𝓛𝓲𝓹𝓼𝓽𝓲𝓬𝓴 - Baji Keisuke

𝓢𝓲𝔁

Autora aquiiii, geralmente, eu ñ deixo avisos no começo, mas eu queria agradecer aos 1k de view. Sei que muita gente vai achar pouco, poremmmm fodase, ainda tô mt felizzzz! Obg de vdd, se vcs gostarem comentem e votem!!! Bjs bjs...
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   Havíamos parados em uma lojinha. Um mini super mercado. Graças ao céus, achamos um pouco de gaze e soro para limparmos seus machucados.

   Baji sussurava reclamações conforme passava a gaze sobre sua pele.

   —Não reclama, não! Quem se meteu em briga foi você, agora aguenta!- Digo puxando seu rosto que insistia em se virar para o lado.

   —Olha, já pedi desculpa...- Ele olha para mim com olhos, de cachorro sem dono— Tem como ter mais cuidado?

   —"Cuidado"? "Cuidado" o caralho!- Falo e ele dá uma risada arrastada.

   —Você tem uma "personalidade forte", não?- Ele coloca a mão em meu rosto.

   —Claro, se alguém quer ser ouvido é preciso ser assertivo e expor suas opiniões, nem que seja de um modo agressivo!- Tiro a mão que estava acariciando minha bochecha.

   —Você falou de um jeito tão decidido...- Seu rosto se torna rubro— Eu gosto de mulheres decididas...

   —Fica quieto e me deixa terminar...

   Seus olhos negros me fitavam com muita atenção, analisando cada parte de meu rosto. Meus olhos. Os cabelos que insistiam em cair em minha face. Minha boca.

   A proximidade de nossos rostos era perigosa. E sentia que a qualquer momento perderia minha compostura e tomaria seus lábios para mim.

   —Terminei...

   Me afasto lentamente de perto dele. Keisuke se levanta, andando um pouco rápido para me alcançar.

   —Eu quero te levar pra um lugar, mas não vou te contar onde é, você vem comigo?- Um pouco tímido, ele questiona, evitando meus olhos.

   —Desde que você não seja um maluco que vai me matar e jogar meu corpo numa vala...- Olho bem para Baji e dou um leve risada.

   Ele pega minha mão e encaixa nossos mindinhos. Seguimos assim durante um longo caminho. Vez ou outra Keisuke olhava para trás, se atentando se estava dando passos rápidos demais.

   Qualquer um que nos vissem daquele jeito, pensaria que não éramos somente amigos.

   —Cara, aqui é bem longe, como você achou um lugar desse?!- suspiro—  O que quê a gente vai fazer aqui?

   —Estamos quase chegando, você vai gostar... Eu tenho certeza!

   Embora, o local fosse afastado do centro da cidade, as risadas altas e os barulhos de carros eram quase ensurdecedores. As luzes coloridas que mudavam de cor freneticamente eram chamativas para meus olhos.

   —Ei, por que a gente vai entrar nesse prédio?- Indago.

   —Ah, 'tá vendo aquela ponte no meio?- Baji aponta para uma ponte que ligava dois prédios em um só— É pra lá que nós vamos!

   Adentramos o prédio com imensas janelas de vidro fosco. Conforme subimos o elevador e passamos por alguns corredores algumas pessoas cumprimentam Keisuke, o chamando de "Senhor Baji", o que era algo muito estranho para mim.

   —Chegamos!- Ele anuncia com um sorriso bobo no rosto.

   —Nossa, que vista linda, Senhor Baji!- Não perco a oportunidade de provocá-lo.

   —Ah, qual é! Olha, as pessoas só me chamam assim, porque meu pai trabalha aqui!!!- Keisuke coloca as mãos tapando sua cara.

   —Hmf, bem que eu disse que você era um filhinho de papai, mimado do caralho...- Caio na risada.

   —Ah, para de me zoar, vai!

   Por alguns minutos ficamos em silêncio. Um silêncio confortável. Como se não havia a necessidade de palavras para nos comunicarmos.

   —Ei, 'tá vendo ali!- Aponto para o céu estrelado— Olha, aquelas três estrelas alinhadas...

  —Não 'tô achando, não...- Ele fala.

  —Você é lerdo, ein?!- O puxo para mais perto e nossos rostos ficam colados— Agora, você vê?

   —S-sim...- Gagueja por um mísero instante— Agora eu vi! Uau! Que legal.

   —A Constelação de Orion, formada pelas Três Marias, Mintaka, Alnilan e Alnitaka...

   —É só essa que você conhece?

   —O quê? Você tem a audácia de duvidar do meu conhecimento, calouro?- pergunto apontando meu dedo indicador no meio de sua cara.

   —Claro que não, só quero ver mais algumas constelações...- Ele coça sua cabeça.

   —Tá bom, olha ali...

   E assim passamos horas falando sobre estrelas, ou melhor, eu passo horas apontando para elas e Baji tentando as achar.

   —Não sabia que gostava tanto de estrelas!- Keisuke começa.

   —Errado, eu não gosto, eu amo estrelas,- Digo com um brilho nos olhos— não é incrível o fato de que tem algo tão grande e bem maior que a Terra, mas também tão longe da gente? É de certa forma poético, como um amor não correspondido.

   —Um amor não correspondido?

   —Sim, você pode ver de longe e admirar, só que você sabe que nunca vai chegar perto de uma estrela...

   —O jeito que você fala das coisas que gosta... É encantador! Contagiante!

   —Haha! É só que eu fico um pouquinho animada...- Me viro olhando para o calouro que agora estava do outro lado.

   Seus longos cabelos voam na direção do vento. As luzes brilhavam intensamente ao seu redor. E seu sorriso estonteante, como sempre, mostrava seus caninos afiados.

   Por um mísero segundo, só um mísero segundo, meu coração acelera e sinto como se todo o mundo tivesse sumido. Só eu e ele.

   —Você 'tá usando aquele batom que eu te dei, não?- Pergunta envorgonhado.

   —Só percebeu agora?

   —Na verdade, já tinha percebido faz tempo... Só fiquei com vergonha de perguntar, hehe!

   —Você? Com vergonha? Como alguém que acabou de esmurrar outra pessoa tem vergonha?- Dou um soquinho em seu ombro— No final, 'cê 'tava certo...

   —Certo? Sobre o quê?

   —Até que eu gostei desse lugar...

   Olhando profundamente para seus olhos me aproximo, colocolo uma mecha de  seu cabelo atrás da orelha. Baji congela por alguns instantes.

   Nosso lábios se aproximam.

   E meu celular toca.

   Hanma. Desesperada atendo, como ansiava por uma única notícia sobre ele.

   —Onde você 'tá?- Quase grito.

   —Batendo na sua porta, onde VOCÊ 'tá?- Consigo perceber que sua voz estava ofegante, ou ele veio correndo ou estava machucado.

   —'Tô indo aí, agora!- Desligo o telefone e saio correndo, mas antes de passar pela porta grito— Tchau, Keisuke! Até outro dia...

   E nem mesmo espero por sua resposta.