ESTÔMAGO.

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Estômago soturno,
Tristezas silenciosas,
Reticências fugazes em
Afazeres covardes,
Julgo bisturis,
Mutilando.

[ estômago cancerígeno
por engolir borboletas.]

Palavras que descem garganta abaixo,
Borboletas que nascem póstumas,
E dores agudas que corroem
Por debaixo da pétrea persona,
De boca amarga.

Persona descente,
Que sente o que desce
Subir-lhe em rubor.

[borboletas escapando
por entre os dentes.]

Maldita língua inchada
Volumada por covardia,
Maldecidas borboletas,
Que tentam escapar
A qualquer custo
Da prisão moldada,
em incertezas do jantar.

Poesia: Medusa.Onde histórias criam vida. Descubra agora