O baile

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A fic é braarg!!!!
O portugal estar aí é pela história, não se confundam!

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Era hora do baile, conseguia ver a noite ser algo tedioso ou estressante, não só por não ser muito apto a momentos sociais, como a razão de tal evento. As luzes que reluziam sobre o salão o deixavam tonto, enquanto apenas segurava cautelosamente a taça de champanhe em seus dedos, numa suplica silenciosa de que alguém viesse e lhe tirasse da obrigação de estar ali, como uma estátua.

Na sacada de vista para o salão, conseguia ver todo o lugar com moças e rapazes bonitos que se esbaldavam em busca de pretendentes, parcerias ou simplesmente casos de uma noite, caminhando e fazendo suas noites, as risadas e conversas se espalhavam por todo canto, invadindo minha cabeça e me fazendo lembrar o quão inútil era aquele evento. Se resumia em uma festa enorme, no salão e jardins do castelo, com damas e cavalheiros jogando charme para todos os lados apenas para comemorar algo que sequer sabiam, e tentar se casar, obviamente, com alguém mais enriquecido que si. O mesmo discurso se repetia em todo outono no reino, alimentando as esperanças de todos ali abaixo sobre a família real, que agora buscava um par para seu herdeiro, um belo príncipe com um par de fio dourados, roupas engomadas e uma carranca encantadora, surpreendentemente.
Esse era Martín.

Todos buscavam o poder, todos naquele salão queriam algo que não nasceram para ter. Chegavam perto, sorriam, diziam sobre seus atributos e quando percebiam a falta de resposta, se afastavam para procurar outro alguém menos rico, porém o suficiente. Afinal, quem não tem cão caça com gato.

Os líderes do reino agora se posicionavam no topo da escada mais chamativa do lugar, rodeados de guardas, damas de honra e empregados, apenas para chamar a atenção para o tão querido rei, com seus botões exalando ouro, ar de superioridade porém bondade. Ao contrário da não tão querida rainha, com cabelos esvoaçantes que reluziam ainda mais as luzes que em si tocavam, cegando as outras belas damas e senhoras que um dia já sonharam em fazer parte de todo aquele conto de fadas que a tão bem vestida vivia, e ainda assim ousava sorrir como se algum dia não tivesse sonhado, apenas merecido. Uma péssima mentira.

Ao passo que todos se viram a eles, o príncipe caminha vagorosamente até o lado da mulher de cabelos enormes, bem enfeitados por uma coroa e jóias brilhantes. Arrumando os próprios botões, ignorando a queimação em seus olhos segundos antes de anunciar siaa liberdade e vontades ao vento como em uma quitanda, quem quisesse e pudesse, levava e transformava em suas vontades. Essa vida é cansativa, a liberdade falta, o amor é escasso num lugar onde apenas o dinheiro importa, e apenas ele existe. Todos os dias quando acorda, o café é servido com uma avalanche de ordens sobre como o dia deve seguir, para a perfeição. Não fazendo nada com o coração, nasceu para obedecer até ser obedecido, o que parecia não chegar nunca, e provavelmente apenas chegaria quando tudo o que era fosse jogado aos mares, as lágrimas, cartas, sentimentos e tudo que viveu, descartados por uma coroa.

Tudo pela coroa.

E se iniciava, com a voz mansa e agradável de se ouvir, o rei:

"Sejam muito bem vindos, hoje o reino está aqui novamente para festejar e enturmar, criar laços e confiar."

Todos agora prestavam atenção, os vestidos parando de rodar, sapatos parando de bater, vozes abaixando e olhos na mesma direção. Ecoava agora:

"Estamos felizes em recebe-los nesse dia tão especial."

O rei sorria, a rainha esnobava, o príncipe sentia seu coração se tornando cada vez menos sensível, estava ali apenas para ser vendido, apenas isso.

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