, terás que trazer os teus encarregados.
Nem tive que mexer um único dedo. Fora da sala da diretora, nos corredores, a abordei.
— Não vales nada mesmo.
— Não fala comigo, não estou com paciência para aturar ratos.
— Sou apenas rato, mas te incomodas tanto comigo, é incrível. Dizes que sou insignificante, mas perdes tempo a armar coisas contra mim.
— Deixa-me em paz! — Deu às costas para mim. Puxei o seu braço e a obriguei a me encarar.
— Pelo que parece eu não sou tão insignificante.
— Eu vou acabar contigo, sua vagabunda de meia tigela. Vou tirar o Leandro de ti — riu feito uma louca — vou esmagar-te, se prepara para o que vem — ameaçou-me.
— Eu jamais ficaria contigo antes, agora muito menos — ouvi a voz do Leandro. Olhei para frente e lá estava ele.
— Entendeste tudo errado... Eu... Eu não queria... Conheces-me bem, Li — tentava justificar-se, toda atrapalhada.
— Leandro. No meu namorado chamas Leandro, Li não.
— Leandro — olhou para ele, que veio até mim. Passou os braços ao redor dos meus ombros.
— Não te metas mais com a minha namorada, é a última vez que te aviso — avisou-a sério. Vi-a engolir seco.
A abandonamos no corredor, com uma expressão de quem ainda tentava processar tudo o que aconteceu.
Deu-me um beijo na testa. Entrelaçou as nossas mãos e guiou-me em direção ao seu carro.
Abriu a porta para mim. E deu a volta.
— Hoje eu vou-te raptar por algumas horas e depois te ajudar a estudar para o teste de matemática que sei que tens amanhã — informou-me.
E eu amei os planos.
— Quem informou-te que amanhã eu terei teste de matemática?
— Ah, eu tenho as minhas fontes.
— Fontes? Sei. Ou foi a Cecília , ou o Heitor — rimos.
Conversamos coisas aleatórias, ao som do Ed sheeran. Eu estava amar estar com ele, nós dois descontraídos, leves. Ele cantava e eu só conseguia admirá-lo.
Eu sou apaixonada, eu amo tanto esse miúdo. Eu amo tudo nele, amo seu jeito e seu sorriso, sua voz, seus beijos, tê-lo por perto é maravilhoso.
Ele levou-me a um restaurante.
Olhei para ele.
— O que foi?
— Eu não estou vestida apropriadamente para esse lugar, deverias ter-me dito. Tínhamos que ter passado antes na minha casa.
— Sol... — fiquei feito boba ao ouvi-lo chamar-me assim, já faz tempo que não ouço. Virou-se para mim e beijou-me. Fiquei sem fôlego.
— estás perfeita.
Deu a volta ao carro e abriu a porta para mim. Soltei um "obrigada" . Entrelacei as nossas mãos. Fomos para um canto. O lugar é bem tranquilo.
— Fala sério — soltou. Seu olhar estava na porta. Olhei na mesma direção. O pai dele e o seu irmão tinham acabado de entrar. Olharam para nós e sorriram. Pedi tanto mentalmente para não se derigirem até a nossa mesa e lá estavam eles diante de nós, parados ao pé da nossa mesa.
— Boa tarde, filho.
O Leandro respondeu um " boa tarde" sem encará-lo. Olhou para o cardápio, ignorando-o.
— Parece que tivemos todos a mesma ideia, não é? — indagou o Breno fazendo conversa.
— Infelizmente — disse o Leandro
— Podemos nos sentar na vossa mesa? — questionou o pai dele.
—Claro — respondi.
— Não é necessário, tem muitas mesas vazias —respondeu o Leandro rispidamente.
— Leandro — reprendi-o — nós amariamos ter-vos como companhia.
Eles sentaram-se. Fizemos os nossos pedidos. O clima estava horrível na mesa. Fitei as minhas mãos.
— Como é que vocês se conheceram? — perguntou o pai do Leandro.
— Ah, é uma longa... — fui interrompida pelo meu namorado.
— Eu acho que o Sr. Killzone tem mais o que fazer — ergueu o rosto — não sei porque é que ainda não voltaste aos teus negócios, eu não vou sair daqui, não pretendo voltar.
— Sei disso, já entendi. Eu tenho errado contigo, espero que me perdoes, filho. Eu andei a errar por muito tempo.
Uma flechada de felicidade atingiu-me.
— Se quiseres ficar, podes ficar, eu te apoio — concluiu o Sr. Killzone. Estiquei a minha mão e coloquei sobre a mão do Leandro. Ele olhou-me. Sorri para ele, que sorriu de volta.
Eles finalmente fizeram as pazes, não só com o pai, mas também com o Breno. Eles pareceram-me tão sinceros, esperava que estivessem a ser mesmo.
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Um coração com feridas
RomanceO amor é um sentimento tão lindo e puro, pena que nem todos acham isso e brincam com os sentimentos dos outros sem medir as consequências. O que para ti parece bobagem é a razão de destruição para outra pessoa. Bianca estava ferida, não confiava ma...