Follow The Crown - Braarg [HIATUS INDETERMINADO]

Minha flor, minha amada

Graças ao trabalho de Afonso na propriedade real, os encontros com o loiro se tornaram mais frequentes. Sempre que podia, estava encontrando o garoto pelo jardim, em sua janela ou simplesmente sem querer, por aí.

Nesse momento, Martín terminava sua volta com Celeste, sua princesa de pelos brancos e uma crina incomparável de bonita. Um sorriso discreto enfeitava seu rosto enquanto ele se aproximava novamente do celeiro, os cascos de Celeste batendo cada vez mais devagar até pararem, deixando Martín descer e acariar seu rosto.

- Você está cada vez melhor. - Ele toca sua testa no rosto do animal, demonstrando seu carinho.

- Você é carinhoso assim só com cavalos, príncipe? - O loiro deu um pulo, se afastando e encarando o homem um pouco mais próximo de outro cavalo, um alazão enorme, de corrida.

- Eu pedi para trançar a crina de Celeste, por que não o fez? - Ignorou complemente a pergunta anterior, tirando suas luvas e as colocando no bolso, para então jogar os cabelos para trás.

O moreno ri e se aproxima do príncipe. - Perdão, irei fazer. - Perigosamente próximo do loiro, o português ajeita um fio de cabelo do outro que tinha sido esquecido em sua testa. O mais baixo tenta se afastar, mas percebendo estar encurralado por Celeste, cerrando os olhos.

Traidora!!

Ele não conseguia mandar o moreno se afastar, suas bochechas escureciam em um tom carmim sem seu comando, e ao concluir isso, escureceram ainda mais. Viu o sorriso malandro do outro se tornar uma risada.

- O que está fazendo? - Foi o que conseguiu, vendo o mais alto se aproximar mais ainda. Teve medo de que ele ouvisse seu coração que agora parecia fazer sapateado em seu peito.

- Eu já disse que.. Você é lindo, príncipe? - Seus olhos pareciam analisar cada mínimo detalhe do rosto vermelho em sua frente, até ser coberto com uma mão esguia e branca.

Martín apenas negou com a cabeça, envergonhado por aqueles olhos tão bonitos perfurarem suas barreiras como se não fossem nada. Sentiu o toque quente do moreno em sua mão, a afastando de seu rosto que estava cada vez mais quente, tanto pelo sangue em suas bochechas coradas, quando pela respiração do mais alto que agora se misturava com a sua. Seu corpo estava travado, seus olhos apenas encaravam os lábios a sua frente, sem pudor algum.

Oh, é assim que um príncipe deveria agir?

Ele se perguntava mentalmente, mas não fazia nada para mudar, pelo contrário, se aproximou junto do outro, e enfim, os lábios se tocaram num selinho casto. Martín tocou o rosto do outro, seus dedos tremendo suavemente, a mente nublada, não queria se afastar do toque do outro. Mas enquanto pensava isso, antes mencionado já estava se afastando, sorrindo pequeno.

- Eu acho q-

Antes que pudesse completar, o loiro correu para longe, deixando Celeste e o moreno num frenesi de pensamentos que não podia controlar.

Não podia!

Oh meu Deus!

O que mamãe diria?! Oh céus!

Ele correu, correu até chegar aos corredores do castelo, parando em um canto com os olhos arregalados, a respiração ofegante e o coração a mil.

- Oh.. Meu... Deus. - Ele sussurrou, não podia acreditar. Tocou seus lábios, ainda sentia os choques correndo por ali, um turbilhão de sensações. - Meu... Primeiro beijo.

Se sentia decepcionado, animado, confuso, com medo, ansioso. Um misto indescritível.

E se alguém soubesse? E se sua mãe descobrir?! Oh Deus!!