(POESIA. PARA QUE NÃO VENHA MORRER DESSE MAL.)
Perco as palavras,
que tinha acabado de dizer:
num segundo está lá,
e na outra nunca esteve.Francamente,
me perco
no quântico
da mente,
que ainda pouca,
sobressalta-me
surpresas infindas.E acho-me,
numa presunção
de conversas que
nunca ocorreram de fato.Somente na mente,
que palpita diálogos.Espalho-me,
Num espalhar
de paspalho,
boquiaberto,
com ideias
megalomaníacas:
em vezes maníacas
em vezes amigas.Mas que nunca tocam-me
no real que se dilui.Real esse,
que reviravolta.Que de vez em quando,
dilui-se ao ponto líquido,
do mais perverso surreal.Um real d'água,
que afoga,
a mente
que se debate.E armo-me nas defesas,
nas barreiras do murmúrio,
faço barco pra transpassar
o diluvio do real indecente.Num barco de papel,
que é fadado ao fracasso,
arco velas,
na poesia-mastro.E assim, só assim,
sobrevivo ao eminente fim,
que se abate sobre mim,
verso após verso.Na tempestade
que corre de fora para dentro,
e do Leviathan que mora aqui no peito,
de mar seco e vida breve.Adiando verso após verso,
que ele me leve.Levo poesia ao real,
para que eu,
não venha morrer desse mal,
levo poesia ao real,
para que a poesia
me sirva de canal,
levo poesia ao real,
pois que saída há afinal?
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Poesia: Medusa.
שירים"Entre as milhares de cartas que redijo na mente todos os dias, de todas aquelas palavras que nunca direi por covardia, ou por simplesmente não saber a quem endereçar. De todas as manias e questionamentos da natureza humana que não consigo aceita...