tw: gatilho de situação violenta e detalhada agressão física.
=================================Quando chego em meu apartamento encontro a tranca arrombada. Empurro a porta, aflita.
E encontro Hanma em uma poça de seu próprio sangue. Sentado, escorado na parede.
-O QUÊ ACONTECEU?- Me aproximo e vejo que o sangue escorre de seu estômago, levando a camisa e vejo vários cortes profundos- Q-QUÊ MERDA É ESSA?
-Eu 'tô bem, foram só uns cortes, você sabe, eu sou duro na queda...- Hanma diz com a voz fraca.
-VOCÊ LEVOU UMA FACADA?! UMA, NÃO, VÁRIAS!!!- Minha voz estava embargada por causa de lágrimas de desespero que teimosamente caiam de meuos olhos.
-Para de gritar, os vizinhos vão acordar...
-Ahh, s-seu idiota, o que eu faço? Não tem nada aqui em casa pra te ajudar, a gente precisa ir pro médico!- Começo a raciocinar.
-Não, não posso ir no médico, eles iriam fazer muitas perguntas do por quê eu fui esfaqueado...- Ele segura meu rosto- Pode fazer uma coisa por mim?
-O quê?
-Eu conheço uns caras, mas eles não 'tão atendendo o celular... Vai na casa deles e trás eles pra cá...
-Me passa o endereço...
Estava agora no carro de Hanma. Sabia dirigir? Não muito. Mas cá estava eu, dirigindo até o outro lado da cidade, o pior lado da cidade.
As ruas lotadas de pessoas, bêbados que brigavam, algumas pessoas jogadas no chão, outras fumavam sabe-se lá o quê.
Quando chego ao endereço, subo as escadas freneticamente. Minhas mãos sujas de sangue, deixam manchado o corrimão.
Bato freneticamente na porta do apartamento 73. Aguardando ansiosamente por alguna resposta.
-Que porra, quem 'tá batendo na porta essas horas...- Um rapaz de cabelos pretos e algumas partes loiras, alto igual a Hanma, me atende- Quem é você?
-Eu preciso da sua ajuda, por favor, o Hanma me mandou aqui...
-Irmão, quem é?- Um rapaz de cabelos loiros entra na conversa, ainda meio sonolento.
-Sei lá, uma mina veio aqui dizendo que alguma merda aconteceu com o Hanma.
-Ah, ele que se foda, por que a gente devia ir ajudar, aquele cuzão?- O loiro pergunta.
-ESCUTA AQUI!- Grito para que prestem atenção em mim- O Hanma nunca me mandaria aqui se vocês não fossem o ajudar, se ele me mandou aqui é porquê vocês têm que ajudar ele, porque se algo acontecer com ele vocês também se fodem! E aí? A gente vai agora ou 'cêis querem arrumar o cabelo?
-Eu só vou pegar algumas coisas e a gente já vai...- Um pouco travado o loiro fala e sai da sala.
-Hmf, eu pensando que você era igual aquelas putas que ele pega...- O moreno alto fala com um sorriso no rosto.
-Não é o momento de ficar fazendo piadinhas...
Voltamos no carro. Dirijo igual uma louca. No meio do caminho descubro que os irmãos se chamavam Ran e Rindo Hitani. Informação que nem me importava no momento.
Quando abro a porta de minha casa, Hanma ainda estava lá. Desacordado. Com algumas toalhas em sua barriga para estancar o sangue.
-Cacete, olha quanto sangue...- Rindo fala analisando o chão.
Eu me abaixo e seguro o rosto de meu amigo com as mãos. Ele ainda estava quente. Dou leves tapas em sua bochecha, na esperança de que ele acorde. Seus olhos abrem um pouco.
-Hanma, fica aqui, 'cê tem que ficar acordado, ouviu?- Ele continua olhando fixamente para os meus olhos, mas não esboça uma emoção sequer.
-Se afasta, a gente vai cuidar dele...- Ran diz se abaixando e rasgando, com uma tesoura, a camisa do homem quase morto.
-É melhor você esperar lá fora, senhorita...- O outro irmão se intromete, me segura pelos ombros e me põe para fora.
Uma. Duas. Três. Quatro horas se passam. As quatro piores horas da minha vida.
A angústia só crescia cada vez mais em meu peito. E não conseguia conter meu choro. As lágrimas caiam sem parar. Meu rosto já estava inchado e meus olhos ardiam.
Andava de um lado para o outro no estacionamento abaixo do prédio.
Como já era de noite nenhuma alma viva apareceu durante o tempo que lá fiquei. O que era um alívio, já que seria vergonhoso se um desses vizinhos fofoqueiros me vissem nesse estado. Como estou deplorável.
O medo de perder aquele que sempre esteve comigo. Aquele que me ajudou em meus piores momentos. Aquele com quem eu poderia passar o resto da vida junto.
Eu o amo, não se engane, não estou falado de um amor romântico, eu o amo com todo o meu ser e sei que ele também me ama.
No momento tinha me acalmado um pouco e estava sentada no canto, escondida por um carro cinza.
-Senhorita, cadê você?- Escuto a voz de Ran.
-Aqui!!!- Me levanto rapidamente- Ele 'tá bem?
-Sim, já pode subir pra ver ele...
Começo a andar e o moreno alto me segue.
-Eu e o Rindo, achamos que seria melhor que Hanma ficasse na nossa casa, se você não se importar.- Ele começa.
-A sua casa deve ser maior e mais bem preparada que a minha, então, tudo bem...- Digo suspirando aliviada- Agora só quero saber como eu vor limpar todo aquele sangue do meu chão, ahhh, vai ser um pé no saco!
-Eu conheço um cara que sabe tirar essas manchas, quer que eu passe o contato?
-Devo me preocupar com esse fato?- Questiono com uma risasinha de canto.
-Na verdade, sim, e porquê essa risadinha?- Ran pergunta.
-Já 'tô acotumado com pessoas como você, esqueceu que eu conheço o Hanma?- Inclino a cabeça para encará-lo.
-Haha, bem é verdade...
Dou uma olhada em Hanma que dormia calmamente. Finalmenge consigo respirar em paz.
-Ei, vocês dois...- Aponto para os irmãos- Muito obrigado por cuidarem dele.
-Não foi nada...- Rindo chacoalha as mãos.
-Vai ter que retribuir o favor, ein!- Ran fala.
-Retribuir o favor? Quem 'tá devendo alguma coisa é o Hanma, eu não!
-Errado não 'tá...- O mais alto diz-Caso precise esse é o meu número, e o número do cara que tira as manchas.
-Como eu vou saber qual número é qual?
-Vai ter que ligar pra saber!
-Sério? Flertando com a mina do Hanma?- O irmão loiro encara o outro.
-Ela não é a mina dele, e eu só estou sendo educado!- Ran dá um peteleco na cabeça de seu irmão- Mais tarde a gente volta com uma maca pra levar ele.
-Tá bom. Tchau, tchau, garotos!
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𝓛𝓲𝓹𝓼𝓽𝓲𝓬𝓴 - Baji Keisuke
Romance𝓣𝓸𝓼𝓼 𝔂𝓸𝓾𝓻 𝓭𝓲𝓻𝓽𝔂 𝓼𝓱𝓸𝓮𝓼 "Nunca pensei, em toda a minha vida, que eu gostaria desse tipo coisa. 𝓘𝓷 𝓶𝔂 𝔀𝓪𝓼𝓱𝓲𝓷𝓮 𝓶𝓪𝓬𝓱𝓲𝓷𝓮 𝓱𝓮𝓪𝓻𝓽, Viver uma vida perigosamente não era o meu estilo. 𝓑𝓪𝓫𝔂, 𝓫𝓪𝓷𝓰 𝓲𝓽 𝓾𝓹...