Capítulo 13

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Mark

Quinta-Feira, 25 de Fevereiro

Minhyung.

Fazia muito tempo que não ouvia aquele nome, por um momento achou que fosse sua cabeça pegando peças, efeito da pancada que levou ou até mesmo que tivesse ouvido errado. Uma vez seu pai tinha pedido pra ele comprar doze parafusos mas, de alguma forma, ele ouviu que deveria comprar doze reais de pão, seus pais deram pão a toda a vizinhança naquele dia.

Mas não, não tinha ouvido errado, Minhyung não era mais um nome comum em sua vida, mas ainda fazia parte dela, tinha ouvido muito bem e aquilo estava começando a lhe assustar. Pelo visto, sua cabeça ainda continuava boa, e percebeu isso quando sua mãe chorava em seu ombro, aliviada pela volta do filho e falando que tinha medo de o perder e coisas do tipo.

No começo se perguntou como ela sabia que tinha sido sequestrado e não estivesse na farra por aí, como já tinha feito umas cinco vezes em toda sua vida. Ele se arrependia de ter ido para a farras essas cinco vezes, porque o ser humano quando junta álcool e tesão, significa adeus a dignidade e vergonha na cara. Mas de qualquer forma, ele não estava na farra e o olhar de preocupação da sua família era diferente do olhar de preocupação que eles tinham quando sumiu no mundo com o namorado em busca de um pendrive.

Mas lá estavam eles, Doyoung e Jeno agarrados no irmão, em um misto de ódio e preocupação e Taeil vindo em sua direção, o que achou um pouco estranho porque a prioridade do ex-policial sempre foi Donghyuck, Lee Donghyuck estava no topo de prioridades do Taeil, e ele não o julgava porque, aos pouquinhos, Donghyuck também se tornava sua prioridade.

Além dessa proximidade que o deixou com a pulga atrás da orelha, o homem tinha os olhos avermelhados, como se estivesse segurando o choro ou como se estivesse chorando pouco tempo. Taeil pousou as duas mãos geladas em seus ombros, fazendo o seu corpo quente arrepiar e esfriar, sentiu sua pele queimar ao perceber todo o seu rosto ser observado. Taeil deu um passo para trás, fitando de corpo de cima para baixo, sussurrando palavras desconectas que ele não entendia muito bem.

- Tae, você está bem? Quer um copo de água? - Perguntou, sem obter uma resposta concreta, apenas mãos em seu rosto, mãos geladas em suas bochechas - Eu sei que você deve está em choque, e que deve estar confuso, tudo aconteceu meio que do nada, mas eu sou o Mark, o Hyuck está ali.

Apontou para o namorado, que tinha algo em mãos e lágrimas nos olhos, era difícil ver Donghyuck chorando porque, apesar de já conhecer o lado amoroso do rapaz, ainda tinha construído em sua mente uma imagem de fortaleza e, semioticamente falando, choro era sinônimo de fraqueza, embora não fosse isso.

Mark odiava aquela sensação de não saber o que estava acontecendo ao redor, era jornalista justamente porque gostava de se manter atualizado e por dentro de tudo, de mistério já basta a forma que foi deixado em um orfanato.

- Você é o Minhyung, não é? Você é o meu irmão perdido? - quanto mais perguntava, menos conseguia segurar as lágrimas, que desciam dos olhos do menor involuntariamente. - Você é meu irmãozinho, Minhyung, não é? Por favor, Mark, apenas me responda...

Olhou para os seus pais, que sorriam enquanto choravam, abraçados um no outro, do mesmo jeito que eles costumavam fazer em um momento de apoio. Nada fazia sentido, talvez a pancada tivesse sido realmente forte e ele estava em um momento de alucinação

- Taeil, eu... - interrompeu sua própria fala ao perceber que não tinha o que falar, então, tudo o que lhe restava a fazer era tentar entender o que estava acontecendo - Olha, fica calmo!

- Só me responda, Mark, você é o Minhyung?

Realmente não estava ficando louco, ou tinha, não era sua mente o pregando peças, estava ouvindo aquele nome depois de muito tempo, tinha até se esquecido que seu nome era Minhyung. Quando seus pais o adotaram, lá no Canadá, eles optaram por não mudar sua essência, e ele gostava um pouco disso, claro que ele queria seguir em frente, mas também não queria esquecer quem já foi um dia.

Arquivo Amarelo - MarkhyuckOnde histórias criam vida. Descubra agora