Abro meus olhos lentamente, flashes de luz borram minha visão, o que me faz perceber a tremenda e forte dor de cabeça que sentia. Ressaca. Era compreensível que eu ficasse em tal estado, levando em conta o quanto bebi ontem.
Me levando devagar, apoiando meu cotovelo na superfície macia. Olhando ao redor, percebo que estou em um quarto, que não é o meu, e muito menos o de Hanma.
Observo bem o local, as paredes cheias de posters. Alguns de bandas. Outros de animes. Em um lado do quarto, havia uma pequena estante preta, amontoada de livros, alguns em pé, outros deitado. Fora os pequenos potes com ração no chão.
Entretando o que realmente me chamou atenção, no meio daquele monte de informação, foi uma guitarra. Não, não era uma guitarra. Era um baixo. No canto do quarto, no encontro das paredes brancas, lá estava ele, em cima de um pedestal, que o segurava. Era preto e possuía uma pequenina figurinha colada na parte de baixo. Ao aproximar-me percebo que é uma "patinha" de gato ou de cachorro.
—Que fofo...- Balbucio com o a voz fraca.
—Ah, eu colei isso quando eu era mais novo...- A voz de Baji ecoava pelo cômodo, fico um pouco surpressa pela presença do mesmo.
—Eu estava me perguntando de quem era esse quarto...- Digo com uma leve risada.
—Não se lembra de como chegou aqui?- Ele pergunta e eu concordo com a cabeça- Bem, você até vomitou no meu carpete e tive que te dar banho.
—Foi mal pelo carpete, mas, pera aí, você me deu banho?- Indago, só agora percebo que estava com uma camiseta enorme, que cobria minhas coxas, percebo as bochechas do mais novo ficarem vermelhas, então decido provocá-lo um pouco mais— Nossa... Não sabia que você era esse tipo de pervertido...
—E-eu juro que não vi nada, te dei banho de roupa e te troquei no escuro pra não ver nada!!!- Ele diz movimentando as mãos freneticamente, desesperado.
—Tudo bem, tudo bem, 'tô só brincando... Mas e essa belezinha aqui?- Aponto para o baixo logo atrás de mim— Você toca ou ela só fica aqui de enfeite?
—Claro, que eu toco!- Ele responde animado— É o meu xodó! Meu primeiro baixo! E você toca alguma coisa?
—Olha pra mim! Todo esse estilo de rockeira!!! Acha mesmo que eu não toco nada?- Coloco minhas mãos na cintura.
—Hmm, pensando bem... Talvez você toque bateria?- O moreno chuta.
—Errado!- Exclamo- Última tentativa...
—Guitarra...?
—Sim, guitarra...- Anuncio de forma orgulhosa.
—Combina com você!- Ele pondera— Qualquer dia desse a gente podia tocar juntos, não?
—Eu ia adorar, mas eu não tenho uma guitarra, vendi a minha no ano passado...- Conto, porém antes que ele pudesse perguntar o por quê, mudo de assunto— Então, tem alguma coisa pra comer? 'Tô com uma fome!!!
Saimos do quarto e ele me guia até a cozinha. E que cozinha enorme. Esse cara deve ser podre de rico. Meus olhos de pobre quase choram ao ver tamanha chiqueza.
—[Nome]-san? Vai ficar parada aí?- Ele inadaga, tirando-me de meus devaneios.
—Ah, vou me sentar então...- Sento em uma cadeira na frente de uma bancada.
—Posso fazer um omelete pra gente?
—Claro.
É estranho o fato de estar na casa de um um garoto praticamente desconhecido e ele ainda está cozinhando para mim. Continuo quieta e espero atentamente até que Keisuke termine. Ele fica tão bonito de costas.
—Ei, Baji-san eu comprei aquele sorvete que você gosta...- Um garoto de cabelos loiros adentra a cozinha e para atônito, derrubando a sacola que segurava— Foi mal, não queria atrapalhar...
—Não 'tá atrapalhando nada, Chifuyu!- Keisuke rapidamente responde, continuando concentrado em cozinhar.
—Eu sou só amiga do calouro, me chamo [Nome]!- Declaro.
—Ah, a famosa [Nome]...- Ele diz, colocando o dedo indicador nos lábios— O Baji não parava de falar de você, hehe!
O garoto de olhos negros nada diz, porém posso vê-lo dar um olhar mortal em direção a Chifuyu.
—Brincadeira...- Ele fala coçando a nuca— Então o celular tocando lá na sala é seu?
Celula tocando? Quem poderia ser? Hanma. Com toda certeza era ele. Imaginando o esporro que estava prestes a levar e corro para a sala, encontrando meu celular no sofá.
Uma. Duas. 57 ligações perdidas.
—Oi, amor da minha vida...-Atendo o telefone.
—AMOR DA MINHA VIDA? EU PENSEI QUE VOCÊ 'TAVA MORTA E QUE JOGARAM SEU CORPO EM ALGUMA VALA!!!- Ele grita, e afasto um pouco o telefone do ouvido.
—Calma, eu 'tô bem! 'Tô na casa de uns... amigos.- Sussuro.
Após mais alguns minutos de uma bronca que fez Hanma parecer uma velha de 40 anos, meu amigo para e fica calado por algum momento.
—Que quê foi, porra?- Pergunto.
—Olha, algumas coisas aqui na "empresa" deram meio errado pro meu lado, então, é melhor que a gente não se veja por um tempo, beleza?
Mesmo preocupada, não posso perguntar o que me aconteceu. Hanma não quer que tenha qualquer tipo de envolvimento com seus assuntos. Embora ele nunca diga o que é, já tenho uma noção, eu não sou burra.
—Tá bom, tchau!- Desligo o celular.
Encaro a tela. Ligação encerrada. Já não era a primeira vez que ele tem que sumir assim. Daqui algumas semanas ele volta, espero.
Conheço Hanma desde que éramos adolescentes, assim como eu, sua casa não era lá um bom lugar para uma criança. Por causa disso, passávamos mais tempo na rua do que em qualquer outro lugar.
Ele sendo um garoto alto e mais forte do que a maioria dos outros, não demorou muito para que começasse a se meter em brigas, muitas brigas. No começo eu estava assustada, mas há certas coisas com que você se acostuma, certas coisas que você tem que se acostumar. E algum tempo depois, o garoto conseguiu um "emprego", que dava muito dinheiro, eu nunca quis perguntar o que era, talvez não queria saber a verdade. Eu tenho uma parcela de culpa na vida que ele leva hoje. Na realidade, é minha culpa.
—[S/N]-san, tudo bem?- O moreno estava parado no batente da porta— Você 'tava demorando, vim ver o que aconteceu....
—Eu 'tô bem, só tive que avisar alguém que eu 'tava aqui... E o café, 'tá pronto?- Digo sorridente.
—Sim!!!- Retribui o sorriso, seus caninos chegam a brilhar.
—Que fofinho...- Sussuro baixinho.
—Disse alguma coisa?
—Nada que você precise saber...- Cantarolo em direção a cozinha.
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Oi oi gente, então eu sempre tento atualizar os caps o mais rápido o possível, só q isso depende do tamanho da preguiça q eu tô no dia, então ñ estranhem se um dia eu sumir por uns dois meses e voltar como se nada tivesse acontecido kkkkkkk
Se vcs gostaram ñ esqueçam de votar e de comentarrrr, bjs
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𝓛𝓲𝓹𝓼𝓽𝓲𝓬𝓴 - Baji Keisuke
Lãng mạn𝓣𝓸𝓼𝓼 𝔂𝓸𝓾𝓻 𝓭𝓲𝓻𝓽𝔂 𝓼𝓱𝓸𝓮𝓼 "Nunca pensei, em toda a minha vida, que eu gostaria desse tipo coisa. 𝓘𝓷 𝓶𝔂 𝔀𝓪𝓼𝓱𝓲𝓷𝓮 𝓶𝓪𝓬𝓱𝓲𝓷𝓮 𝓱𝓮𝓪𝓻𝓽, Viver uma vida perigosamente não era o meu estilo. 𝓑𝓪𝓫𝔂, 𝓫𝓪𝓷𝓰 𝓲𝓽 𝓾𝓹...