Capítulo 9

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 Mark

Quinta-Feira, 18 de Fevereiro 

Nos últimos dias se sentia um adolescente novamente, como se tudo fosse novo e o mundo não fosse uma bagunça, sua família já tinha notado seus sorrisos e distrações, perdido em pensamentos, claro que Alisa foi a que mais o olhou desconfiada e até mesmo fazia piadas, mas não dava muita bola porque sempre era a melhor opção a se fazer como irmão mais velho.

Ele estava leve e fazia muito tempo que não se sentia daquela forma, nem ao menos reclamava de ter que acordar cedo para trabalhar, nem ligava quando Hendery comia o juízo de Alisa o caminho todo da escola e trabalho, ou quando os vizinhos do lado resolviam colocar música alta tarde da noite, quando chegava cansado em casa depois de um dia longo de trabalho, já que jornalismo é a arte de sujar os sapatos, como se diz dentro da área. Nada parecia o afetar.

Mark estava apaixonado e ele não se sentia daquela forma nem quando namorava o Jaemin, e ao mesmo tempo que era um sentimento bom, era estranho porque era algo novo. Ir trabalhar com um sorriso no rosto porque sabia que em algum momento iria dar de cara com um homem de sorriso sapeca e nariz bem feitinho? Se alguém lhe contasse isso há dois anos, ele só iria rir muito e fazer piada. Ele sabia que tinha um lado romântico dentro do seu coração, mas o lado dos sorrisos bobos e risadas em momentos aleatórios ao se lembrar de algo era novo.

Desde o dia que Donghyuck entrou dentro daquele carro, com um sorriso tímido no rosto, deixando para trás um Mark com um coração aquecido, sua mãe o fazia levar comida todos os dias para o trabalho, mas não para ele e sim para o chefe, que além de ter roubado a atenção da sua mãe, conseguiu roubar junto o seu coração. Parecia clichê, mas era exatamente desse jeito que Mark pensava e era esse mesmo sistema que vinha vivendo nos últimos tempos. Donghyuck tinha revirado seu conceito de dia-a-dia.

Ao chegar na emissora, passou em frente a sala de reunião e sorriu ao avistá-lo em pé, apresentando algum Powerpoint bem feito e detalhado a cerca de doze pessoas bem vestidas. Ele estava exatamente do mesmo jeito que estava quando o beijou pela primeira vez nos balanços coloridos do parque em frente a sua casa, exceto pela calça social que antes não tinha.

Se ele o viu, disfarçou muito bem e continuou a apresentação, por isso não se importou de continuar o admirando de longe e sem medo de explorar um sorriso em seu rosto sonhador, mesmo sabendo que a sala de reunião não passava de uma sala de vidro e que todo mundo lá dentro podia o ver. A sala de reunião parecia mais o quarto de vidro do Big Brother, quem estava dentro via quem estava fora e quem estava fora via quem estava dentro, não tinha aquela coisa de confidencial e privacidade e Mark, com todo o seu lado curioso, amava aquilo.

A verdade era que Mark estava muito mais leve em relação aos seus sentimentos, era como se Donghyuck fosse capaz de inibir todos os seus problemas e isso assustava Mark porque ele sempre foi do tipo de fazer tudo antes de chegar o prazo final, o fazendo perceber que se apaixonar também tinha seus prejuízos.

Desde o dia da entrevista, quando colocou seus olhos no homem bem vestido a sua frente, algo acendeu dentro do seu peito, e talvez nem fosse aquela pontinha de luz que se fazia presente quando sentia que uma pessoa era boa, ele acreditava em destino. Alisa afirmava com todas as letras que destino era bestira e ainda era obrigado a ouvir o Hendery concordar com a mais nova e com direito a argumentos, nunca deu muita moral.

Não foi também apenas pelo belo formato do rosto do superior, mas algo na forma como ele lia as papeladas e era cauteloso nas perguntas, como algo no olhar daquele homem de expressão cansadas dizia tanta coisa que ele gostaria de desvendar. Era algo no olhar que Donghyuck o direcionava que fazia todo o seu corpo querer arrepiar. Tudo era como a confiança que tinha ganhado para fazer algo que era tão importante e mesmo falhando, Donghyuck ainda foi humano.

Arquivo Amarelo - MarkhyuckOnde histórias criam vida. Descubra agora